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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 116 de 320.
16/11/2015 -
Entre o real e a ficção
E de repente, a claridade do dia ficou restrita apenas a dois olhos caribenhos. Ela, vestida como quem vai ter com o mar, recebeu-me na penumbra dos seus desejos. Velas, perfumes e liras de Caetano. E como numa lei física, atraímo-nos. E como numa equação química, reagimos. E como num verso de Pessoa, existimos. Entre beijos e abraços aproximamo-nos tanto a ponto de executarmos um perfeito eclipse. O coração bombeava eu te amos e as mãos buscavam ter certeza de que os corpos existiam para além da fantasia criada. Os lençóis eram tão virgens como o momento desfraldado. E quando os corpos se fundiram, Caetano se calou e as ondas do mar bateram forte revirando olhares de modo que as visões dali por diante ficaram fora de seus lugares. E não se soube mais o que era real e o que era ficção.
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04/04/2011 -
Entre o silêncio e a escuridão
A mulher amada é tão detalhada e silenciosa quanto à noite que cobre o seu corpo. Estelar, como as revistas de ficção científica, e divina como os livros sagrados que falam em céu, a mulher amada é noite profunda, funda escuridão. É a cantiga da estrela cadente e o desejo de tê-la só e somente só o quanto mais perto e a todo e qualquer instante. E o cometa infante, apaixonado, escorrega sobre a barriga dessa mulher que tanto se quer entre o sereno e a neblina.
Mulher que sacia a fome, a sede, a angústia de viver. Mulher que cala a solidão e fala em espaço, em universo, em galáxia com a naturalidade das crianças que sonham em embarcar em foguetes. Mulher que é materialização da saudade que berra entre o astronauta e a Terra. Mulher que é santa e vaga, em feitio de vagalumes. Mulher que míngua e se renova como a lua. Mulher luminosa e grandiosa como a noite que invade a cidade com suas carruagens puxando sedutoras paisagens. ...
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03/01/2016 -
Entre peixes e pássaros
Eu quero rasgar a noite que traz em seus olhos feito farol tombando ao mar só para ter certeza que a gente vai se encontrar pelo oceano de nós dois. E não há de nos faltar água doce enquanto tivermos nossas línguas. Só não corte as unhas, pois, quando sentir frio há de abrir meu peito para se aninhar e, quando sentir medo há de abrir minhas costas e soltar minhas asas que vão te levar para os ninhos dos nossos antepassados que amaram como pássaros e morreram como peixes, e vice-versa, tudo entre o céu e o mar, por escolherem viver com quem amaram.
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30/12/2010 -
Entre perdas e ganhos
Entre perdas e ganhos, perdi. Perdi o passo, perdi o rumo, perdi o prumo. Perdi quem sempre me protegeu, quem sempre me valeu, quem sempre engrandeceu a minha vida. Perdi quem me amou de fato. Perdi quem me ensinou o ato da lida. Perdi quem me criou, quem me educou, quem me inspirou. Perdi o fio da meada. Perdi a estrada. Perdi a cabeça, perdi a canção, perdi o coração. Perdi o ritmo, perdi a razão, perdi para a doença.
Perdi a terra, perdi a lavoura, perdi a semeadura. Perdi a lição, perdi o causo, perdi o sol e a chuva também. Perdi o gosto, perdi o posto, perdi a vontade de voltar. Perdi o embalo, perdi o faro, perdi o verde dos olhos. Perdi a crença, perdi o heroísmo, perdi o cavalheirismo. Perdi a dança, perdi a balança, perdi a esperança. Perdi os sonhos mais puros. Perdi o porto seguro. Perdi a loucura. Perdi a força, perdi a paciência, perdi o ânimo, perdi a ternura. ...
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05/07/2015 -
Entre tempos
Preocupa a minha falta de tempo. É como se houvesse um grande nó me atando entre o que sou e o que quero ser. Segundos, minutos, horas vão passando e eu vou ficando. Minha cabeça não para, mas meu corpo e minhas ações não têm o ritmo dos meus pensamentos. E eu vou ficando ao tempo. Rezo por bons ventos. Ventos que me empurrem. Ventos que me impulsem. Ventos que me levem ao que me falta. E se o vento não vier, que venha a maré alta, a quinta fase da lua, os cavaleiros do apocalipse. Que o mundo chacoalhe, que norte e sul se embaralhem e a previsão mais certeira falhe por inteira. E que assim, entre tempos, eu seja não o que eu quero ser, mas o que eu nem esperava viver.
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14/05/2016 -
Entrega das asas
Só pássaros com asas voltam pro ninho. Os que perdem suas asas, seja por amor ou o que for, caminham por aí sozinhos condenados ao chão. Por isso, preste atenção, por maior sua certeza na paixão, não entregue suas asas. E se se for para entregar, mesmo sabendo de todos os riscos de nunca mais voltar para casa, bendito seja o amor, pois só ele será capaz de te guiar quando não tiver mais asas.
