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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 283 de 320.
12/07/2008 -
Um sopro de luz chamado Halley
Com os olhares lançados ao vento quase agostino, velejo pelos quadriláteros do céu de inverno. Nesta época do ano, o manto negro que cobre a noite é mais espesso. Entre uma estrela tímida ali, uma vaidosa lá e uma outra perdida acolá, traço as linhas de constelações famosas e me pergunto pelo cometa de Halley. Foi esse cometa que trouxe a minha vida a idéia de finitude, de morte, de efêmero. Pudera, ele só passa sob nossos céus a cada 76 anos. Privilegiados os que conseguem vê-lo por duas vezes. ...
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11/07/2008 -
Chega de dançar a Tarantela
Hoje acordei ácido. Pudera, esse noticiário indigesto que temos que engolir só podia reverter em uma grande azia. Mas não é um simples vulcão estomacal que me toma, mas uma azia crítica. Chego a borbulhar sulfuricamente a descrença em relação aqueles que, contraditoriamente, fazem e validam leis que não são para todos. Os donos do Brasil querem nos obrigar a comer fatias e mais fatias de uma pizza podre. Plac Plac Plac! Palmas para o Supremo Tribunal Federal que acaba de tirar do forno a última fornada das redondas....
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10/07/2008 -
A revolta dos ratos
Não imaginava que as prisões de ratos banqueiros, ratos políticos, ratos mega-investidores, ratos adpetos das Ilhas Cayman iriam despertar a fúria de roedores pelo mundo afora. Até na terra de Hollywood, esses mamíferos estão revoltados. Eis que, caro leitor, uma multidão de ratos, praticamente uma facção criminosa e com alto poder de destruição, rumou determinada a invadir o trailer de uma mulher, de 43 anos, no norte da Califórnia. Talvez quisessem comida, espantar o frio, tomar um drinque, ter uma noite de amor em uma cama macia ou, simplesmente, vingar a operação que colocou atrás das grades alguns de seus amigos brasileiros. ...
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09/07/2008 -
No inferno não há estrelas
O rádio da viatura policial chama naquele conhecido tom de interferência. O que não se poderia imaginar era que o prenúncio de noite anunciado no céu fosse trágico ao ponto de ninguém olhar estrelas. Um dos policiais sufoca o pedal do carro com seu coturno e acelera. O outro pensa no dia horrível que teve e procura o tal suspeito, criminoso, bandido. Pelas ruas da mais carioca das cidades começam a perseguir um carro preto. A sirene grita ora vermelha, ora azul, abrindo caminho naquele final de domingo. De repente, um carro reduz a velocidade e encosta no meio fio. Será que os bandidos iriam se render ou preparavam uma armadilha para os policiais? ...
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08/07/2008 -
Limpeza cerebral
Dor de cabeça. Neosaldina. Anador. Novalgina. Nada disso resolve. Novena? Mantra? Chá? Socorro! Parece que há um lenhador morando dentro de meu crânio, colocando minha floresta cinzenta abaixo. Parece que há uma grande roda gigante levando meus neurônios para brincar de rodar. Parece que há um curto-circuito em meus nervos cerebrais e também nas demais ramificações. A verdade é que tudo conflui para a dor, para o incômodo, para o estresse. Os olhos pesam. Os olhos giram. Os olhos doem.
Deitado ou em pé, parado ou viajando, de olhos abertos ou cerrados como cortinas de teatro às terças-feiras, a dor castiga. A cabeça, como uma espécie de Hiroshima nuclear, parece que vai explodir a qualquer momento. E se meus pensamentos forem pelos ares, quem irá recolher os cacos? Talvez tudo seja considerado lixo tóxico. Já pensou? Meu pensar ter de ser extraditado para planetas distantes, como Saturno. Entre os pensamentos, alguns versos ficariam beirando calçadas como barquinhos em enxurradas e outros tentariam fecundar uma primavera nos jardins do medo. Com a minha cabeça aberta, minha poesia estaria solta para reinar à vontade. ...
