Daniel Campos

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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 284 de 320.

01/07/2008 - Durvinha "quebrou o rei"

Nos anos 20 e 30 do século passado, um grupo de justiceiros ou, melhor, cangaceiros, assombrava o nordeste brasileiro. Era época de Lampião e Maria Bonita, a versão sertaneja de Romeu e Julieta. Mas atrás das duas estrelas do cangaço, vinha um bando de causar medo em qualquer valentão. Juntos, eram paixão e destruição. Se uma vila negasse dinheiro ou, comida ou, apoio, ou fosse lá o que queriam, botavam para quebrar. Os cangaceiros seqüestravam crianças, incendiavam fazendas, matavam rebanhos, estupravam, assassinavam e torturavam. Se fossem atendidos em suas reivindicações, organizavam bailes e davam parte do que roubaram para a população local. ...
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30/06/2008 - Os pandas estão de dieta

Era só o que faltava: os pandas, aqueles tradicionais ursos chineses, estão de dieta. Mas não pense que eles têm que emagrecer para serem aceitos em seu mundo social assim como a ditadura da beleza tem obrigado mulheres e homens a fazer. Não, eles não querem ficar esqueléticos como as top-models que ganham milhões a custo de uma magreza sofrível. Afinal, os ossos expostos andam tão valorizados pela mídia que o Esqueleto está quase virando herói e o He-man, bandido.

Mas voltando aos ursos, a dieta deles é forçada por conseqüências drásticas. Depois do terremoto, que devastou boa parte da China, as florestas de bambus sumiram do mapa. Ou seja, esses animais que se alimentam dessa vegetação que é símbolo de força e flexibilidade estão sofrendo com o racionamento. Racionamento de bambus. Os pobres animais estão fazendo dieta à base de ração e fruta. Resta esperar que isso não seja a gota d`água para sua extinção. ...
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29/06/2008 - A noiva de São Pedro

Um dia ela chegou de vestido branco remendado com um buquê de flor de São João derramando das mãos. Era a noiva mais cobiçada da quadrilha. Tinha olhos de fogueira, sorriso de bandeirolas e corpo de viola caipira. Mas ninguém tocava aquelas cordas, posto que para todos os efeitos, ela era noiva de São Pedro. Sua mãe a prometera ao santo, caso ela vingasse. Nasceu fraquinha, quase morta, cheia de complicações, por volta dos dias do santo que, segundo a lenda, guarda a chave do céu. Não demorou muito para sua mãe, religiosa convicta, prometê-la ao santo. Por mais estranho que possa parecer, o povo do lugarejo levava essa história a sério e ela era considerada uma pessoa santa para os fiéis e uma fruta proibida para os infiéis....
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28/06/2008 - O beijo na boca de um robô

Você já deve ter ouvido a "pare o mundo porque eu quero descer" da boca de uma pessoa desesperada ou, no mínimo, não conformada com os rumos de alguma coisa. Pois bem, se alguém fizer o favor de parar essa nave sideral chamada Terra, eu desço. Mas tem que ser logo. Quero descer antes que a poesia do beijo seja extinta.

Não é de hoje que a ciência tenta desbancar o amor e o universo que o cerca com teorias baratas. Dia após dia, surgem manchetes na mídia tentando atrelar o sentimento máximo da espécie humana a uma simples e previsível reação química. Num futuro breve vão anunciar que o amor pode ser criado em laboratório!...
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27/06/2008 - Morreu dona Ruti

Morreu dona Ruti. Não, caro(a) leitor(a), não falo da dona Ruth, mas da dona Ruti, com "i" mesmo no final. Assim como a ex-moradora do Palácio da Alvorada, a nossa personagem, lá da periferia paulista, morreu do coração essa semana. Mas, ao contrário da sua xará, morreu na fila do hospital público. Não tinha médico nem leito para socorrê-la. O filho havia se envolvido com droga há alguns anos e sido morto por traficantes. O marido, seu Ferdinando, assim como Fernando Henrique, estava fora na hora fatal. De certa forma, fazendo política. Afinal, tinha que convencer o seu Joca, dono da casinha onde moravam, a arrastar o aluguel por mais alguns dias. Sendo assim, dona Ruti morreu sozinha ao lado de outros tantos anônimos, doentes e abandonados como ela. ...
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26/06/2008 - Os pés da mulher amada

