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Encontrados 62 textos de dezembro de 2015. Exibindo página 3 de 7.
21/12/2015 -
Como isso e aquilo
Como quiabo eu babo por você. Como torresmo eu estalo e pururuco por inteiro quando te vejo. Como coqueiro eu balanço quando você passa. Como doce eu açucaro na sua boca. Como violão eu vibro todinho na sua música. Como poeta eu te visto de palavras. Como bolha de sabão eu reflito suas cores. Como lençol eu me estendo pra você deitar. Como água de cachoeira eu escorro por seu corpo. Como pipoca eu pulo quando sinto teu calor. Como malabarista do sinal vermelho eu faço graça pra você. Como cortina eu me abro pro espetáculo que é você começar. Como manga eu amadureço no seu pé. Como porta-retratos eu guardo seu passado. Como goiabeira eu me assanho todo com você subindo em mim. Como maçã espero uma vida toda por uma mordida sua. Como abajur eu ilumino seu sono. Como louva-deus vou agradecendo a falta do seu adeus.
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21/12/2015 -
No oceano dos seus olhos
Deixa a vida me rumar, de rio em rio, ao oceano
Vasto e profundo dos seus olhos fundos de fé
Nos quais ficarei bailando feito um aguapé
Não temo as correntezas do caminho que traço
E faço rumo aos seus olhos de boneca de pano
Nos quais quero baixar as velas e contemplar
Imerso em suas águas sol e lua a se misturar
De um modo mais que perfeito mostrando
E comprovando que o amor maior tem jeito
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20/12/2015 -
Eu sou o seu
Eu sou seus trilhos, seus paralelepípedos, suas trilhas. Sou o que te leva adiante. Sou seu pai, seus filhos, suas milhas, o que nunca te trai. Eu sou sua visão, seu coração, seu sim e não. Eu sou o seu amante, o seu amor, o seu calor sem explicação. Eu sou o seu mocinho, o seu ninho, o seu caminho que a leva e a traz daqui. Eu sou o que te faz sorrir e chorar, cair e levantar, sumir e se encontrar. Eu sou o seu leão, o seu caçador, o seu último primeiro novo velho amor.
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20/12/2015 -
Nós de nós
Não briga
Tem amor
Pra todos nós
Como tem nós
Nas cordas
Da nossa vida
E nos lençóis
Que nos cobrem
Das vindas
Às idas
Sempre sós
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19/12/2015 -
Viola afiada
No riscado da viola eu te chamo e mostro num piscar de hora como um homem chora. Amor de viola não é amor de esmola, precisa de mais, sempre mais, para não se perder indo embora. Moda de viola é igual toada de coração que não se aprende na escola. No ponteio da viola serpenteio pelo mundão dos seus olhos e boio na imensidão da lua cheia que clareia nossos campos. Nas cordas da viola eu amarro uma paixão, enforco qualquer dor e ainda quebro quebranto. Na viola eu mareio e incendeio qual fogueira de São João. A viola é como cola nos meus dedos, quando prende não solta mais não e aí meu corpo se rende a mais um refrão. Na viola, a gente se embola, se enrola e decola como fagulha do carvão. Nota a nota, a viola amola o nosso destino numa pedra chamada coração.
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19/12/2015 -
Manda chuva
Manda chuva
Meu deus
Pra aflorar
O aroma das matas
Manda chuva
Nas tardes viúvas
No meio do adeus
Das partidas
Pra encorpar
Nossas cascatas
Manda chuva
Pra acalmar
A fome das saúvas
E pra encher
De prazer e querer
Os poços
Manda chuva
Pros seus
Pros meus
Pros nossos
Roçados
Manda, manda
Manda chuva
Pra quebrar
As demandas
Pro hibernar...
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18/12/2015 -
Jogos e laços
O mundo gira
E eu acabo
Por inteiro
Novamente
Nos seus braços
O arqueiro
Acende a pira
Eu reabro
Oficialmente
Jogos e laços
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18/12/2015 -
Pontos e pespontos
Chega-se a mais um ponto. Não importa se final, de exclamação ou de interrogação. Se vírgulas, dois pontos ou ponto e vírgula. E ainda, se três pontos. O importante é que mais um capítulo é pontuado e a página virada, recebendo outra totalmente em branco, sem margens ou pautas. Mas antes de se jogar na próxima página, curta o seu ponto, seja lá qual for, por inteiro. Seja maior ou menor, um ponto é só uma pausa. E pausas são essenciais à continuidade da vida, feita de pontos e pespontos.
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17/12/2015 -
Pomar-jardim
Tenho pés de manga e pitanga,
Amora, goiaba e jabuticaba,
Aqui, cá dentro de mim,
No meu pomar-jardim
Onde o gosto de um tempo
Feito de sentimento
Não acaba
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17/12/2015 -
Reúsos
Dona Maria serve café em copo de extrato de tomate. Seu João só toma leite em copo de requeijão. Sinhá Genoveva guarda tudo no vidro de azeitona. Julieta e Romeu brindam com copos de milho em conserva. A velha Zezé toma cachaça no copo de geleia. Arlindo leva comida no pote de margarina. Margarida vai catando tudo quanto é copo pra encher de gelatina. Dona Zélia pega vidro e garrafa pra botar flor. Tonico bota porca e parafuso nos potes de maionese. A pequena Júlia, na falta de boneca, nina um vidro de shampoo rosa. Tudo vai se ajeitando, reciclando e se virando de pote em pote, de vidro em vidro, de gente em gente. ...
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