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Encontrados 278 textos. Exibindo página 18 de 28.
04/11/2010 -
O tédio
O tédio corrói sem remédio os ossos do tempo. Tudo seca e, quebra e esfarela aos efeitos nocivos, corrosivos, incisivos do tédio. O tédio é o inimigo número 1 dos aventureiros, dos sonhadores e dos apaixonados. O tédio acaba com vidas pessoais, profissionais e sentimentais. O tédio é a falta de futuro, o fracasso do novo, a ausência de sonhos. O tédio é a continuidade do nada, é a vitória do nulo, é o fim da estrada. O tédio é o fantasma, o monstro, o câncer temporal e, até mesmo, atemporal. O tédio é qualquer coisa que enjoa e, que deixe à toa. O tédio é a pausa contínua que ecoa. O tédio é o fim antecipado. O tédio é o assédio da continuidade, a morte da saudade, o conformismo com toda e qualquer realidade. O tédio é a calamidade sem alarde, que chega na ponta dos pés e quando se percebe já ganhou a cidade. ...
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02/11/2010 -
Os seus mortos
Chora por quem morreu, por quem se perdeu, por quem se esqueceu. Chora os mortos de carne e osso e os mortos de sonho e desejo. Chora por mortos conhecidos e também pelos desconhecidos, mas, sobretudo, chora pelos mortos que teve que enterrar. Neste dia dedicado aos mortos, faça uma lista de quantos sonhos você matou por necessidade e quantos sonhos você deixou morrer por omissão. Quantos futuros recém nascidos, já crescidos e até mesmo em fase de concepção morreram a partir de uma atitude sua? ...
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07/10/2010 -
O telefone
O telefone toca, as palavras vão pulando pela boca afora em feitio de pipoca. Os parágrafos e estrofes que giravam pelas espirais, hoje navegam pelo ar em ondas digitais. Será que essas conversas são reais como barcos ancorados no cais ou tudo não passa de ilusão num mar de imaginação. O telefone toca, provoca, sufoca, invoca deuses e demônios. O telefone é agonia, é busca e procura, é fantasia, é suspense sem cura. É ranhura que arranha por dentro. É cavalo salteador que ninguém segura. É o estopim da loucura. ...
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04/10/2010 -
Odontofobia
Bombas de pânico vão explodindo lá e cá. O coração não aceita conselhos e pula feito burro xucro. Os pulmões doem a cada passagem de um novo fluxo de ar, pois o ar está áspero. O rosto perde cor. Há comichões e contrações. Há milhares de casamentos e separações de células nervosas a cada segundo. Há tonturas entontecendo a razão. Há uma tendência pessimista no ar. E o ar, como dito, está áspero, irrespirável. Ainda mais porque o ar tem cheiro de dor.
O sangue borbulha de aflição, ameaça um derrame. Os pensamentos se embaralham. Os pés tropeçam em angústias. Os olhos cegam. Há dores generalizadas por todo o corpo. Os sentidos perdem e ganham intensidade. Há uma estiagem de bom senso e uma epidemia de loucura. Raios e trovões dominam o corpo tomado por tempestades. O espírito arde. Ainda é cedo. Ainda é tarde....
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28/09/2010 -
O vento virou
O vento virou. Demorou, mas o vento virou. A chuva vem aí. Salve São José e São Benedito dos quilombos de Zumbi. Daqui um pouco ela chega. Benditas sejam as águas do céu, canta o bem-te-vi. Bendita seja a senhora das águas do céu, que torce o pranto de seu véu sobre nós. Que a partir dele, as sementes possam vingar, que os doentes possam se curar, que as bocas possam se alimentar. Santa ceia, santíssima chuva. Bendito seja aquele que transforma água em uva, que multiplica os pães, que manda chuva....
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22/09/2010 -
O amor cria micromundos
Já imaginou quantos micromundos existem dentro desse mundão? O mundo dos sentimentos é um deles. Cada casal apaixonado cria uma espécie de mundo particular. É como se a união de duas pessoas suprisse todas as necessidades físicas, mentais e espirituais a ponto de reinventar a existência humana. Nunca notou que os amantes falam uma linguagem própria, seja por meio de palavras ou sinais? Pois bem, duas pessoas apaixonadas formam um micromundo povoado por habitantes singulares, como a saudade, a insegurança, os sonhos. ...
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Comentários (2)
21/09/2010 -
O segredo dos relógios
É o relógio pulsando no pulso de quem volteia pra lá e pra cá como ponteiros que se encontram e desencontram a cada volta. É o relógio de parede nos observando dos cabelos aos sapatos. É o relógio de bolso nos acorrentando ao que vai ficando. É o relógio digital mudando as horas como se fosse mágico. É o relógio no visor do celular, no canto da tela do computador, piscando no painel do carro. É o relógio no forno microondas, nos jornais da televisão, nas fachadas dos prédios, na torre das igrejas. É o relógio sendo cultuado como objeto de apreensão nos saguões do aeroporto, da rodoviária, das estações do trem. É o relógio de areia, de sol, de corda, de lítio. É o relógio marcando o tempo da vida, anunciando o início das refeições sobre a mesa, o horário de acordar, sonhar e dormir, o banho, o momento da chegada e da partida. É o relógio tiquetaqueando pela nossa cabeça dizendo que está na hora de ir, de vir, de fazer, de comer, de saber, de querer......
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09/09/2010 -
O melhor é estar junto
O melhor é estar junto. Independentemente de onde e quando, o melhor é estar junto. É preciso ter perto olhos para projetar seus sonhos. É preciso que a distância de sua boca aos lábios da criatura amada não seja maior do que um impulso. É preciso estar perto física e mentalmente falando. É preciso estar perto a ponto de não haver a mínima brecha para o crescimento da solidão. O melhor é estar junto em cada caminho, em cada sentimento, em cada taça de vinho, em cada alento, em cada assunto.
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08/09/2010 -
O segredo da longevidade
Sim, a fonte da juventude existe. E eu sei como encontrar o jardim que a abriga. Para alcançá-la não é preciso enfrentar duendes, bruxas ou outros guardiões mitológicos. A única briga que terá de travar será contra sua natureza. Afinal, para chegar a tal fonte basta exercer uma atitude: não sentir saudade. Isso mesmo, o segredo da longevidade está em não remoer o passado, em não chorar os nossos mortos ou o que ficou pelo caminho. Vinho? Dietas? Ioga? Esses ensinamentos são paliativos, na verdade, acumula mais idade quem não luta a todo e qualquer momento para ter uma chance de voltar. De voltar atrás em gestos e palavras, em dias e estradas. Convença-se de uma vez por todas: vive mais e melhor quem vive adiante. ...
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04/09/2010 -
Olhos de brisa
Seus olhos são cursos d’água. Sentimentos e palavras correntes pelos contornos urbanos do seu eu. Olhos de rios. Olhos de lagos. Olhos oceânicos. Olhos submersos, escondidos a mil léguas submarinas. Olhos ilhados, boiando nos meus. Olhos doces, néctar das gaivotas. Olhos de sal, saudade da cidade lateral. Como é bom sentir seus olhos respingando nos meus. Quantas braçadas são necessárias para cruzar seus olhos? Como eu faço para levar meu barco ao seu porto? Será que basta fechar os olhos e esperar seus ventos me soprarem seus segredos? ...
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