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Encontrados 62 textos de dezembro de 2015. Exibindo página 1 de 7.
31/12/2015 -
Barco rumo ao mar
Uma boa sorte para você. Toma o barco e confia no tempo que vai te levar rumo ao mar. Escolha o seu rio, sem medo, e deixa o barco correr ao vento que deus dá. É você quem segue nas águas e águas passadas têm que ficar para trás. São as águas novas que te chamam, que sustentam teu barco e te tão de beber. Aceite o que vem pela frente de bom grado e tudo mais deixa acontecer. Não pense no que está lá na frente, deixa fluir, o rio da vida leva o que tem para levar no seu tempo, com certeza e beleza, ao mar. E o mar é o todo, é onde a gente quer chegar, é onde a gente vai se encontrar com tudo o que sempre quis. O rio é sinuoso, sobe e desce, às vezes dá alvoroço, é mais largo ou mais estreito, mais fundo ou mais raso, dependendo da passagem, toda hora muda a paisagem, mas é o rio da vida que nos dá ao mar, como barquinhos cheios de sonhos e pedidos às mãos de Iemanjá. Deixa clarear. Deixa raiar. Deixa correr o rio que há em você. E vamos ao mar, vamos nos entregar, vamos nos deliciar com cada curva do rio. O hoje não volta. E o agora está mais perto do amanhã do que se pode imaginar. Viva o rio da vida, com tudo o que ele pode te oferecer, sem deixar de sonhar, desejar e se ter com o mar.
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31/12/2015 -
O novo ano novo
Hoje é o último dia de hoje
Amanhã é novo até o ano
Aproveite os últimos minutos
Antes do novo ano novo
Com chances e promessas
Refeitas e renovadas
É oportunidade de mudança
De dentro pra fora
Com toda a profundidade
Necessária
Hoje é o novo de novo
Esperando por cada um de nós
Realinhe os sonhos
E orbite num universo
De novas possibilidades
Acredite
Pode parecer só mais um dia
Mas é um novo dia, um novo ano,...
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30/12/2015 -
Sinhá Telvina
Na casa de sinhá Telvina, café acompanha pão com torresmo. Tem bolo saindo do forno toda hora. Comida farta no prato servida quentinha e sempre numa medida maior que a fome. Sinhá Telvina conhece nosso gosto pelo nome. É bacalhau com batata, leitoa pururuca, polenta amarelinha, carne moída soltinha, maionese com limão, croquete, kibe e asinha, quitutes de rei e de rainha. Sinha Telvina gosta de cozinhar e que todo mundo coma de se fartar. Empurra comida, dona Telvina, goela abaixo pra engordar o amor, pra alimentar o sonhador, pra cevar a vida que ela quer por perto com todo afeto. Na casa de sinhá Telvina tem doce da roça, mais do que qualquer um possa comer. Tem doce de abóbora de fiapo, tem doce de pêssego de tacho, tem doce de mamão na cal que foi inventado entre as aldeias e os navios de Portugal. Na casa de sinhá Telvina tem fruta madura e paixão que dura a vida inteira, dentro e fora da geladeira. Na casa de sinhá Telvina fogão não tem descanso e a famosa campainha, que fica na boca da gente, como sino da capelinha, balança toda hora anunciando que o trem da comilança vai passando... Feliz da vida, sinhá Telvina vai cozinhando e amando a gente, que na cozinha vai pelos sabores, temperos e lembranças... Viajando.
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30/12/2015 -
O mato que não mato
Oiá a viola chora no meio do mato
A terra vermelha corre do asfalto
Tudo cala mais fundo no interior
Como a chuva mansa que alcança
A nascente, o veio do rio, o seio
Do mundo que ninguém vê
E onde toda gente quer se aninhar
E esperar pelo que a vida dá
Goiaba do campo tem mais cor
Pintassilgo canta alto no ingá
Quaresmeira roxeia o sol, o céu,
A lua que é por todos nós
A bicharada faz festa e silencia
Tudo a sua hora em respeito...
