Daniel Campos

Prosas

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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 63 de 320.

28/02/2015 - Você em tudo

Tudo o que eu faço é para você. Tudo o que eu penso é você. Tudo o que eu quero diz respeito a você. Tudo o que caminho me encaminha para você. Tudo o que realizo está ligado a você. Tudo o que imagino tem você. Tudo o que amo é apaixonado por você. Tudo o que espero espera você. Tudo o que falo fala de você. Tudo o que durmo sonha com você. Tudo o que como tem fome de você. Tudo o que vejo me lembra você. Tudo o que desejo deseja você. Tudo o que choro escorre você. Tudo o que cultuo aumenta minha fé em você. Tudo o que me domina parte de você. Tudo o que proponho tem a ver com você. Tudo o que tento invento você. Tudo o que destino casa com você. Tudo o que perco acho em você. Tudo o que sou devo a você.


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27/02/2015 - Baianidade

Não sei o que acontece, mas tudo canta em mim quando coloco meus pés na Bahia. Uma sensação de volta para casa tão profunda que pareço estar no útero de minha mãe. As águas quentes, o colorido que combina, o mar profundo, o sotaque, os coqueirais num verde sem igual, a musicalidade, os temperos, os orixás, os ventos, os perfumes, que chego de saudade a passar mal. Sou da Bahia singela, à capela, secreta e repleta de misticismo, enfim, da Bahia dos cartões postal e visceral.
Tão logo a baianidade me invade chego me esqueço das dores, do tempo, dos dilemas... Sinto-me parte de toda arte como que pisando ou respirando ou me deitando num poema. Sou Caymmi. Sou Bethânia. Sou Irmã Dulce. Sou Mãe Stella de Oxóssi. Sou Mãe Menininha de Gantois. Sou Tupinambá. Sou Mariene. Sou João Gilberto. Sou dona Canô. Sou Jorge Amado. Sou Castro Alves. Sou Caetano. Sou baiano. ...
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26/02/2015 - Toca o barco

Toca o barco camarada que o rio é grande e não dá para deixar tudo a cargo da correnteza ou do vento. Toca o barco, bora remar. Toca o barco de braçada. Toca o barco e para de reclamar. Toca o barco pra frente porque até a água é corrente. Toca o barco camarada fazendo do horizonte o norte da sua estrada. Toca o barco como se ele fosse flecha disparada do arco do passado rumo ao futuro que é agora. Toca o barco pro quarto da lua. Toca o barco cachoeira abaixo. Toca o barco sem se esquecer de escrever sua história nas margens do rio.


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25/02/2015 - A princesa dos corvos

No seio da civilização, nos campos de Roma, uma garotinha flerta com corvos, alimentando-os com amendoim. Ao contrário de flores, o jardim de sua casa é salpicado por asas negras. A pequena corre por entre as aves, que não se assustam com suas peripécias. Ela e os corvos dançando aos olhos dos pais admirados com aquela troca de afeto. Para retribuir o amor e os amendoins, os pássaros começaram a presentear a menina com presentes, em sua maioria presentes reluzentes. Tudo o que brilhasse aos olhos dos corvos traziam-na. E assim, a pequena romana ganhou botões, parafusos, brincos, pedrinhas, clips de papel, lampadinhas, pingentes... As aves negras traziam o colorido em seus bicos à menina que os mimava como se fossem suas bonecas encantadas. Mesmo sem querer recompensa alguma por aquele amor passou a guardar aqueles mimos sentindo-se princesa de um reino de corvos. O seu castelo era a própria natureza, com árvores e sentimentos vivos capazes de deixar até a mais cética criatura boquiaberta com tamanha magia. Como flores negras, aqueles pássaros enfeitavam o jardim e bailavam ao vento diante da menina que sonhava voar com eles. Quem sabe um dia eles a levariam para além das nuvens. Quem sabe um dia eles a trariam uma estrela. Quem sabe um dia algum deles se casaria com ela virando homem após ter seu feitiço quebrado. Quem sabe...


