Daniel Campos

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Encontrados 278 textos. Exibindo página 15 de 28.

31/12/2011 - O fim do mundo

Se a previsão dos Maias for confirmada, esta pode ser a nossa última virada de ano. O fim do mundo está previsto para o dia 21 de dezembro de 2012, o dia do solstício. De certa forma, no plano místico, tudo está sendo encaminhado para a concretização deste enredo. Afinal, 2012 será regido por Oxalá, o orixá da renovação, e por Oxum, a senhora das novas vidas. Portanto, o próximo ano será de muitos nascimentos e renascimentos. Porém antes de nascer e renascer é preciso morrer.

Oxalá prevê a recriação do mundo, dos homens, das relações e Oxum traz à tona a gestação de um novo tempo. Oxalá, o senhor dos panos brancos, e Oxum, a rainha dourada, vão passar de mãos dadas em 2012, trazendo promessas de paz e amor. Oxalá, o guerreiro pacificador, e Oxum, a mãe da vaidade, vão nos conduzir à morte para que a partir dela encontremos um novo mundo. Oxalá é considerado o fim pacífico de todos os seres. Oxalá é quem determina o fim da estrada, o fim da vida, o momento de partir em paz. ...
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24/12/2011 - Obrigado senhora nossa

Obrigado pela maternidade contínua. Pelo colo em todas as horas. Por guiar cada passo meu, acalentar toda e qualquer aflição, cuidar dos meus sonhos. Obrigado por me deixar entrar em sua casa. Pelas broncas, pelos conselhos, pelos cuidados comigo. Obrigado por tudo o que me oferece - pelo o que eu sei e pelo o que ainda não sei compreender.

Obrigado pelos encontros diários, por ouvir os meus chamados, por nunca ter me dado as costas. Pelas estrelas que iluminam minhas noites mais escuras, pelas pétalas que faz nascer ao meio das minhas ervas dadinhas, pelas suas canções que não me deixam sozinho. Obrigado pelo novo e também pelo antigo que me possibilita viver....
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19/12/2011 - O futuro caminha

O futuro caminha na corda bamba de sombrinha. Qualquer descuido ele pode vir ao chão. E se quebrar. E se atrasar. E tomar outro rumo. O futuro caminha de olhos vendados. Ele já sabe o que vai encontrar. Ele já sabe onde vai chegar. Ele não pode se distrair pelo caminho e de repente fugir do seu destino. O futuro é menino. Vive afoito demais. Vive aprontando demais. Vive inocente demais. O futuro é pequenino, cabe na palma da mão, num canto do olhar, numa palavra. O futuro é sim e não, é o que grita e o que cala, é metade amor e metade solidão. ...
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09/12/2011 - Outro dia noutro

Outro dia ela aparecia, ela sumia, ela bebia um drinque de lichia. Outro dia ela queria, ela pedia e não se ouvia. Outro dia ela falava fantasia, vivia de poesia e se lambuzava de ambrosia. Outro dia ela abria a janela, persuadia o vigia e fugia. Outro dia ela sabia, ela conhecia, ela se queria. Outro dia ela escurecia, ela reluzia, ela não se entendia. Outro dia ela fingia, ela sorria, ela sobrevivia. Outro dia ela fazia advocacia, engenharia, magia. Outro dia ela sumia numa anorexia. Outro dia ela benzia o meu nome, noutro ela não me sabia......
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28/11/2011 - Os ares de Ayres Britto

Ares verbis, ares movimentu, ares juris et de jure. Ar, Ares, Ayres Britto. Ar manso e revolucionário, vento, ventania, vendaval de ideias e ideais, de versos métricos e livres, de quadras e sonetos, de abstrações e anotações. O gabinete do jurista-poeta ora é biblioteca viva ora sala de recepção onde leis, capítulos, versículos, artigos, personagens reais e fictícios bailam pelos ares de Ayres. A fala envolvente no contexto dos gestos desenhando textos no ar e nos ares de Ayres Britto.
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26/11/2011 - O contrário

Se telefonar eu não atendo. Se bater eu não abro. Se abusar eu denuncio. Se chegar eu grito. Se pedir eu não faço. Se mandar eu esconjuro. Se dormir eu corro. Se bobear eu fujo. Se achar eu perco. Se entender eu complico. Se seguir eu atalho. Se subir eu desço. Se perdoar eu peco. Se chamar eu silencio. Se prender eu escapo. Se embarcar eu desembarco. Se iluminar eu escureço. Se ligar eu desligo. Se escrever eu não leio. Se colorir eu desboto. Se viver eu morro.

