Daniel Campos

Prosas

Ou exibir apenas títulos iniciados por:

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  K  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V  W  X  Y  Z  todos

Ordernar por: mais novos  

Encontrados 3193 textos. Exibindo página 282 de 320.

22/07/2008 - O exercício de esquecer

Ai de nós se não houvesse o esquecimento. Nosso corpo não suportaria tanto peso. Nossa mente não suportaria tantas gavetas. Nossa alma não suportaria tantas amarras. É preciso ter uma corda de descarga para mandar o inútil para uma espécie de lixeira. Ah! Ainda bem que existe essa dimensão chamada esquecimento para abarrotar lá as repetições sem graça do cotidiano e essa futilidade toda que nos cerca. Afinal, não podemos armazenar em definitivo o escândalo de um banqueiro, a barriga de um jogador de futebol, o discurso de um político, a fama de um participante de reality show... Por si só, eles são efêmeros. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

21/07/2008 - O sofrer e a evolução

Chico Xavier dizia que o homem interior se renova sempre. Para o médium mais famoso do Brasil, a luta nos enriquece de experiência, a dor aprimora nossas emoções e o sacrifício tempera nosso caráter. Deveras, o espírito encarnado sofre constantes transformações por fora, a fim de se purificar e engrandecer por dentro. É bom lembrar disso para ver que sofrimento algum é em vão. Todos eles têm um sentido e um fim.

Acreditar nisso é olhar o que nos cerca de outro modo. Estamos sempre pagando pelo que fizemos em vidas passadas e também nesta trajetória atual. A existência é um constante acerto de contas com nosso futuro. Ou mudamos e buscamos a evolução espiritual ou vamos continuar vivendo e reencarnando para ter sempre a mesma vida, os mesmos problemas, os mesmos sofrimentos. De nada adianta empurrar o nosso destino com a barriga. É necessária uma transformação em nossas atitudes....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

20/07/2008 - Eu quero o meu recesso!!!

Assim como os nobres parlamentares, também quero o meu recesso! Não só eu o quero, como também o lavrador que coleciona calos nas mãos, a lavadeira que lava roupa todo santo dia, o pedreiro que conta as horas de trabalho nas fiadas de tijolo que sobem diante de seus olhos de concreto, a dona-de-casa que passa e limpa e lava e cozinha sem folga, o escriturário que se sufoca de papéis e processos, a malabarista do sinal vermelho que une arte e esmola em uma mesma sobrevivência.

Nada mais justo do que deixar quem realmente trabalha descansar um pouco. Não quero pedir demais, apenas 15 dias agora em julho. Duas semaninhas já estavam de bom tamanho para valorizar essa gente que vive sob o chicote do ter de trabalhar. Nada como uma recompensa para a imensa obra destes artistas do laboro para renovar a alma e quebrar uma rotina estafante. Além dos benefícios próprios, esses dias de descanso trariam enormes vantagens coletivas. O recesso desafogaria o trânsito, fortaleceria a relação familiar, reascenderia o amor... Ah! Quanto se namoraria nesses dias... Para os apaixonados, a oportunidade de uma nova lua de mel. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

19/07/2008 - O choro de Fátima

Para uns, apenas uma imagem. Para muitos, uma fé sem tamanho. Para uns, um monte de gesso. Para muitos, um caminho de amor. Para uns, uma matéria morta. Para muitos, fonte de vida. Para uns, aplausos. Para muitos, barbárie. Para uns, o descaso. Para muitos, o choro. Eis as diferentes reações vivenciadas diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima que foi depredada em uma gruta do Rio Grande do Sul dias atrás.

