Daniel Campos

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31/05/2011 - Maria, passa na frente!

Maria, passa na frente! Passa na frente e abre nossos caminhos físicos e espirituais. Passa na frente e nos permita seguir seus passos. Maria, mãe dos caminhantes, passa na frente. E nos leve em romaria.

Passa na frente iluminando e cuidando de tudo. Passa na frente e espanta todos os males. Passa na frente com a chave dos mistérios. Passa na frente preparando a salvação. Passa na frente semeando sonhos e paz. Passa na frente, Maria, auxiliando os filhos teus. Passa na frente, Maria, e nos ensina a caminhar....
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30/05/2011 - Eu sempre acreditei...

Eu sempre acreditei que a vida poderia ser mais do que uma rotina, do que uma agenda, do que uma obrigação. Eu sempre acreditei que existe algo por trás de todas as coisas. Eu sempre acreditei em elfos, magos e bruxas. Eu sempre acreditei que a tristeza, um dia, cairia. Eu sempre acreditei que somos mais do que temos. Eu sempre acreditei em outras dimensões, em reinos paralelos. Eu sempre acreditei que a dor não venceria. Eu sempre acreditei que mais e mais eu sonharia...

Eu sempre acreditei que a chama de algumas pessoas jamais iria se apagar. Eu sempre acreditei muito mais nos livros de poesia do que nas manchetes de jornal. Eu sempre acreditei que a morte, uma noite, desistiria. Eu sempre acreditei que os silêncios falam mais do que as palavras. Eu sempre acreditei nas histórias contadas pelo vento. Eu sempre acreditei que as flores choram. Eu sempre acreditei que existe outro deus, diferente de tudo o que dele já se falou e se escreveu......
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29/05/2011 - Os desígnos da solidão

Por tudo que há de mais sagrado nesta terra, não se entregue aos desígnios da solidão. Escute seu signo, ruja feito leão, fleche como sagitário e se feche num aquário. Consulte seus antecedentes, seus adjacentes, suas tangentes e, de repente, se aconselhe com uma estrela cadente. Peça pela flor da flor, pelo recomeço do amor, pelo sim de deus e pelo fim do adeus. Peça, peça, peça que o tempo se apressa.

Por tudo que acredita, insista, por favor, em viver de asas abertas, em constante vôo. Deixe para trás a época das bocas desertas fazendo ofertas aos seus orixás. Dance com seu babalorixá, ceda sua mão à cigana, chama pelas videntes e advinhas. Algum espírito benigno, daqui ou de lá, há de lhe olhar, de lhe aceitar, de lhe cuidar e de lhe livrar dos desígnos da solidão. ...
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28/05/2011 - Manchester x Barcelona

A mulher de Manchester descende dos cavaleiros templários, tem uma beleza aristocrática e o apoio incondicional da rainha. A mulher de Manchester é conservadora, e toma o chá das cinco, segue a pontualidade do big ben, entende de mercado financeiro e declama Shakespeare. A mulher de Manchester se esconde em névoas e tende ao inverno. A mulher de Manchester vive estrategicamente, posiciona-se na defesa e avança em contra-ataques precisos.

A mulher de Barcelona é romântica, artística e de vanguarda. É ciumenta e independente, sonhadora e valente. A mulher de Barcelona tem traços e cores de Miró e Picasso. Catalã por natureza, vai para cima com todo lirismo e com um balançado contagiante, entorta a realidade, provoca quem está a sua frente e toureia corações. A mulher de Barcelona é temente a Deus, mas se rende aos pecados passionais. ...
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27/05/2011 - Palavras à mão

Quando escrevo, esqueço as teclas do teclado. Penso somente na caneta deslizando, como uma bailarina, pelo papel sem pautas. Em cada variação de letra ou em cada pausa mais corrida, deparo-me com a manifestação explícita do sentimento. Escrevo ao ritmo do vento que me dita linhas e versos. Um ritmo que varia, que oscila, que palpita. Não me preocupo com a caligrafia, minha letra segue quase ilegível até mesmo por mim. É como um código poético, aberto apenas pela chave da alma.

Letras correntes como água vinda da fonte. Letras lançadas ou cravadas na página, conforme o impulso, o instinto, a inspiração dominantes. Ao contrário do barulho das teclas pressionadas pela ponta dos dedos, o choro do parto das palavras nascidas do ventre das mãos. As palavras vão se acomodando sem muita ordem. Qualquer obediência às regras da formatação poderia por fim ao processo criativo em curso. Escrever à mão é uma tarefa delicada como esculpir um rosto ou prescrever uma receita médica. ...
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26/05/2011 - Vento de maio

O vento finado de abril vem lá do fundo do mundo, meio sem cor meio sem graça, descontente de amor, desacreditado da paixão. Vem frio e vazio, dobrando o horizonte, fustigando o chão. Vem raivoso querendo fazer tempestade, vem vento odioso querendo varrer da terra a saudade. Vem cortando de tristeza quem ama. Vem com fama de violento, levando cabra valente pra debaixo da cama. Vem vento agourento, apagando da fé a chama.

