Daniel Campos

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Encontrados 278 textos. Exibindo página 13 de 28.

09/05/2012 - O sonho e a vida

Um sonho é feito para viver. A vida, para sobreviver. O sonho é Copa do Mundo. A vida, uma pelada. O sonho é um amor eterno. A vida, uma paixão barata com prazo de validade. O sonho é uma casa no campo. A vida, um calabouço. O sonho é um pássaro. A vida, uma gaiola. O sonho é a fartura. A vida, a miséria. O sonho é uma nuvem de anjos. A vida, milhares e milhares de demônios. O sonho é corado. A vida, um desbotamento só. O sonho é canção. A vida, desafinação. O sonho engravida. A vida, aborta. O sonho é poesia. A vida, brita. O sonho sussurra. A vida, grita. ...
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05/05/2012 - Omolu, rege minha saúde, Obaluaê

Atotô, atotô, Obaluaê, atotô, atotô ajuberú, Omolu. Palmas para Obaluaê, rei, senhor da terra. Palmas para Omolu, filho e senhor. Obaluaê é moço, é caçador, é guerreiro. Omolu é velho, é guardião, é feiticeiro. Eles são a mesma força da natureza, têm o mesmo significado e ligação. Omolu é Obaluaê, êê. Obaluaê é Omolu, atotô ajuberú.

Ninguém pode se atrever a ver o que se esconde detrás da palha de Obaluaê. Ninguém pode sequer imaginar encontrar Omolu nu. As palhas escondem o brilho do sol e o mistério da morte. As palhas ocultam o senhor das pestes e das moléstias. Obaluaê está no funcionamento do organismo. Omolu está na dor, na agonia, na aflição que sentimos. É o orixá que traz e leva as doenças. ...
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17/04/2012 - O milagre da aura dos apaixonados

Que a aura dos apaixonados extravase em toda sua intensidade manchando cada célula humana com suas cores. Uma tempestade de cores e tonalidades. Que essas cores infestem a paisagem como epidemia. Que a aura dos que amam, e amam demais, realize uma sangria nos sentimentos que passam alheios às coisas do coração.

Que a explosão atômica da aura dos apaixonados traga num novo big ban luz ao palco dos acontecimentos cotidianos. Que ela ilumine os sonhos e as escolhas dos que se encontram nas encruzilhadas do destino. Tons e sobretons colorindo aqueles que insistem em preencher a aura alheia e, até mesmo a própria, com sombras. Que nossos corpos sejam corpos de luz. ...
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12/04/2012 - O silêncio e as palavras

É preciso reconhecer quando não há mais espaço para palavra alguma. Tudo já foi dito e redito. Agora cabe ao silêncio cuidar de tudo. É bom lembrar que o tempo age fazendo-se de mudo. É momento de deixar as frases se assentarem. O que secou pode brotar. O que queimou pode se regenerar. O que ficou pode voltar. As palavras necessitam de um tempo de maturação para surtirem o efeito esperado. Como na passagem da lagarta para a borboleta, as palavras que agora rastejam amanhã em pouco tempo podem abrir as asas. ...
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07/04/2012 - O mundo inteiro para ela

Nada para mim, tudo para a mulher amada. O que sou, o que tenho, o que sonho, tudo pertence à mulher amada. As flores que cheiro, os frutos que dou, as raízes que me sustentam são da mulher amada. Os sacrifícios que faço, o tempo que desfaço, o que eu perco e o que acho são obra da mulher amada. O que chega, o que fica e o que escorre dos meus olhos dizem respeito diretamente à mulher amada. Os movimentos das marés e das estrelas imitam o balançado e o ritmo da mulher amada.

O que eu prometo ou ofereço o faço à mulher amada. O que vejo no espelho, no fundo do copo e nas linhas da minha mão é o mesmo reflexo da mulher amada sob várias angulações e profundidades distintas. O sabor que fica na boca, a cor que não desbota, o perfume que impregna são resultado da presença ou da ausência da mulher amada. Os adjetivos e suspiros convergem à mulher amada numa estrada de mão única na qual a saudade segue na contramão....
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05/04/2012 - Observações sobre a mulher amada

A mulher amada some mesmo continuando viva. Seus pulsos podem ser sentidos mesmo depois de dias e dias de ausência. A mulher amada quer ser salva, mas nem sempre está ameaçada. Querer ser salva é apenas uma tática para continuar viva na memória. As mocinhas sempre habitam a cabeça dos heróis e dos vilões.

