27/02/2015 - Baianidade
Não sei o que acontece, mas tudo canta em mim quando coloco meus pés na Bahia. Uma sensação de volta para casa tão profunda que pareço estar no útero de minha mãe. As águas quentes, o colorido que combina, o mar profundo, o sotaque, os coqueirais num verde sem igual, a musicalidade, os temperos, os orixás, os ventos, os perfumes, que chego de saudade a passar mal. Sou da Bahia singela, à capela, secreta e repleta de misticismo, enfim, da Bahia dos cartões postal e visceral.
Tão logo a baianidade me invade chego me esqueço das dores, do tempo, dos dilemas... Sinto-me parte de toda arte como que pisando ou respirando ou me deitando num poema. Sou Caymmi. Sou Bethânia. Sou Irmã Dulce. Sou Mãe Stella de Oxóssi. Sou Mãe Menininha de Gantois. Sou Tupinambá. Sou Mariene. Sou João Gilberto. Sou dona Canô. Sou Jorge Amado. Sou Castro Alves. Sou Caetano. Sou baiano.
Sou do sol que brilha forte como dendê e da lua que seduz olhares como um belo acarajé. Sou das moquecas, das ladeiras, dos tabuleiros, das feiras, das matas virgens, das areias fofas, das brisas, das escadarias, dos chapadões, das dunas, das alegrias, das baianas de branco, das festas e cabeças de santo... Sou do encanto das águas salgadas tão doces como pranto de amor.
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