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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 115 de 320.
04/12/2008 -
Enlatados
"Hoje, é um novo dia, de um novo tempo que começou. Nesses novos dias, as alegrias serão de todos é só querer. Todos nossos sonhos serão verdade"... Pára, pára, pára, como dizia minha professora de sociologia. Eu não lembro o nome dela, mas recordo-me dessa sucessão de gritos que ela encenava durante as aulas. Coitada, devia sofrer de algum tipo de fobia. Por falar nesse assunto, essa trilha da tv globo traz à tona a natalfobia. E atenção, natalfobíacos, a tal vinheta já começou...
Começou a época de fazer um balanço do que aconteceu e do que não aconteceu durante o ano. Época de fazer contas, compras e rever aqueles parentes indesejados. Época de ouvir discursos demagogos sobre solidariedade. Época dos inimigos secretos. Época de encontrar papais-noéis em cada esquina, tão felizes quão doidos para tirar aquela fantasia. Época das crianças esperarem que seus sonhos desçam por chaminés ou sejam deixados em meias. Época de mastigar aquela carne seca de peito de peru e engolir tantos sapos. Época de testemunhar os mesmos velhos especiais da televisão e sentir o gosto amargo da ilusão borbulhando no espumante. ...
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19/12/2013 -
Ensina-me
Amor, ensina-me a compreender o tempo, o tempo do amor. Amor, ensina-me o verdadeiro significado desta caminhada. Amor, ensina-me a vencer a tristeza. Amor, ensina-me cada uma das variações e conjugações do verbo amar. Amor, ensina-me a ser maior que as amarras. Amor, ensina-me ultrapassar todo e qualquer limite. Amor, ensina-me a ser inteiro, completo, perfeito. Amor, ensina-me a ser assim como você, infinita e intensa.
Amor, ensina-me o valor de tudo isso. Amor, ensina-me a ser menos desesperado. Amor, ensina-me a esquecer o medo. Amor, ensina-me como se faz para não perder o que se quer. Amor, ensina-me a buscar sonho por sonho. Amor, ensina-me a voar. Amor, ensina-me a ser possível mesmo quando tudo diz que é impossível. Amor, ensina-me a habitar seu mundo. Amor, ensina-me a direção para o vale onde habitam as poesias de carne e fantasia. ...
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05/01/2014 -
Ensinamentos do interior
Um velho bruxo do interior me ensinou a ler a lua e prever chuvas e estiagem. Tempo de plantio, de colheita, de espera. Tempo de amor no canto do passaredo. Tempestade e saudade. Invernada e geada no rastro dos insetos. Fartura e loucura nas cores da paisagem. Mostrou-me como é viver de relento e com todo alento. Ensinou-me a prever quantos vagões tem o próximo trem mesmo quando os trilhos estão vazios. Encantou-me com a magia do verde e me soprou como fazer quem é do branco ou do rosa amar o verde. Levou-me a alimentar o fogo sem ser preciso colocar mais palha ou lenha na fogueira. Falou-me sobre os sinais de mudança e de esperança na dança das cores das folhas. Ensinou-me a entender a língua do vento, das estrelas e da terra, seja ela de lama ou pó, a ponto de saber o que vai nascer, morrer e renascer mais cedo ou mais tarde.
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07/12/2008 -
Entre a lembrança e o esquecimento
Os sinos da catedral ainda tossiam o pigarro das dezoito badaladas quando ele lembrou que havia esquecido o aniversário de sua namorada. Estava na praça central da cidade e o mundo parecia girar contra suas vontades. Pegou o telefone para ligar para ela, que já devia estar num profundo mau-humor. Mas o nervosismo o fez esquecer o número do celular, do trabalho, da casa dela. Foi então que achou essa amnésia súbita um achado do destino, que lhe pedia algo a mais do que uma simplória ligação.