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29/12/2015 -
Passando, fico
Mais de mim fica
Quanto mais avanço
Se eu vou, deixo-me
Se fico, deixo de ir
Ficar não é garantia
De ter o que se tem
Agora
Seguir não é parar
No futuro
Pois o futuro só para
Quando passa
Quanto mais eu passo
Mais eu fico
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29/12/2015 -
Dias equivalentes
Já foi o Natal. Ano-Novo em aí. Mas já tem gente com a cabeça no Carnaval. E ninguém se lembra mais do Dia de Reis. Comemora-se isso e aquilo, mas datas são apenas datas. Dias datados. Caminhamos pela estrada e cada passo deixa uma espécie de rastro. Umas ficam mais fundas, visíveis, definidas que outras, mas nem por isso há uma mais importante, pois se uma delas não existisse uma dada caminhada não seria possível. Assim é com o ano. Há muitos holofotes sobre determinadas datas, mas todos os dias são equivalentes. É de dia em dia que se faz um ano. É de história em história que se escreve uma vida.
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28/12/2015 -
Viuvinha
A viuvinha cisca graciosa pelo terreiro. Tem pés de bailarina e ninho por perto. Sabida, faz ninho no oco abandonado pelo pica-pau. Como viúva, cuida da casa velha com esmero. O corpo todo vestido de negro, como um mata borrão, com exceção para a mancha branca que traz na cabeça como se fosse um véu. Anda como que bailando pelo chão. Vez ou outra, sem mais esperar, dá um piado assoviado como choro de viúva, intenso e rápido. As penas da cauda escorrem longas como que formando uma tesoura ou um vestido de noiva. Noivinha ou viuvinha? Seja o que for aquela ave dá um toque de saudade e esperança no campo. Hipnotiza de velhos a crianças, de estressados a poetas, de rabugentos a festeiros, com sua silhueta em movimento. Arisca, risca o céu, ao menor indício de perigo, com suas asas de nanquim. E quando voa, o véu da cabeça escorre pelas costas, com a brancura se atrevendo por entre a penugem negra. O conflito entre e a noivinha e a viuvinha pelo corpo amiúde da ave que hipnotiza nossas vistas e instiga nossa visão.
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28/12/2015 -
O mundo passa sem mim
O mundo passa lá fora
Sem tomar conhecimento
Das minhas dores
Que me fazem ficar
Trancado dentro de casa
E de mim mesmo
O mundo passa lá fora
Dando tudo
A quem se dispõe
A vivê-lo
Em suas possibilidades
E impossibilidades
O mundo passa lá fora
E cá fico eu
Da janela dos meus olhos
Sem fundo
A observar a vida
Indo sem mim
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27/12/2015 -
Tudo evolui
A rua parece ser a mesma, mas é diferente e a cada vez que passo por ela. E não falo diferente no sentido de pequenos detalhes, mas no conjunto que compõe a rua. A cada vez que volto a uma mesma rua sou tomado por novas emoções, sensações, descobertas. Aprendi a jamais considerar que conheço essa ou aquela rua. Eu não conheço nada do hoje. Posso ter algum conhecimento sobre o passado, sobre as ruas que já percorri, mas não sei absolutamente nada em relação às ruas pelas quais eu passo agora. Por isso, não crio expectativa, tampouco me encho de segurança para pisar aqui ou ali. Cada passo é novo. É imprescindível ter a consciência de que nada é como já foi um dia. Tudo muda. Tudo se transforma. Tudo evolui, de uma forma ou de outra....
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27/12/2015 -
Montanhas azuis
Hoje tudo seria diferente se fosse amanhã
Ontem já tentamos
Ou não tentamos o suficiente
E o hoje são as montanhas azuladas
Distantes no horizonte
Que enfim chegaram
Hoje não dá mais para apenas contemplar
É hora de escalar, enfrentar, encarar
As montanhas
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