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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 197 de 320.
20/06/2011 -
Concentração... ação!
Viva aqui e agora. Concentre-se. Veja lá o que vai dizer. Comporte-se. Fazer ou deixar de fazer? Esqueça o passado. Rompa com o presente. Abocanhe o futuro como se ele fosse uma fruta madura. Fleche o destino, flerte com o tempo, acerte na dosagem do sentimento. Livre-se das almas penadas, das palavras charlatãs. Renasça a cada manhã. Torne-se fã de carteirinha dos seus altos e baixos. Sorria mais e franza a testa menos. Ocupe-se, não se preocupe. Fixe o olhar exatamente naquilo que você quer capturar. Borboleteie pelo clarão, serpenteie pelo chão. ...
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19/06/2011 -
Dados
Eu já lhe dei minha vida, minha alegria. Eu já lhe dei meu sangue, minha fantasia. Eu já lhe dei minha chegada, minha partida. Eu já lhe dei meu romance, minha escrita. Eu já lhe dei minha profecia, minha ferida. Eu já lhe dei meu buquê, minha margherita. Eu já lhe dei minha derrota, minha vitória. Eu já lhe dei meu porquê, meu depoimento. Eu já lhe dei meu brilho, meu trilho. Eu já lhe dei meu refrão, minha história. Eu já lhe dei minha solidão, meu sentimento. Eu já lhe dei minha nuvem, meu vento. Eu já lhe dei minha memória, meu tempo....
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18/06/2011 -
No limite da janela
Não deixa a janela aberta para que eu não me vá junto ao vento serenado à boca da noite. Se quiser manter a temperatura dos nossos sonhos estável não abra a janela porque lá fora pode não ser primavera. E daí, minha cara, como ficam as nossas flores? No entanto, mantenha os vidros limpos para que possamos saber o que existe lá fora. Só não esqueça, depois de terminar de limpar do lado de fora, de fechar as tramelas de modo a não permitir que eu sinta o cheiro do mar, dos jardins de hortelã, das damas da noite. ...
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17/06/2011 -
Ela que passa
Os homens, os bichos, as plantas suspiram, inspiram e se reviram todos quando ela passa. Seres feitos de carne, de seiva, de concreto, de vidro dobram-se diante de seu passar. As águas param de correr, as aranhas deixam de tecer, o pássaro se recusa a voar quando ela passa. Até mesmos os mais secos, os mais duros, os mais fechados se derretem e se abrem e se molham ao seu passar. Até os mais fieis cometem o pecado de acompanharem um ou dois ou três de seus passos. Até os padres param de rezar, os chefes deixam de cozinhar, os ceifeiros se negam a matar diante do seu passar. ...
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16/06/2011 -
Sentimento binário
A paixão mal acabara de cair e os olhares se encheram de uma saudade infinda. Saudade de um amor sem cansaço ou pressa. De um amor que não pega avião ou faz download, mas que anda a pé admirando jardins, vitrines e fachadas. Um amor que não faz vendaval, mas que flutua numa brisa tão leve que nem o suspiro se atreve a interrompê-la. Um amor que se permite imaginar e se deixa levar pela imaginação. Um amor com cheiro de pele e que não se esconde ou se ausenta, mas que fica à flor da pele.
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15/06/2011 -
Em seu colo lhe descubro
Quando em seu colo, eu posso sentir os sentimentos remexendo dentro do teu peito. Posso sentir as ilusões brincando em seu corpo. Posso sentir o tempo lhe transformando. Posso sentir os pedidos de desculpa e os agradecimentos se misturando em sua boca. Posso sentir suas vergonhas, seus medos, seus traumas, suas tramas. Não se aflija, pois sua aflição maltrata tanto sua alma quanto meus ouvidos, sensíveis aos seus gritos.
Eu sei dos seus pressentimentos e dos seus silêncios. Conheço seus pecados, suas culpas, suas explicações. Sei da sua sequência de sonhos e dos seus últimos pesadelos. Sei das pontes que construiu e das que teve de destruir. Conheço seus caminhos e descaminhos. Sei das vozes que lhe atormentam. Sei o que lhe habita. Sei o que palpita mais forte seu coração. Sei da canção que corre em suas veias. ...
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14/06/2011 -
Longe, longe
Estou longe. Longe de tudo e de todos. Longe de todas as maneiras e formas. Longe do verbo longear. Longe distante. Longe de tanto voar. Longe de muito cavalgar. Longe de sonhar. Longe estou, para mais longe ainda vou. Longe do mapa, do telefone, da cidade. Longe como pássaro no ciclo migratório. Longe do rumo e do prumo. Longe de qualquer civilização. Longe do sim e do não. Longe no espaço e no tempo. Longe da realidade e de tudo o que ela nos traz. Longe da mocinha e do vilão. Longe da solidão. Longe do sol e da escuridão. Longe do mundo. Longe, mas bem longe ao fundo. ...
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13/06/2011 -
Pós-dia dos namorados
Onde, onde estão os namorados de ontem? Será que ainda se beijam? Será que as palavras dos cartões de amor continuam válidas? Será que as juras não foram juradas em vão? Onde, pelo amor de São Valentim, onde estão os namorados de ontem? Será que festejam o amor amanhecido, que resistem ao tempo e ao espaço das coisas. Será que o amor bandido finalmente virou amor herói. Será que o amor doente já se curou? Será que o amor proibido enfim se libertou?
Ontem os namorados estavam felizes, trocando presentes e votos de felicidade, mas e hoje? Como estão? Para onde vão? Quem são? Será que as flores brotaram ou murcharam? Será que as alianças seguem nos dedos ou já estão nas gavetas? Será que o gosto que ficou dos bombons foi doce ou amargo? Será que as peças de roupa foram vestidas de pronto, guardadas ou rasgadas? Será que os sapatos saíram para dançar ou foram chutados para debaixo da cama? ...
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12/06/2011 -
Nomes próprios e impróprios
Entre tantas Marias e Josés, Joões e Anas, Claras e Franciscos, é difícil encontrar alguém que esteja plenamente feliz com seu nome. Há sempre alguém que queria ser chamado de outra forma. Afinal, o nome é uma coisa íntima que deveria ser escolhido pelo próprio dono. Não importa se o nome é complicado ou simples, precisa sintetizar a alma de determinada pessoa. Nem sempre o que é bom para os pais é bom para os filhos. Por isso, a ditadura do batismo, deveria ser extinta. Deveríamos ficar sem nome, ser chamados por números, até conseguirmos escolher nossos nomes próprios. ...
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Comentários (1)
11/06/2011 -
A chuva recriadora
De repente, começa a chover na mulher da estiagem. Que os amantes cavem, remexam e revolvam a flor da pele dessa mulher para que os poetas possam semear o amor. Úmidos, os sentimentos dessa mulher tendem a brotar com força, rompendo as sete camadas de solidão. A época de sonhos secos, mirrados e agonizantes acabou. Tem início o nascimento de um tempo de fartura, espalhando uma primavera fora de época pelo horizonte que a contempla. Raios a cortam iluminando-a em lampejos à santa Bárbara, em promessas à santa Clara. ...
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