Como filho de Nossa Senhora Auxiliadora, estou no grupo dos muitos que ficaram sensibilizados, abalados, assustados com o ato dos vândalos. Perfuraram os olhos da imagem, quebraram suas mãos, partiram seu corpo, tiraram-na do altar e a jogaram no chão com a violência dos que não crêem na própria mãe. Além disso, destruíram as placas de agradecimento dos fiéis pelas graças alcançadas e os vasos de flores. Para dar um tom de deboche ao ato, os delinqüentes colocaram dois bonecos de pano no altar....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

18/07/2008 - Eu tenho medo da justiça

Eu tenho medo da justiça em que um bandido diz dar um jeitinho. Eu tenho medo da justiça em que um ladrão diz confiar. Eu tenho medo da justiça que vende liberdade. Eu tenho medo da justiça que só tem um dos olhos vendados. Eu tenho medo da justiça que se vale da injustiça. Eu tenho medo da justiça que deixa roubar. Eu tenho medo da justiça que influencia. Eu tenho medo da justiça que tange os próprios interesses. Eu tenho medo da justiça que ameaça. Eu tenho medo da justiça que esconde. Eu tenho medo da justiça que guarda um habeas corpus na manga para seus compadres....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

17/07/2008 - De Drummond a Guimarães

Molha os teus lábios nos meus e deixa-me beber da tua poesia que vai da estação de Drummond a Guimarães num beijo de língua. Leva meu corpo nesse trenzinho mineiro que vai subindo montes e montanhas de teu corpo rumo ao céu alaranjado dos teus olhos morenos. Deixa-me escrever enquanto lhe respiro e lhe admiro e miro a felicidade sobre-humana que nos espera. Um poema, um conto, uma crônica não são suficientes para compor as vidas desta mulher. São necessários livros e mais livros para eu colocar no papel a tua carne e o teu espírito. Por isso escrevo e escrevo-te demais. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

16/07/2008 - Pra onde vão os celulares?

A troca de celular virou rotina. Hoje, o aparelho telefônico móvel é substituível como qualquer peça de roupa ou acessório. Há uma verdadeira indústria da moda tecnológica por detrás dessas máquinas da comunicação moderna. Mas você já parou para pensar para onde vão os celulares antigos? Pois bem, uma pesquisa revelou que apenas três por cento dos celulares usados, em todo o mundo, são reciclados. Se você ficou assustado, se prepare: No Brasil, esse número cai para dois por cento. E o restante? Fica perdido por ai... ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

15/07/2008 - Cortar, cortar, cortar...

Depois dos alfinetes, agora a tesoura afiada do estilista Clodovil Hernandes ultrapassou os limites das passarelas e chegou ao Congresso Nacional. O deputado apresentou uma proposta de emenda à Constituição para reduzir o número de deputados dos atuais 513 para 250. Para quem pensa que Clodovil foi linchado pelos seus pares, nada menos do que 279 deputados apoiaram essa idéia, não menos polêmica que o estilista. E têm nomes de peso nesta lista, como os de Ciro Gomes, Michel Temer e Aldo Rebelo. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

14/07/2008 - Eu quero um dilúvio

Há dias em que o mundo é mais fundo do que supomos. Dias em que ao sair da cama, mesmo com o pé direito, o chão se abre e caímos em uma espécie de porão. Porão é pouco. Caímos em um inferno mesmo. Se o primeiro passo já deu nisso, o restante não é preciso nem falar. Nesses dias, acontece de tudo. Menos o que a gente realmente queria que acontecesse. Prepare-se porque a nossa volta, os demônios estão à solta com seus chicotes e seu sarcasmo.

Mas atenção: demônios não são geralmente aquelas criaturas vermelhas, com chifres pontudos, tridente e um caldeirão efervescente particular. Na verdade, são nossos chefes, nossos vizinhos, nossos parentes, nossos representantes políticos... Não adianta colocar a culpa de tudo em Lúcifer, como fazem os integrantes de muitas igrejas. Ele, sozinho, não daria conta de tanta inferno....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

13/07/2008 - Chora Sanfona

"Tudo em vorta é só beleza
Sol de Abril e a mata em frô
Mas Assum Preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor"
(trecho de Assum Preto, de Luiz Gonzaga)

Ele se chamava Malaquias. Embora soasse bíblico, não tinha nada a ver com aquele santo de mesmo nome, que tinha visões do futuro. Esse Malaquias de quem falo, chamado de Malaco pelos mais próximos, pouco enxergava o tempo presente mesmo. Pudera, depois que passou da casa dos 80 anos, via muito pouco a sua frente. Caminhava devagar, mas era presença constante nas calçadas. Principalmente, naquelas que levavam à Praça da Capela....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Primeira   Anterior   280  281  282  283  284   Seguinte   Ultima