Daniel Campos

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Encontrados 372 textos. Exibindo página 18 de 38.

09/11/2012 - Avisos

Expulse os fantasmas do seu sótão. Tire as pedras do seu sapato. Encare suas dívidas e pendências. Ilumine seu porão. Cicatrize suas feridas. Tranque as portas do passado. Não chore por quem não merece. Estanque essa sangria desatada. Não pense duas vezes. Tenha cuidado e atitude ao mesmo tempo. Engula o orgulho, por mais ferido que ele esteja. Tente uma, duas, três mil vezes até conquistar o que quer. Quando não sentir mais os pés no chão tenha certeza de que deve estar perto uma mulher.
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03/11/2012 - A chuva da noite

A chuva da noite silencia a terra num quê de perfume. A chuva da noite coloca os pássaros nos ninhos. A chuva da noite apaga os vagalumes. A chuva da noite traz um refresco aos corações acalorados. A chuva da noite atiça sonhos não vingados. A chuva da noite pede um sono de conchinha. A chuva da noite espanta a sequidão de ideias. A chuva da noite inspira, suspira, pira. A chuva da noite provoca como mulher que é. A chuva da noite pode ser encarada como prova de amor ou de fé. A chuva da noite cai como um buquê de noiva. A chuva da noite cola feito confete de carnaval. A chuva da noite está acima do bem e do mal. A chuva da noite é uma volta ao útero da natureza, uma beleza visceral. ...
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26/09/2012 - Andante

Andante, sigo adiante. Sou andante do tempo e do espaço. Ando pelos traços do dia, pelos braços da noite que me puxam, que me agarram, que me amarram. Sou andante do meu destino. Sou andante das taças de vinho, das roupas de linho, das cordas do pinho. Sou andante em busca do tesouro perdido, do mundo proibido, do amor entre a mocinha e o bandido. Sou andante dos lagos, dos magos, dos afagos.

Sou andante, amante das histórias. Sou andante, retirante das memórias. Ando pelas enseadas da ilusão, pelas montanhas da imaginação, pelos desertos da alucinação. Ando com um, com dois, com doze, com cinquenta, com mil pés. Ando pelos passos da mulher amada. Ando sob os percalços da estrada. Ando descalço pela lua dourada. Ando sem paradeiro feito mãos de um deus violeiro. Ando inteiro e ao mesmo tempo deixando pedaços meus. ...
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21/09/2012 - Árvore-da-rima

Araticum e Urucum. Araçá-amarelo e Marmelo. Angico e Ficus. Cateretê e Ipê. Ipê-roxo, Ipê-rosa, ipê-verde. Ipê-jardim e Jasmim. Ipê-felpudo, Ipê-preto, Ipê-una, Ipê-cumbuca. Pinheiro-do-Paraná, Araçá, Jabuticabeira Sabará, Baobá, Jatobá, Ingá do Brejo, Jacarandá, Juá, Jaracatiá e Manacá. Cajuaçu e Cupuaçu. Cabreúva, Embaúba e Macaúva. Jatobá e Jequitibá. Orelha-de-mico e Orelha-de-onça. Chapéu-de-sol e Árvore do Céu. Cássia-aleluia, Cássia-carnaval e Cássia-imperial.

Mangueira, Aroeira, Quaresmeira, Goiabeira, Pitangueira, Amoreira. Guamiri e Juqueri. Abacateiro e Limoeiro. Pau-jangada, Pau-pólvora, Pau-d’alho, Pau-ferro, Pau-formiga, Pau-jacaré, Pau-mulato, Pau-óleo, Pau-rei. Pau-brasil e Tamboril. Cacaueiro, Árvore-do-dinheiro, Cajueiro, Monjoleiro, Damasqueiro, Coqueiro, Jambeiro, Umbuzeiro, Juazeiro e Salgueiro. Nêspera e Nogueira. Baraúna e Sumaúma....
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20/09/2012 - A magia da ventania

A ventania provocou o sabiá, que desandou a cantar, a cantar, a cantar aquele velho refrão como que numa sinfonia já nas primeiras horas do clarão do dia. O ventou levantou o pó e, deixou a galha sem frutos ou flores ainda mais só e deu um nó nas previsões do tempo. O vendaval espalhou folhas de árvore e de papel pelo quintal, misturando seiva com Neruda, nervuras com Drummond. O som do vento provocou uma chuva de sentimento pelas camas, um boom por entre camisolas e pijamas.