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08/06/2016 -
Entrega de metades
E não há de haver nada mais sagrado entre os que se amam do que a entrega de uma metade a outra. A entrega pura, espontânea e sincera de seres que são dois sendo um. E que tudo seja por inteiro, parte por parte até formar o todo se preciso for. Que todas as peças do quebra-cabeça estejam dispostas a se encaixar. E que haja confiança plena naquela pessoa a qual você se jogará num voo cego. Que seja tudo pelo amor que os une, sem quaisquer ressalvas. E que o amor, já começado, nunca termine. Que não se busque o fim, mas o eterno recomeço. Pois todo dia é dia de recomeçar a amar de um jeito diferente, novo, surpreendente. História alguma está terminada quando ainda há fôlego para novos romances dentro de um mesmo romance. A vida a dois jamais envelhece, pelo contrário, rejuvenesce corpo, alma e espírito se souberem encontrar a fonte da juventude que está em algum lugar do enamoramento. E que seja tudo pela lei da conexão, que está além da vontade humana. Permita-se o conectar com o que te conecta de fato, sem perder mais tempo procurando o que não vai achar. Como dito na primeira linha, entregue-se. Entregue-se ao que não dá para fugir. Aliás, como fugir do que está dentro de você? O amor, quando funde duas metades, acaba deixando parte de uma na outra. Pode relutar, tentar se enganar, pensar em alternativas, mas a certeza é de que somente com a sua metade você será completa. E sabe-se lá quanto tempo demoraram para se reencontrar, para ter uma nova oportunidade de fusão, para poderem se oferecer uma a outra? São muitas as perguntas, mas a resposta que deve ser ouvida pelo coração é a de que não há de haver nada mais sagrado entre os que se amam do que a entrega de uma metade a outra.
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24/06/2012 -
Envia seu santo auxílio
Pelas guerras deste mundo, envia seu santo auxílio ò Maria. Auxilia quem tem fome, quem tem sede, quem tem sonho. Santíssima Maria auxilia os corações machucados, as asas partidas, os olhos caídos. Prudentíssima Maria auxilia envia sua paz a quem ama, ama demais. Maria, digníssima dos seus, envia sementes de deus a esse povo carente de fé. Maria, flor dos anjos, mulher dos exércitos, envia seu auxílio mantendo de pé essa gente que tanto bem lhe quer.
Pelas romarias, pelas procissões, pelas confissões, Maria derrama seu auxílio a quem clama por ti. Envia seu auxilio a quem sorri diante da dor na esperança de ser auxiliado pela mãe do redentor. Maria sem pecado envia seu sagrado auxílio aos que buscam conforto ao seu lado. Maria, do fruto encantado, auxilia os barquinhos deste mar bravio a chegarem ao seu porto. Maria do branco, do negro, do pardo, do vermelho, do amarelo devolve a vida a cada sonho morto. ...
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01/08/2015 -
Enxergue além
Nunca se contente com o que você vê. Há sempre mais a ser visto e revisto. Enxergue além. Busque olhar o que vem de dentro. É tempo de embrenhar os olhos pelo sentimento. Invente como invento um novo jeito de olhar às estrelas que estão por todo lugar. Tem sempre algo novo a ser encarado, mesmo que esse algo esteja no passado. Empenhe seus olhos ao tempo e mire o alento. E busque assento aos seus olhares no que está depois dos habituais lugares. Afunde-se no que esconde por detrás da pele, da carne, dos ossos, do coração. Ponha seus olhares a serviço do reboliço dos teares da visão. Há mais a ser visto do que pode imaginar quando se olha a sonhar.
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05/01/2015 -
Epidemia no céu
O céu foi tomado por uma epidemia de nuvens. São nuvens brancas, negras, rosas. O céu azul nunca mais foi azul. O céu deixou de ser dos anjos para ser das nuvens. E são infindos formatos, tamanhos, profundidades que nossos olhos terrenos chegam a ficar tontos com tanta informação. Há nuvens de chuva e de seca. Há nuvens engraçadas e sem graça. Há nuvens inteiras e partidas. Há nuvens de bichos e homens. Há nuvens simples e dobradas. Há nuvens carregadas e vazias. Há nuvens de dar medo e de se apaixonar. Há nuvens de sombra e de sol. Há nuvens de silêncio e de trovão. Há nuvens aos pares e na solidão. E epidêmicas, as nuvens se multiplicam na velocidade da luz. Com nuvens só há nuances de luar. Sim, a lua fica semanas sem dar os quartos. E as estrelas ficam detrás das cortinas de nuvens se esforçando pro seu brilho não ser em vão. As nuvens que embelezam o céu são as mesmas que escondem o universo por detrás de seu falso véu.
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