Daniel Campos

Texto do dia

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Encontrados 62 textos de julho de 2014. Exibindo página 6 de 7.

06/07/2014 - Praiana

Ai, suas coxas pela noite roxa. Bocas mordidas pelas costas proibidas. A alegria frouxa, o gozo fácil. Seios despontando como dunas nascendo no clímax do terremoto. Um vulcão de desejos entre pernas que parecem lanternas brincando em alto mar. Mãos dançando pelo ar como velas estendidas ao vento. Pele perolada, sol nevado, curvas brilhando... Sonho dos faroleiros. Paixão dos piratas. Atração dos pescadores. Brisa que desliza pelas pernas lisas. Ondas de quebranto. Pés que rebolam. Pintinhas que colam. Santa sem manto. Dona do dourado. Delicadeza faraônica. Elasticidade de correnteza. Deliciosa, misteriosa, maliciosa nudeza. Corpo de areia, ampulheta humana. Espumas do mar em taças que brindam longe como silhueta do que não passa.


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06/07/2014 - Corpo de ferro

O corpo de ferro
Feito na forja das dores
Da vida que não nos poupa
De nada nem de ninguém

O corpo de ferro
Riscado, amassado, cansado
Do peso que suporta
Range de prazer, de sofrer

O corpo de ferro
Sente os efeitos do tempo
Deixa-se comer pela maresia
E a alma exposta, escapa


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05/07/2014 - Pela qual me tenho apaixonado

A mulher pela qual me tenho apaixonado tem uma natureza mais intimista. É uma das deusas mais misteriosas de se compreender. Busca a espiritualidade, a liberdade, a honestidade em sua jornada pela paz interior. Tem dificuldade em renascer, mas luta o tempo todo para não se perder. E ela poda as arestas de seus sentimentos cometendo assim um pecado mortal. Cerca-se de uma racionalidade sem razão de ser. É água e fogo, difícil de dominar por Afrodite. Dada aos medos, recusa-se aos próprios desejos. ...
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05/07/2014 - Marítima Mar íntima

Passa sob o verdume dos meus olhos completamente marítima
Seu corpo se comunica em tantas línguas e até fazendo mímica
Esbanja a cor do oceano ensolarado em sua pele sem passado
Toma banho de mar alto levando bocas ancoradas a naufragar
A brisa esculpe suas curvas e entalha su’alma de forma rítmica
E quando verte a noite uma estrela de sal aponta ao seu lado
E ela começa a dançar sem sair do lugar; Nua ao que é amar


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04/07/2014 - Ops e drops

Deixa de drama
Vamos pra cama
Resolver a história
Apaga da memória
O que poderá doer
Poderá doer um dia
Vamos acontecer
Na alquimia da fantasia
Os limites vão mudando
E a gente vai se dando
Entre ops e drops
Corpos de pimenta
Ai, sopros de menta.


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04/07/2014 - Meu espaço é já

Nos últimos tempos tenho estado perto quando longe e distante se próximo. O espaço geográfico duela constantemente com o território psíquico, que tende a me governar de sul a norte. Uma simples palavra vence milhares de quilômetros. Dentre duas bocas podem surgir ou desaparecer estradas inteiras. Um gesto derruba fileiras de cordilheiras. Perto dela, volto a ser Pangeia. Longe, sou arquipélago cerca por um oceano de faltas. Meus trópicos e meridianos se cruzam nas pernas da mulher amada. A roda dos ventos floresce pelo campo dos seios da mulher que amo. Os olhos da mulher que detêm meu apaixonamento são minha bússola, que me indicam que sempre tenho que ir a sua direção. O complexo disso tudo é que ir a sua direção nem sempre significa ir ao encontro dela. Ao mesmo tempo em que é quântico meu espaço é tântrico.


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03/07/2014 - No mar

O mar que lhe chama
É o amar que emana
Em ondas de tempo
Em sais de unguento
O mar que lhe trama
É o falar que engana
Em ondas que vão
E quando vem são
O mar que enrama
É o pulsar que dana
Em ondas sem raiz
Vivendo por um triz


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03/07/2014 - É ela, é ela, é ela

É moleca reinando na minha mão. É piveta fugindo na escuridão. É menina voando como bolha de sabão. É moça querendo dizer sim quando diz não. É mulher com força de arrebentação. É mocinha me tomando por seu vilão. É princesa rompendo seu castelo de ilusão. É estrela no palco no monólogo da provocação. É anja pecando já na segunda intenção. É trapezista no céu da alucinação. É mágica com truques de sedução. É amazona marcando o estradão. É fêmea trazendo à tona um tempo de suspiração. É artista fazendo do amor sua vocação. É gata miando aos ouvidos em semitom. ...
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02/07/2014 - Só não me deixe ao tempo

Tempo, tempo
Me pega, não me sossega, me entrega
Tempo, tempo, tempo
Me prega, me inclua, me tatua
Em seu braço
Tempo, tempo, tempo, tempo
Me revira pelo avesso
Planta bananeira pelo meu interior
Joga na fogueira meus calendários
Gira ao contrário meus ponteiros
Duela com o que não tem preço
Quebra o aço, desdá o laço
Tempo, tempo
Apaga ou traz à tona meus passos
Redimensiona ao seu modo meu espaço...
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02/07/2014 - Um só dois

Chama, chama, ai me exclama pra perto. Sem roupa, sem medo, sem veto. Ofensiva, toca-me, entoca-me, invoca-me, provoca-me pura e lasciva. Uiva em meus ouvidos fera em gemidos. Desafia meu coração. Desfia sua sétima intenção para comigo. Deposita suas mensagens nas garrafas dos meus olhos de vidro. Chama, chama, ai me enxama e saiba que eu ligo. Que a ousadia vença a simpatia. E que do amor o tempo jamais se esqueça. Que a paciência tenha clemência. Que os copos formiguem e se liguem. Que nossas pernas dividam o mesmo chão porque nosso teto é para além de toda e qualquer constelação. Chama, chama, chama ó tirana pelo seu servo. O amor é tudo menos cego. A esperança é o que de mais nobre carrego. Sou príncipe da espera. Sou pobre pólen na semente da primavera. Sou lince com dentes cravados na era ausente. Chama, chama, ai me engana, ai me ama, ai me trama, ai me amola pelas molas da sua cama.


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