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Encontrados 63 textos de janeiro de 2015. Exibindo página 5 de 7.
12/01/2015 -
Descabida
Você me desgoverna
Escapole pelas mãos
Entorta minhas pernas
Faz-me bambear lá e cá
Enquanto voa feito sabiá
Sobre meus olhos sãos
Perto de ti o mundo gira
Falta chão, sobra loucura
E ainda me pede uma lira
Numa provação sem cura
Sem medida e descabida .
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11/01/2015 -
Ignorância
Por que me olha assim como se não visse nada? Até quando você vai me dar suas costas? Por favor, me perdoa, não me ignora, eu sei que nada é à toa, mas... Pra que tantos ais? Deixa meu barco voltar pro seu cais. Eu preciso do remanso dos seus olhos mansos. Cansei das tempestades, de viver à mercê da saudade, de vagar sem rumo pela cidade. Quantas vezes eu fui pra seu endereço. Por muitas horas eu me vi ligando pro seu telefone. Pensar que nunca mais vai ser como era antes é um inferno de Dante. Tenha certeza de que a tristeza que exala me cala. Cada vez que me ignora cava um pouco mais da minha vala. ...
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11/01/2015 -
Ai, vida...
Triste eu fico
Com sua tristeza
Acredite
Sou rico
De dor
Por essa beleza
Doída
De Afrodite
Ai, vida...
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10/01/2015 -
Cartas marcadas
Até amanhã de manhã
Eu hei de dourar
As maçãs do seu rosto
Desmanchar suas fiadas
De lã
Derrubar suas camadas
De vida vã
Até o dia clarear
Eu hei de roubar
Sua vergonha
Sonha
Que mais dia menos dia
Será minha bailarina
E depois cai na sarjeta
Como minha menina
Mais-que-imperfeita
Faz do meu barco
Seu maior oceano
E do meu quarto
Seu mundo profano
Finge que me cansa...
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10/01/2015 -
Vá-se embora de mim
Larga da barra da minha saia e vá viver sua vida. O meu batom não paga a sua comida. Deixa a minha cama e vá se envolver em outros lençóis. Deixa-me a sós com meu coração que já não é seu. Não tente agradar o meu Deus. Desapega dos meus seios, corra atrás dos seus anseios. E nem me venha com apelos não são mais seus os meus cabelos. Não beba novamente do meu champanhe, se eu me perder não me apanhe. Seja forte e, por favor, não me fale nem de amor nem de morte. Não reclame da minha silhueta, na sua solidão eu sei que sempre fui a perfeita. E lembre-se de que eu não sou da sua seita. Tira o suor das suas palavras do perfume da minha poesia. Acabou o tempo de me realizar na realidade ou na fantasia. Elogie pela última vez a cor do meu esmalte. Vá para Marte e me deixe só no meu universo particular. Se eu cair, ignore, não ria nem chore, tampouco ouse me levantar. Eu quero mudar de vida, mas para isso é preciso entre eu e você haver a derradeira despedida.
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09/01/2015 -
Como antes, ou não
Eu não estou no seu porta-retrato. Eu nunca sai na sua foto. Eu sempre fui escondido. Pra você fui um homem proibido. É fato. Meu copo não bate com seu copo. Eu fui o seu hospício. Você foi o meu precipício. Hoje a gente se encontra e não se dá conta do que se é. Será que ainda sou seu menino? Será que ainda é a minha mulher? Pra que lado vai o nosso destino? Fui a sua nuvem. Você me deu ferrugem. O seu lado da cama ainda está vazio. Você desceu e eu subi o rio. E agora como é que a gente faz porque nossa história nunca foi nem é de tanto faz como tanto fez. Podíamos nos recomeçar mais uma vez da forma certa, você musa eu poeta.
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09/01/2015 -
Minha insônia
Coloca pra dormir sobre seus seios
Cada uma das minhas inquietações
Deixa pegarem no sono meus receios
No lugar de carneiros conte perdões
Conte ainda histórias de final feliz
Aos problemas que eu nunca quis
Passe a mão pelo meu desespero
Faça cafuné no meu corpo inteiro
Vire em sonhos meus pesadelos
Revira de cima abaixo meus cabelos
Nem que precise ir até a Lacônia
Ponha fim de vez na minha insônia
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08/01/2015 -
Para perto de si
Chama-me para perto de si. Perdoa a minha distância e me aceita debaixo de sua saia. Chama-me para seus cuidados. Entoa nosso amor, novamente nosso amor, nosso amor mais que iluminado. Chama-me para seus sóis alaranjados. Deixa novamente minha vida se enroscar na sua. Chama-me de maldito, de bendito, deixa o dito pelo não dito. Desata o nó do meu coração. Chama-me para um último primeiro beijo. Faça todo e qualquer rito que leve à paz entre nossas bocas. Chama-me para romper o silêncio. Impeça que nossos retratos virem pó. Chama-me para velar o que ficou. Desista de tentar deixar o que não terminou. Chama-me de covarde. Venha me dar um sopro da sua coragem. Chama-me de pecador, mas não despreze um corpo que queima do seu mais puro amor. Chama-me para perto de si. E que tudo mais seja de repente, reticências e por favor.
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08/01/2015 -
Vida serpente
A vida vai serpenteando pelo chão
Esfregando os filhos de seu ventre
Bendito ou não na dureza do estradão
Serpente sacode dali acode daqui
Pode ali não pode ali al ali...
Vai a vida vai dando volta e não volta
Vai por si ou de arrasto deixando rastro
Vai a vida desenhando nosso destino
Pelo caminho
Vai, vai serpenteando moça, velho, menino
Ficando pela espreita com seu veneno
Que não brota de suas tetas
Neste mundo tão pequeno e nada ameno ...
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07/01/2015 -
Ninguém tomba
Sem demora eu vou embora
Pra casa do meu bem querer
Lá tem tudo o que eu espero
E me apodero sem poder ter
Eu vou eu vou eu vou pra fora
Deste peito que não suporta
O futuro feito trancada porta
Que não se abre ou arromba
Coração cresceu e se perdeu
E agora ele ninguém tomba
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