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24/02/2015 - Por mais que doa me perdoa

Desculpa se eu não consigo me controlar, se estou carente, como copo vazio na mesa de um bar. Desculpa se tudo o que eu digo sai com farpas de um coração lascado por um grande amor. Desculpa se tenho ciúme de tudo e se diante do que faço fico mudo. Desculpa se trago lágrimas aos olhos que não são meus por não querer chorar sozinho. Desculpa se eu quero você mais e mais perto e se pra paixão não coloco um teto. Desculpa minha falta de limites para amar e querer. Desculpa por não ser morno, estando sempre em ebulição. Desculpa se dentro do peito trago um vulcão em permanente erupção. Desculpa se corto como tempo. Desculpa se eu me derramo em sentimento. Desculpa se sou um tsunami de emoção. Desculpa se eu vou além de qualquer compreensão. Desculpa se estrago o seu dia querendo melhorar o nosso. Desculpa se a distância não combina comigo. Desculpa se antes de partir quero viver tudo o que sonhei para nós dois. Desculpa se o meu ritmo lhe atropela. Desculpa se eu não sou de ficar esperando a tempestade passar debruçado na janela. Desculpa se por amor meto os pés pelas mãos, esquecendo por completo da minha metade razão. Desculpa se chego com espinhos por acreditar que as melhores flores nascem dos espinhos. Desculpa se para viver um amor intenso tão imenso quão o que quero é preciso sofrer. Desculpa pela minha alta voltagem. Desculpa por dar importância ao que pode parecer bobagem. Desculpa por nunca parar de querer quando o assunto é amor. Desculpa por discutir o que será indo além do que já é. Desculpa por lhe deixar maluca com minha intensidade. Desculpa se eu ofendo o seu deus por voar no sétimo céu. Desculpa pela minha imaginação tão abundante. Desculpa por esse romantismo alucinante. Desculpa por dizer a mais profunda verdade de tudo o que se passa em mim. Desculpa por já sentir saudade do que ainda não aconteceu. Desculpa se sou surdo ao óbvio, ao lugar comum, ao mesmo do mesmo... Desculpa se vou a esmo. Desculpa se por amor me faço sem começo e sem fim não aceitando ser meio, mas inteiro em tudo. ...
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23/02/2015 - Vida em bonança

Toca a minha mão, fala ao meu ouvido que eu sou seu amado, seu companheiro, seu amigo. Fala tudo o que tem vontade. Abre seu peito, com respeito, deixando escapulir a saudade. Segura em meus ombros para evitar tombos. Ampara em mim, mas não para porque sua caminhada não pode ter fim. Que seja de verdade todo amor que faz alarde. Joga o buquê de um casamento sem idade com as estrelas para os que sonham se mar sem por quê. Usa meu corpo para se esconder da tempestade. Pede meus sorrisos se for preciso para alimentar sua felicidade. Agarra em minhas costas para não cair pelas encostas do tempo. Pede conselho a quem jamais quer vê-la de joelho por sofrimento algum. Toma de assalto o céu, e volta alto, mas não voa voada rasa, se preciso for leva consigo as minhas asas. Sem medo, deixa no meu ninho os seus segredos que eu hei de cuidá-los antes que o cedo se faça tarde numa dessas ilusões da idade. Cala toda e qualquer calamidade, seja criança que não vê maldade nem esperança, apenas vida em bonança.


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22/02/2015 - Nunca se afaste de mim

Nunca se afaste de mim, pois eu preciso de você perto, tanto quanto mais perto. Nunca se afaste de mim, pois eu não posso lhe impedir de seguir para outros rumos, mas queria muito ir com você nem que seja em seu pensamento. Nunca se afaste de mim, pois eu faço gosto da das suas palavras, dos seus braços, dos seus olhos sem fundo. Nunca se afaste de mim, pois, de uma forma ou de outra, somos partes que se juntam para formar o todo. Nunca se afaste de mim, pois sem você a vida não vai me satisfazer por completo. Nunca se afaste de mim, pois mesmo que isso pareça despropositado fica, fica ao meu lado. Nunca se afaste de mim, pois nossa vida querendo ou não tem muito mais sabor a dois. Nunca se afaste de mim, pois somos ligados, conectados, germinados... Nunca se afaste de mim, pois temos tanto em comum e jamais um para o outro fomos seres comuns. Nunca se afaste de mim, pois o amor em se tratando da gente é indissolúvel e indissociável. Nunca se afaste de mim, pois aceite ou não, somos marcados não de nascença mas pela vivencia da paixão. ...
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21/02/2015 - Atente-se ao seus passos