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07/07/2008 -
A ilusão do carro na tomada
O TwinDrive Golf, carro elétrico apresentado pela Volksvagem, em Berlim, virou rapidamente manchete nos principais jornais do mundo. Pudera, vivemos o pavor do fim do mundo de modo que qualquer novidade positiva parece reacender a luz no final do túnel. No entanto, carros elétricos não são, propriamente, novidades. O primeiro carro elétrico foi construído em 1837. O que fez essa idéia não vingar durante esse tempo todo ainda é mistério. Mas pode ter certeza de que passa pelo forte lobby em torno do petróleo. ...
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05/07/2008 -
Bebendo Darcy Ribeiro
Mesmo diante do advento da lei seca e do bafômetro rolando de boca em boca igual paixão em época de carnaval, não tenho com o que me preocupar. Afinal, só bebo Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Garcia Marquez, Carlos Drummond, Fernando Pessoa e tantos outros 20 anos blues. Hoje mesmo vou beber uma dose caprichada de Darcy Ribeiro e o convido, caro leitor, a sentar-se nessa mesa sociológica comigo.
Para começar, vamos nos embebedar daquela famosa máxima darcyniana: "só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar". Assim como o filósofo mineiro, não vou me resignar nunca. E o Brasil deveria fazer o mesmo. Não deveríamos renunciar ao direito de ser feliz, de ter esperança, de sonhar com um mundo melhor, de amar numa mais que completa falta de limites... Por que vamos deixar que coloquem travas, freios, amarras, barreiras ao nosso desejo de "ser"?...
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04/07/2008 -
Vá em paz, Waldick
"Vou partir para distante
Vou viver pensando em ti
Vou morrendo de saudade
Ai quem me dera poder ficar aqui"
Em poucos episódios da história, música e compositor alcançaram tamanha sintonia atemporal. Assim como esse trecho da canção "Minha Despedida", os versos quarentões "eu não sou cachorro não, para viver tão humilhado" parecem ter sido compostos nesse exato instante por Waldick Soriano. Lutando contra um câncer de próstata desde 2006, o cantor, considerado um dos ícones da música brega, tem de conviver com o diagnóstico erudito dos médicos de que sua morte é irreversível. ...
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03/07/2008 -
Alice, cadê o país das maravilhas?
Alô! Alô! Alice!!! Está me ouvindo, Alice?! Tento conversar com uma das estrelas da literatura inglesa, mas ela não atende meus telefonemas. Felizes os personagens de romance que não têm celulares e seus aborrecimentos. No entanto, precisava falar com ela. Queria que me contasse onde fica esse tal país das maravilhas. Estou de malas prontas para desembarcar lá com minha família. Pelo amor dos loucos, onde é que eu acho a toca de coelho que vai dar num lugar fantástico povoado por criaturas mágicas? Por aqui, as únicas criaturas que encontro, fofocas à parte, não são nada maravilhosas. De um lado, está a crise do preço dos alimentos, de outros, os reajustes de alugueis, os juros dos cartões de crédito, a ascensão do barril de petróleo... Por onde quer que eu olhe só vejo as criaturas do país da inflação. ...
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02/07/2008 -
Vontade de Milton Nascimento
Vontade de pegar a boléia de um caminhão e dar um baile nos bailes da vida. Vontade de escalar as várias pontas de uma estrela. Vontade de abraçar o mundo na ternura e na dor. Vontade de jogar bola de meia, bola de gude. Vontade de cantar uma canção da América. Vontade de trabalhar o sal no amor e no suor que me sai. Vontade de chegar ao clube da esquina e ver que a vida se cansa na esquina. Vontade de não entender a saudade de um caminho que há muito se acabou. Vontade de ter um coração de estudante para falar de uma coisa que deve estar dentro do peito ou caminha pelo ar. ...
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