Daniel Campos

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Encontrados 278 textos. Exibindo página 14 de 28.

14/03/2012 - O silêncio que mata

Depois do baile, os sapatos estarão no chão e os pés tatuados de notas musicais. Na planta dos pés, partituras inteiras. Pés com predominância de sol, de fá, de mi... Pés bailarinos silenciados de dor. Não da dor de calos ou bolhas de sangue, mas da dor do silêncio. Do silêncio nascido da ausência de música. Os músicos se perderam, os pares foram desfeitos e o salão ficou tão escuro quão noite sem vagalume. O corpo deserto e incerto como um eclipse que traz sempre a dúvida entre o temporário e o eterno. ...
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29/02/2012 - O deus do movimento

Se um dia o mundo acabar é porque Oxumaré caiu. Oxumaré é quem controla todos os movimentos, todos os ciclos, todas as fases do que chamamos de mundo. Se a terra parar de rodar é porque Oxumaré nos deixou. É Oxumaré quem cuida das estações do ano, quem faz a noite virar dia e o dia virar noite. Oxumaré não pode ser esquecido, pois se o mundo perder sua natureza cíclica toda vida que há irá se extinguir.

Oxumaré é quem garante a constante renovação do universo. É a cobra que troca de casca para seguir adiante. É o orixá que sobe ao céu e desce a terra pelo arco-íris. É o filho de Nanã Buruku, a senhora dos pântanos e das chuvas que cedeu o barro para o homem ser moldado. Oxumaré é o encontro do homem com a mulher, do macho com a fêmea, a junção que assegura a perpetuação da espécie humana. ...
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24/02/2012 - O amor e o gladiador

Pode ou não um gladiador amar para além da arena? Será que suspira por um perfume de mulher ou pelo cheiro de sangue? Será que ele grita de prazer ou de dor? Será que consegue empunhar rosas no lugar das espadas? Será que se expõe ao amor ou não deixa o escudo de jeito algum? Será que tem mais cicatrizes na pele ou no coração? Será que sonha com mulheres ou com batalhas? Será mais fiel ao seu dono ou aos seus sonhos? Será que troca a areia da arena por lençóis macios?

Pode ou não um gladiador amar para além da arena? Será que ele se entrega a uma paixão como se doa a um combate? Será que pediria misericórdia se vencido por uma mulher? Será que trocaria os grunhidos por sussurros? Será que é capaz de trair a morte, com quem desde que casou mantém uma relação de proximidade e de cumplicidade? Será que ele consegue abraçar alguém sem causar fraturas ou escoriações? Será que mesmo sendo considerado um titã teria ciúme? ...
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16/02/2012 - O marujo Alcides Diniz

Economista de profissão, humanista de natureza. Assim é Alcides Diniz, Vazante de generosidade, de espontaneidade, de amizade. Há quem nasça sonhador, poeta, político. Alcides nasceu e cresceu e amadureceu das três formas. Um servidor público que não se importou em subir degrau por degrau de uma carreira repleta de sentidos e significados. Exemplo, referência, memória em permanente construção. Por meio de um olhar sensível e aguçado, Alcides vaza e extravasa a certeza de que vale à pena acreditar, caminhar, lutar e, sobretudo, navegar em busca de sonhos e realizações. ...
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10/02/2012 - O canto lá de fora

Alguém canta e recanta lá fora. É um canto de quem chora, de quem veio embora, de quem está fora de hora. É um canto agreste que gruda na alma feito cipreste. É um canto ou um lamento o que ecoa da boca do vento? É um canto cheirando a bebida. Sim, é um canto bêbado por natureza, embriagado de ilusão, que em seus primeiros passos, ou notas, tropeça em fantasias. Dá a impressão que vai desafinar a qualquer momento, atravessar o ritmo, subtonar o tom, mas segue próximo à perfeição. Às vezes atrás, outras à frente....
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07/02/2012 - O pássaro e o avião

Não há pássaro mais sem graça que o avião, que voa sem bater as asas. Aquela movimentação curvilínea das asas é o que rende a coreografia ao pássaro. O voo rígido e mecânico de um avião está longe de permitir um balé nos céus. Além disso, o avião não faz ninho, tampouco migra de acordo com o clima. O pássaro de aço é estéril e não se relaciona com seus pares. Leva pessoas, mas não se leva para lugar algum. Aliás, não tem destino próprio. É um escravo sem direito a nome. É chamado por siglas e números. Não troca penugem, tampouco se apaixona. ...
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06/02/2012 - Os grilhões da morte

Quando é que seremos livres da morte? Da morte diária que nos persegue e pouco a pouco nos tira tudo, independentemente se esse tudo é concreto ou abstrato, real ou fictício, físico ou psicológico. Nascemos já sob os efeitos da morte. Ela mata o nosso primeiro riso num choro, corta o cordão de carne que temos com outro ser e nos coloca numa estrada regressiva. Caminhamos para a morte. Mas a morte não é somente o fim, mas todo o processo. Pois morremos sempre, a cada passo, a cada voo, a cada mergulho. ...
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04/02/2012 - Oxalá, salvai-nos!

Por todo encanto e pranto que há no ar, meu Senhor do Bonfim, volte seus olhos para a Bahia de Todos os Santos. Saravá Oxalá, não permita o mal reinar na terra de Caymmi, de Jorge Amado, de Mãe Menininha... Oxalá, senhor de todos, salvai-nos. Salvai-nos do terror, do ódio, da desordem, do desamor. Salvai-nos do caos dos homens.

Senhor dos panos brancos, cubra o seu reino com a paz da criação. Nem que para isso precise convocar as armas de Ogum, as tempestades de Iansã, as cobras de Oxumaré. Que Iemanjá leve tudo de ruim pras águas profundas do mar profundo. Meu senhor do Bonfim, tenha misericórdia de mim e de todos os que não querem o fim dessa terra....
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27/01/2012 - O despertar

Alguém me acorde pelo amor de deus. Algo muito grave está por acontecer e eu preciso ver. Eu não sei o que é, mas sei que tenho que estar lá. É melhor eu ir do que ficar aqui nesse sono profundo que me deixa inerte, preso a essa cama e a um mundo que não governo. Preciso despertar dessa maresia onde sonhos e pesadelos vão e vem em feitio de ondas. Tenho de lavar o rosto, calçar os sapatos, pegar meus óculos e partir para o destino que me destina.

Eu tenho que ir. Tenho medo, mas tenho que ir. E além do mais eu não tenho escolha. É questão de sina. Ou eu vou ou ela me assassina. Também não posso ficar mergulhado no meu inconsciente. São tantos fantasmas pessoais e de terceiros. Não há como fugir. Tenho que partir. Partir ao meio. É um trajeto tão desconhecido, mas tão comum e diário que eu sei décor. Não preciso de guias ou de mapas. Eu me levo e se precisar eu me carrego. ...
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10/01/2012 - Os caminhos do tempo

Tudo é muito rápido. Os dias se sucedem com a velocidade de um cometa. Quando penso ser ontem, já sou amanhã. E quando chego ao futuro nada mais sou do que passado. Pensei ser um viajante do tempo, mas é o tempo que viaja em mim. Sou apenas uma ficha de cassino à mercê de uma grande roleta. Sou apenas uma aposta. Alguém que sonha ganhar, mas que a cada segundo transcorrido perde um pouco mais de tempo. Nem petróleo, nem ouro, nem conhecimento, a maior riqueza da humanidade é, sem dúvida alguma, o tempo. ...
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