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15/11/2014 -
Entre eu e você
Entre a cruz e a espada. Entre a escada e o elevador. Entre a praia e a montanha. Entre a gordura e o light. Entre o sexo e o amor. Entre o verão e o inverno. Entre a casa e o botão. Entre o espinho e a pétala. Entre o riso e o choro. Entre o sim e não. Entre a valsa e o samba. Entre a luz e a escuridão. Entre o tédio e o pecado. Entre o primeiro e o último. Entre o doce e o salgado. Entre o passado e o futuro. Entre o prazer e a vergonha. Entre o sol e a lua. Entre o verso e a prosa. Entre o beijo e o abraço. Entre o grito e o silêncio. Entre a nuvem e a chuva. Entre a beleza e o mistério. Entre a fotografia e o movimento. Entre o mar e o lago. Entre o tinto e o branco. Entre o início e o fim.
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04/09/2013 -
Entre isso e aquilo
Entre mortos e feridos, não se esqueça de sobreviver. Entre chegadas e partidas, não se esqueça de acontecer. Entre quês e porquês, não se esqueça de confessar. Entre perdidos e achados, não se esqueça de se entregar. Entre deus e o diabo, não se esqueça de acreditar. Entre águas e vinhos, não se esqueça de passar. Entre dores e amores, não se esqueça de tentar. Entre culpas e culpados, não se esqueça de perdoar. Entre erros e acertos, não se esqueça de se permitir. Entre céus e terras, não se esqueça de voar....
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24/11/2009 -
Entre o céu e o fel
Mãe, mãe de todo amor, quebra o protocolo e nos leva pela mão rumo à civilização adormecida em teu colo. Nesses mais de dois mil anos que nos separam algo aconteceu e o mundo se perdeu do caminho que a senhora apontou. Mãe, mãe, por favor, restaura o elo que une terra e céu, fazendo com que o amor (o amor que criou), viva fora dos livros de papel. Mãe me mostra, ao longo dessas entranhas, onde vivem teus ensinamentos. Mãe me diga, nessa terra estranha, onde estão os sentimentos que foram espalhados pelos ventos. Sentimentos que lhe fizeram chegar tão perto de Deus. Mãe habita esses tantos corações ateus, ateus de tanto amor. ...
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16/01/2015 -
Entre o infinito e o impossível
Um dia eu ainda mudo de nome de tantas promessas feitas a mim mesmo. Prometo nunca mais fazer isso ou aquilo e só faço o mesmo do mesmo do mesmo. É difícil cumprir o compromisso que tenho comigo, pois eu tenho pressa de querer demais. E eu quero mais e mais numa busca incessante pelo que quero ser. E assim eu prometo o infinito e me comprometo com o impossível.
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Entre o passado e o presente
Pagão
Nasci João Batista Aragão. Nasci pagão em dia santo. Dia de São João. Dia de samba. Dia forte. Nasci com as benções dos santos e com as tentações do pecado. Ainda pequeno meu registro perdeu o valor. Gostava tanto do Estácio que comecei a ser chamado de Estaciozinho quando eu tinha quatro anos de idade. Mas o nome era muito grande. Vem cá Estaciozinho. Pega a cuíca Estaciozinho. Juízo, heim, Estaciozinho. Então comecei a ser Zinho. Como já havia um monte de Zinho, virei Zinho Preto. ...
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26/03/2012 -
Entre o perfume e o açúcar
Seis anos de um perfume açucarado. Seis anos nos amando e nos lambuzando nos óleos essenciais aromáticos um do outro. Seis anos comungando de olhares refinados, cristalizados, mascavos. Seis anos de alquimia. Seis anos de fervura. Seis anos de um per fumun agradável e duradouro. Seis anos colecionando aromas e doçuras mesmo quando a realidade queria que vivêssemos o avesso disso.
Seis anos vivendo através da fumaça. Seis anos de cítricos forais, extraídos de cascas de nossas frutas prediletas. Seis anos se lambuzando de flores ofertadas por ações ou pensamentos. Seis anos reconhecendo um ao outro no escuro pelo cheiro. Seis anos amadeirados. Seis anos clássicos e sofisticados. Seis anos marcantes, misteriosos e sensuais. Seis anos de frescor e delicadeza. Seis anos aromáticos. ...
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