Seus pés deslizam em minhas retinas como duas conchas pequeninas vindas de um mar onde Netuno anda a assobiar canções de amor. Lá estão eles, pelas pedras do caminho, brincando de esconder nas frestas da sandália como crianças arteiras. Andam quase que totalmente expostos. São de uma semi-nudez que só aguça os fios da minha imaginação. No entanto, são tímidos como eles só. Em seu dorso, um ramo e algumas flores. Ali, a primavera é eterna. Seus dedos, pequeninos, simétricos, avizinham-se perfeitamente, convivendo em grande harmonia. Se fizer silêncio, é capaz de ouvi-los cochichando alguns versos. Suas unhas, afrancesadas, fazem biquinho antes de aceitarem seguir em frente. Puro charme!...
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25/06/2008 - Muitas surpresas para 2010

Lula tem dito aos quatro ventos que não fará nada para disputar as eleições de 2010. No entanto, deputados petistas insistem na idéia de um projeto que o leve à re-reeleição. A única coisa certa, por enquanto, é Luís Inácio insiste em querer dominar o jogo e embolar o meio-de-campo. Quando o assunto é eleição, se for pênalti ou falta a 100 metros de distância, ele quer cobrar. Depois de disputar todas as eleições presidenciais dos últimos 10 anos, será difícil Lula ficar no banco de reservas.
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24/06/2008 - E a minha poesia subiu o morro

"Daniel,

Em nome da nossa Estação Primeira de Mangueira, escrevo muito agradecido pela sua crônica em homenagem ao Jamelão ('O samba e o choro', publicada neste espaço no dia 18 de junho).
Passá-la-ei para os seus familiares.

Atenciosamente,

Guerra Peixe
Vice-Presidente Cultural da Mangueira".


E não é que minha poesia subiu o morro. Foi com muita emoção que recebi o email do vice-presidente Cultural da Mangueira, o historiador Guerra Peixe, sobrinho do famoso maestro. Ao homenagear o mestre Jamelão, que faleceu no último dia 14, minha poesia deixou os horizontes deste site e foi voar mais longe. Trajando terno branco e chapéu de palha, meus sentimentos subiram o morro da mais querida das escolas carnavalescas do país e, quiçá, do mundo. ...
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23/06/2008 - O país da inércia

Considero Caetano Veloso uma das figuras mais inteligentes do nosso tempo, seja como músico, letrista ou provocador. Provocador? O que dizer de alguém que, cronologicamente, cria um movimento chamado Tropicália, revolucionando a forma e o conteúdo da MPB; que canta o funk "Um Tapinha não Dói" em seu show para fazer crítica social ao falso moralismo vigente na sociedade e assina um movimento contra as cotas raciais só para incentivar o debate. Caetano não gosta de nada pronto, de nenhuma decisão arrumadinha, de andar de acordo com a maré. Ao contrário, é daqueles que sai sem lenço e sem documento caminhando contra o vento. ...
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22/06/2008 - A cinderela e o bêbado fulano de tal

São três horas da manhã. A cidade dorme. E pelas ruas, um bêbado fulano de tal caminha com uma sandália nas mãos à procura de sua cinderela. Ó noite fria! Ó busca bela! Como soluços compassados, os carros passam com faróis atordoando os olhos já atordoados do bêbado que tropeça sem chapéu e sem bengala por linhas que a cigana charlatã não dá conta de ler. Não, não era Chaplin ou qualquer outro personagem famoso de cinema ou teatro. Era um astro das calçadas, mas não passava de um anônimo fulano de tal com a promessa de um romance nas mãos....
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