Agora, uma coisa é certa: se não for amada, a mulher não existe. Ao menos não a mulher amada. O que não amamos desaparece do nosso dia a dia. É bom repetir um beijo ou uma palavra para continuar pulsando. Há sempre um prazer oculto na ausência da mulher amada, que sai de cena para nos trazer sua saudade. ...
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03/04/2012 - O mistério da figueira

No domingo, o Rei entrou na cidade de Jerusalém e foi saudado por ramos. Na segunda, Maria ungiu Cristo no banquete de Bethânia. A quarta é das trevas. Na quinta aconteceu a última ceia. Na sexta, a crucificação. O sábado é de aleluia. E domingo, de Páscoa. Mas e hoje, terça-feira da Semana Santa, o que aconteceu há quase dois mil anos? A maldição da figueira.

Jesus teve fome. Na semana dedicada ao jejum, Jesus teve fome. Ao avistar uma figueira à beira de seu caminho foi até ela, mas não encontrou fruto algum. O filho de Deus não pensou duas vezes antes de amaldiçoar a figueira. A árvore secou imediatamente. Até os discípulos ficaram admirados diante de gesto tão radical. Um gesto que não combina com o Jesus paz e amor cultuado hoje. ...
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30/03/2012 - O dono da sexta-feira

Èpa Bàbá! Èpa Bàbá! Toda sexta-feira é de Oxalá, é de Oxalá. Hoje eu visto branco, branco leitoso, pro senhor dos panos brancos. A Ele pertencem os olhos que tudo alcançam. Ele é Jesus, Senhor do Bonfim, o fim do nosso caminho. Quando moço ele é chamado de Oxaguian. Se aparece velho na roda é Oxalufan. Símbolo da paz, Oxalá é mais a quem o traz ao lado. O branco de Oxalá representa todas as possibilidades e a base de tudo o que é criado.

Oxalá, Orixá Fun Fun, carrega consigo o saco da criação. Oxaguian, jovem guerreiro, vem com idá (espada), mão de pilão e escudo. Oxalufan não gosta de choro e guia o mundo com o seu opaxorô (cajado de metal). Juntos são Oxalá, o pai da brancura e da união entre os povos do universo. Oxalá, o rei pacificador, é o fim pacífico de todo os seres. Oxalá é o momento de partir em paz e o branco é a cor do luto dos rituais. O que Exu inicia, Oxalá termina sem ais. ...
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27/03/2012 - O amor quando acontece

Quando o amor acontece, o relojoeiro perde a noção das horas. A moça que sofre de claustrofobia fica num sobe e desce com o ascensorista do elevador. A mulher que não sabe nadar e morre de medo de água se deixa levar pelo barqueiro. O fixo cai na conversa do móvel. O torcedor fanático se rende à novela. O rock abraça o jazz e sai pelo salão em passos de valsa. A onça se entrega ao caçador.

Quando o amor acontece, o santo beija o orixá. O caipira não se cansa de i love you. Adão e Eva andam nu. O juiz se apaixona pela ré antes da sentença. A menina rica joga charme para o mendigo. A beata cai nos braços do pecador. O violeiro se apaixona pela canção do silêncio. A trabalhadora aceita sustentar o vagabundo. Os cavaleiros do apocalipse flertam com o começo do mundo.


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25/03/2012 - O sorriso de Isabella

A menina e o sorriso. Na verdade, não se sabia se a menina era o sorriso ou o sorriso era a menina. O fato é que um estava intimamente associado ao outro. Sorriso doce e inocente, marcante e suave ao mesmo tempo. E o seu sorriso era mágico a ponto de fazer todos ao seu redor sorrirem também. Aliás, a menina tinha o poder de tocar a alma alheia com extrema facilidade e delicadeza. Tanto que quando o sorriso se calou o mundo inteiro chorou.

A morte de Isabella desmanchou incontáveis sorrisos. Homens e mulheres, velhos e crianças, sóis e luas, árvores e pedras, ruas e flores, deuses e humanos,..., todos perderam seus sorrisos com a perda da menina que sorria de um jeito único, num infinito particular. O sorriso de Isabella tinha tempo e espaço próprios. Se a pureza tivesse um desenho, certamente seria o contorno da boca risonha de Isabella. ...
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