19/07/2008 - O choro de Fátima
Para uns, apenas uma imagem. Para muitos, uma fé sem tamanho. Para uns, um monte de gesso. Para muitos, um caminho de amor. Para uns, uma matéria morta. Para muitos, fonte de vida. Para uns, aplausos. Para muitos, barbárie. Para uns, o descaso. Para muitos, o choro. Eis as diferentes reações vivenciadas diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima que foi depredada em uma gruta do Rio Grande do Sul dias atrás.
Como filho de Nossa Senhora Auxiliadora, estou no grupo dos muitos que ficaram sensibilizados, abalados, assustados com o ato dos vândalos. Perfuraram os olhos da imagem, quebraram suas mãos, partiram seu corpo, tiraram-na do altar e a jogaram no chão com a violência dos que não crêem na própria mãe. Além disso, destruíram as placas de agradecimento dos fiéis pelas graças alcançadas e os vasos de flores. Para dar um tom de deboche ao ato, os delinqüentes colocaram dois bonecos de pano no altar.
E não adianta você me dizer que era apenas uma imagem. Há toda uma engrenagem complexa chamada fé por detrás da escultura. E fé não se explica, vive-se. Portanto, só tenho a lamentar pelos que não crêem na mãe de Jesus. Pobre destes órfãos que desconhecem a dimensão do amor materno. Para aqueles que ainda insistem na questão de um símbolo barato, eu pergunto: e se furassem os olhos, se rabiscassem o rosto, se rasgassem braços e pernas de uma foto de seu filho ou de alguém querido? Você iria ficar indignado ou sorrir ceticamente dizendo que tudo não passa de uma imagem, de um simbolismo bobo?
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