Se chorar eu sorrio. Se beber eu não engulo. Se comer eu não mastigo. Se cair eu sigo. Se ofender eu ignoro. Se pintar eu bordo. Se endireitar eu entorto. Se for eu fico. Se ficar eu vou. Se ensinar eu erro. Se vier eu disfarço. Se quiser eu não quero. Se acenar eu não vejo. Se secar eu molho. Se limpar eu sujo. Se curar eu machuco. Se beijar eu mordo. Se separar eu caso. Se semear eu não colho. Se cuidar eu descuido. Se desistir eu continuo. Se sim eu não.


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13/10/2011 - O amor me faz assim

O amor me domina, me tira do sério, me rouba o juízo, me dá sua língua. O amor me agiganta, me transmuta, me leva a outra dimensão. O amor nunca obedece as minhas fronteiras, rompe meus limites, confunde meu sim com seu não. O amor em mim é marco e micro, sol e chuva, luz e escuridão ao mesmo momento. O amor me multiplica, me acaricia e me esbofeteia com a mesma intensidade. O amor me transforma em saudade, em distância, em silêncio...

O amor me faz repensar a solidão, a ciência e o tempo. O amor me tira do chão, e depois me faz cair do céu mais alto, e depois ainda me entrega novas asas. O amor me condena, me inocenta, nunca me esquece ao longo de sua sentença. O amor me faz andar contra a corrente, matando ou morrendo em nome dele. O amor me lê e permite que eu o escreva. O amor me hipnotiza, me faz de gato e sapato e depois explode dentro de mim átomos e mais átomos de amor. ...
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11/10/2011 - Oceânica

Suas lágrimas dão sabor a minha pele, a minha alma, a minha jornada terrena. Sua salga ora suaviza ora ressalta o gosto de um sentimento, dependendo da intensidade de seu choro. Também altera a minha cor e a textura dos meus pensamentos. O pranto é simples, intuitivo, receptivo.

Uma desilusão, uma decepção ou uma traição força a saída do sentimento salobro, desidratando sua alma de sereia. Quanto mais dor, mais sal e mais intensa a desidratação. O cenário influencia a salga. E o tipo de choro também faz diferença ao temperar corações alheios....
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10/10/2011 - O amor e suas coisas

Não há razão alguma para resistir ao amor em nenhuma de suas formas. O amor chega escancarando portas, desobedecendo a normas, quebrando correntes, ignorando o segredo dos cadeados. De nada vale fingir ou adiar o que não tem desculpa. O amor, mesmo perdido, acha a criatura amada, seja nos porões do esquecimento, nas masmorras da solidão ou em qualquer outro esconderijo físico ou psicológico. Não há tempo ou espaço que detenha a sina de um amor de se cumprir em nós.

O amor já nasce jurado a ser amor por toda sua existência. É algo que foge da compreensão da ciência, que une pecado e inocência num mesmo corpo, contentamento e sofrimento num só tempo. Pode se ferido, mas não destruído. Pode ser proibido, mas não banido. Pode ser traído, mas não proibido. Pode ser bandido, mas não subtraído. O amor pode se transformar, mas vai continuar a ser amor, amor, amor......
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25/09/2011 - O vento galanteador

Quando soprou o vento norte, ela estremeceu num típico fricote. Aquela ventania lhe envolveu, lhe roçou, lhe beijou, lhe possuiu. A sensação de frio lhe fez cobrir o decote do vestido. Ouviu vozes. Esconjurou a morte. Redobrou o sentido. Negou o arrepio. Olhou para o vazio com olhos assustados. Recitou baixinho aquele salmo que fala dos prados. Foi tomada por um imenso mal-estar. Ficou tonta e rodou como no balanço de um fado. Havia se afasto de Deus por inúmeras razões pessoais, porém, a aflição lhe fez pedir perdão de seus pecados. Andava para frente, para traz, para os lados. Ficou sem direção. Ensaiou um choro, mas suas lágrimas foram varridas do rosto pela ação do vento. E logo vieram sorrisos. O vento lhe fazia cócegas e ela ria como criança. ...
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