Não importa para onde e do que se esconde, é fundamental seguir. Ficar parado não faz bem nem para você nem para o caminho. É preciso continuar nem que for para recomeçar ou para mudar o rumo. Pode até mesmo voltar tentando encontrar o que não achou, mas é imprescindível se movimentar para alguma direção. Até mesmo as árvores mudam de lugar sem que coloquemos reparo. Elas caminham pela noite, chegam a dançar nos bosques, a trocar sementes, a se deitar em outras raízes, e muito mais, sem que vejamos. Porém não precisamos ocultar nossas movimentações como as árvores ou como as criaturas encantadas, como anjos-da-guarda, cupidos, duendes, fadas, elfos, deuses... Podemos deixar rastros, agradeça e coloque em prática essa dádiva. Devemos escrever nossas histórias utilizando nossos passos. Caminha desenhando corações, famílias, projetos, altares, lágrimas, saudades, lugares, sonhos, sorrisos... Cada passo seu pode desenhar uma guerra ou um cessar fogo, daí o tamanho da sua responsabilidade. Seu passo é sua sentença. Portanto, nada de ficar parado, fadado a não deixar nada escrito. Seu corpo é devorado pela terra, mas seus rastros são nítidos milênios depois até mesmo para quem habita as estrelas.


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20/02/2015 - Nem sempre a gente

Nem sempre a gente sabe sobre o amor que nos cabe. Nem sempre a gente quer que a última pétala seja de bem-me-quer. Nem sempre a gente escolhe o que colhe. Nem sempre a gente se deita e se ajeita num sonho. Nem sempre a gente corre adiante ou pra cima, muitas vezes a gente simplesmente escorre. Nem sempre a gente esquece o que da nossa vida não desaparece. Nem sempre a gente quer mais do que falta aos outros casais. Nem sempre a gente tem uma explicação para o que se esconde atrás de um sonoro não. Nem sempre a gente domina nosso querer-menino ou nossa paixão-menina. Nem sempre a gente sustenta o que por um motivo ou outro inventa. Nem sempre a gente abre a porta a quem de fato nos importa. Nem sempre a gente acerta e se aperta. Nem sempre a gente assovia e o sentimento como vento vem ao nosso encontro. Nem sempre a gente acredita no que de dentro pra fora palpita. Nem sempre a gente quer dar o suor e tudo podia ser melhor. Nem sempre a gente volta à palavra morta. Nem sempre a gente dá atenção ao que habita na solidão. Nem sempre a gente dorme sem fome de outro dia ou do dia que deu noutro. Nem sempre a gente é livre e vive solto. Nem sempre a gente compreende que o amor nunca se rende. Nem sempre a gente bota fé no que não dá pé. Nem sempre a gente floreia o que nos rodeia. Nem sempre a gente vê graça na primeira garça. Nem sempre a gente educa uma atração maluca. Nem sempre a gente tem que ser o que nos faz sofrer. Nem sempre a gente ilumina o caminho da nossa sina. Nem sempre a gente fala o que nos cala. Nem sempre a gente comemora o que o outro chora. Nem sempre a gente nina o que vem ao nosso imã. Nem sempre a gente pode com o que nos sacode. Nem sempre a gente toca o que nos provoca. Nem sempre a gente rui com o que nos possui. Nem sempre a gente ignora quem nos manda embora. Nem sempre a gente tem a receita de uma tarde perfeita. Nem sempre a gente imagina a cria de uma fantasia. Nem sempre a gente declara o “acabou” ao que já terminou. Nem sempre a gente dá calor ao que nos deixa de bom-humor. Nem sempre a gente entende que “infinito”, “eternidade”, “pra sempre” muitas vezes viram saudade.


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19/02/2015 - Fazer por merecer

A consciência se enrola, rebola, rebola, rebola, mas a desculpa não cola e o amor segue ferido. O passado, por mais feio ou grave que seja, não é bandido para viver escondido e mais dia menos dia vem à tona. Até mesmo o maior amor do mundo por um segundo que seja já beijou a lona. É preciso controle para não perder o presente e contaminar o futuro, a todo instante o coração deve ser limpo para permanecer puro. Todos sabem que o espelho não é bom conselheiro, melhor perguntar às nuvens, às ondas, aos coqueiros. Faça a ginástica que for preciso para entender o que é preciso ser entendido. O anjo que brilha hoje já foi um anjo caído. Não se iluda tudo mais dia menos dia muda, basta querer e viver e fazer por merecer. ...
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