A ventania fez a alegria do pardal que de pulo em pulo foi apresentando seu musical. O vento desalinhou os cabelos, desequilibrou os botões de rosa, calou até a rotina mais sestrosa. O vendaval limpou os caminhos, suscitou o desejo de bons vinhos, desafinou o lá menor dos pinhos. O vento foi como um unguento para as almas mais doloridas. Ventou alívio e arrefecimento mesmo que deixasse nuvens de pernas para o ar. A ventania nos lembrou de que tudo pode mudar a partir de um sopro. ...
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17/09/2012 - A esmo

Corpo cansado, nó na garganta, amor encurralado. Cabeça cheia, marcas de estresse, dores generalizadas por toda a alma. Pés feridos, sonhos proibidos, romances não lidos. Mãos atadas, falta de perspectiva, bloqueios na estrada. Coração desafinado, olhos carregados, linhas desalinhadas pela palma das mãos. Ombros pesados, lábios marejados, esperanças frustradas. Alegria interrompida, chegada e despedida, poesia perdida.

Filosofia desperdiçada, fantasia dormindo na calçada, chuva sem trovoada. Perfume de decepção, tempo abstrato, contínua ilusão. Ardume de mudança, autorretrato de esperança, justiça sem balança. Pensamentos tortos, canteiros do esquecimento, anjos mortos. Sangue pálido, destino inválido, céu da boca sem estrelas. Sono cálido, passos sem dança, tranças de DNA. Arroz sem torresmo, ar sem sabiá, o mesmo do mesmo do mesmo.


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08/09/2012 - A senhora que quarava

Roupas postas para quarar quando o sol está posto. Ao contrário de flores aquela senhora semeia peças de roupa pelo quintal. Camisas, vestidos, calças, blusas... As roupas sujas, depois de ficarem de molho em baldes, vão para o chão. Ao contrário de corpos, aqueles tecidos ficam nus naquele cimentado. Uma vitrine diferente de tudo o que as madames já viram. Ali não caimentos, cortes, bordados, modismos não são levados em conta. Tanto que naquela coreografia do quarar uma das pernas de uma calça remendada fica sobre o barrado de um vestido de grife. Ali, naquele quintal, tudo não passa de roupa suja. ...
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01/09/2012 - A única paixão de Senna

Dizem que Senna amava Xuxa, amava Galisteu, amava Liliane, amava Yasmim, amava Patrícia, amava Vanusa, amava Marcella, mas Senna amava a vitória. Amava a vitória como nunca amou ninguém. Mulher alguma foi tão perfeita para Ayrton quão aquela que tinha o nome de vitória. Era com a vitória que Senna se realizava, e se completava, e se deleitava. Senna era apaixonado pela vitória desde criança. Foi, sem dúvida, seu primeiro amor. Um amor sem limites, construído de superação em superação. Senna buscou pela vitória até a última curva de sua história. Ayrton morreu em primeiro, a caminho da sua amada vitória....
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30/07/2012 - A mulher gilbertiana

A música de João Gilberto é como uma mulher que passa com corpo de violão sem se importar com o tempo ou se caminha na contramão dos modismos. Sim, a bossa-nova é uma mulher com balançado próprio, com uma batida diferente que mexe com o ritmo de uma gente feita de barquinhos e beijinhos. Sua voz baixa e delicada, no ápice da afinação, invade nossos poros e aflora a nossa imaginação, além de instaurar um estado de bem-estar em nosso corpo físico e mental. Voz e melodia tomam caminhos diferentes que se encontram mesmo que distantes....
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24/07/2012 - Apelo

Quando eu perder a esperança, coloque em meu caminho motivos para seguir acreditando, vivendo, amando. Ou então, que seja o motivo. Toda vez que eu pensar em fraquejar, dê-me forças. Pode elogiar ou criticar, só não se silencie por completo e para sempre. Se eu escurecer, acenda-me como se eu fosse uma de suas velas. No momento da dor, venha para arrancar o sofrimento ou simplesmente para dizer que eu ao seu lado sou mais forte. Nas horas mais distantes, preocupantes, delirantes, seja a minha terra, o meu céu, as minhas asas....
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