No entanto, conquanto, pra mó do espanto, quando encontra a flor de maio, aquieta-se entre os seus espinhos e tinge-se de vermelho, de rosa, de salmão, de champanhe, de branco. No branco dos véus das noivas que caminham pelos tapetes das igrejas de maio. O vento brabo fica manso, vira brisa nas bocas que trocam seguidos eu te amos. Deixa de ventar e começa a soprar um sopro divino, que dá alívio e criação à civilização da ventania. ...
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25/05/2011 - Contemporâneo

Ao contrário de vivo ou morto, passei a dizer que estou online ou offline. Nem luz do sol nem luz de velas, só há a luz da tela do computador. Eu não mais caminho ou vôo, apenas navego. Só amanheço depois de efetuar o login. Não abraço ou beijo, conecto. Meu bicho de estimação passou a ser o micro. A minha coleção de livros foi trocada por um netbook. Minha literatura diária ganhou ícones, abreviações, sinais codificados. Deletar ou adicionar, eis a questão. Meu coração virou modem.

Troquei as cartas, com seus envelopes e selos, pelos emails; Tenho caixas e caixas deles. Percebi que tudo começa com www. Meus sentimentos foram estilizados em emoticons. Passaram a compartilhar meus sonhos num ciberespaço e fazer sucessivos downloads de mim. Os hackers, piratas da rede, passaram a saquear minha alma. Apareço no you tube e sou celebridade do twitter. Escrevo, ou melhor, posto minhas memórias num blog. Ao contrário de nuvens de chuva, nuvens de tags no meu céu. ...
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24/05/2011 - Cinza céu

O tom cinza do dia parece pesar no céu. Um peso tão grande que nem o vento, que ricocheteia cortando as nuvens em milhões de pedaços, consegue arrastá-lo para longe. O céu, do amanhecer ao anoitecer, é borrado, como que sujo de inverno. É como se um deus das trevas passasse pelo celestial arrastando um manto espesso e turvo. Um céu que intimida o vôo dos pássaros, dos aviões e dos balões.

Só não é capaz de intimidar meus olhos, que voam querendo descobrir o que há por trás daquele cinza todo. No entanto, na maioria das vezes, meus olhos campestres acabam absorvidos por aquela cor fria e úmida. Não é à toa que nessa época meus olhos tremem mais do que de costume e, até mesmo, surgem com manchas de mofo. O mofo da melancolia. Em dias assim, a poesia surge pálida e quer ficar embaixo das cobertas. ...
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23/05/2011 - Liberté, liberté

Todo dia a gente nasce; todo dia a gente morre, um pouco. O corpo é só o corpo, por isso envelhece, fenece, apodrece. A alma amadurece como cachaça, a cada dia fica mais curtida, mais doce, mais querida e rejuvenesce a cada sonho. Rugas são depósitos de lembranças, cada traço abriga um sem número de crianças. Não fique triste o tempo não existe para além da nossa cabeça.

Enterre suas angústias, despeça-se de seus dramas, vele suas derrotas e comemore a chegada dos novos ciclos. Numa hora você é verão, noutra é outono. Agora você é quarto crescente, logo mais será quarto minguante. A vida é movimento. Abra os braços ao destino, aceite o tempo, sinta o vento. Dance nos braços de Merlin os passos de uma música que não tem começo nem fim....
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22/05/2011 - Dia das rosas

Hoje é um dia propício a encantamentos de amor e paixão. Afinal, hoje é dia das rosas. Dia ideal para namorar, noivar, casar. Dia de rezar, de ofertar rosas, de acender velas e incensos perfumados, de caprichar nas simpatias.

Hoje é dia de Rosália, o festival das rosas. Hoje é dia de Vênus, a deusa romana da beleza e do amor. Hoje é dia de Flora, a ninfa que floresce o mundo. Hoje é dia de Santa Rita, a santa que fez brotar rosas da neve.

Hoje ainda é dia de duas rosas virgens – Santa Quitéria e Santa Júlia de Cartago. Rosas mártires, mortas em nome da paixão de cristo, antes mesmo de desabrocharem. Rosas botões. Rosas sem espinhos espinhadas. ...
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