Daniel Campos

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23/02/2015 - Vida em bonança

Toca a minha mão, fala ao meu ouvido que eu sou seu amado, seu companheiro, seu amigo. Fala tudo o que tem vontade. Abre seu peito, com respeito, deixando escapulir a saudade. Segura em meus ombros para evitar tombos. Ampara em mim, mas não para porque sua caminhada não pode ter fim. Que seja de verdade todo amor que faz alarde. Joga o buquê de um casamento sem idade com as estrelas para os que sonham se mar sem por quê. Usa meu corpo para se esconder da tempestade. Pede meus sorrisos se for preciso para alimentar sua felicidade. Agarra em minhas costas para não cair pelas encostas do tempo. Pede conselho a quem jamais quer vê-la de joelho por sofrimento algum. Toma de assalto o céu, e volta alto, mas não voa voada rasa, se preciso for leva consigo as minhas asas. Sem medo, deixa no meu ninho os seus segredos que eu hei de cuidá-los antes que o cedo se faça tarde numa dessas ilusões da idade. Cala toda e qualquer calamidade, seja criança que não vê maldade nem esperança, apenas vida em bonança.


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