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Encontrados 56 textos de novembro de 2014. Exibindo página 3 de 6.
20/11/2014 -
Dentro de mim moro eu
Pra onde quer que eu vá levo você nos meus porta-retratos interiores. São quadros e mais quadros pendurados nos vãos, nos corredores da minha alma. São pinturas enraizadas de memórias passadas, presentes e futuras. São resquícios de um tempo completo em mim. São sinais de uma vivência intensa propensa à eternidade. Tudo o que vivi e o que sonhei viver flutuam no oceano do meu sentimento. Muitas lembranças estão foram de ordem, mas se encaixam perfeitamente. Tudo o que eu tenho é o que eu fui e o que eu quis ser e o que eu achei que seria mais dia menos dia.
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20/11/2014 -
Bosque solidão
Na minha rua tem um bosque
Um bosque de solidão
Todas as árvores dão frutos
De uma fruta chamada
Escuridão
Nem mesmo a lua chega por lá
Onde a última sabiá
Caiu de tanto chorar
Na minha rua tem um bosque
Pelo qual ninguém ousa passar
Só passa um rio
Que qualquer dia desses
De tanto passar se finda
E vai dar noutro vazio
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19/11/2014 -
Polígono regular
O sol nasceu triangular
E fez meu dia piramidal
Num triângulo perfeito
De três em três
Até meus beijos
Foram se dando equiláteros
Em ângulos exatos de 60 graus
Fazendo de mim
Esse eu imprevisível,
Imperfeito, impreciso,
Um polígono regular
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19/11/2014 -
Final caprichado
Eu quero um final épico. Quero tudo o que me é de direito. Quero todos os olhos. Quero todos os aplausos. Quero todo o silêncio que puderem me dar. Quero um final apoteótico. Quero tudo o que não tive, e do que tive quero ainda mais. Quero o ápice, o auge, o apogeu. Quero todo sentimento, carga máxima mesmo. Quero uma enxurrada, uma tempestade, um tsunami de emoções. Quero o que há além dos limites. Quero toda licença poética. Quero os sentidos em carne viva. Quero doses e mais doses de fantasia, de sonho, de esperança. Quero fechar a conta em grande estilo. Quero quebrar as regras no tocante à imaginação. Quero adentrar as dimensões paralelas que já fazem parte mim. Quero meu tempo de ponta-cabeça. Quero ganhar na cartada final nem que for num blefe. Quero me lançar ao infinito perdidamente apaixonado.
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18/11/2014 -
Sofrer por poema
Pelo sim pelo não
Se não for possível viver
Morreremos de paixão
Sem problema algum
Pois nada como sofrer
Num poema
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18/11/2014 -
Quase todos
Quase todos os caminhos são tortos. Quase todos os sonhos não se realizaram. Quase todos os heróis estão mortos. Quase todos os tempos estão no passado remoto ou no futuro distante. Quase todas as paixões estão prometidas ou comprometidas. Quase todos os fins saíram diferente do que se pensou. Quase todos os pecados foram perdoados. Quase todos os deuses caíram no esquecimento. Quase todos os planos deram n’água. Quase todos os mundos perderam seus fundos. Quase todos os poetas se perderam. Quase todos os papeis estão ao vento. Quase todos os sóis se apagaram. Quase todos os rios secaram. Quase todas as cores desbotaram. Quase todos os povos se esqueceram. Quase todas as estrelas se apagaram. Quase todas as frases foram quebradas. Quase todos os começos foram recomeçados. ...
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17/11/2014 -
Ninguém cala Seu Tupinambá
Seu Tupinambá não fala, brada. Seu Tupinambá é ouvido em toda estrada. Seu Tupinambá é de um coração ensurdecedor. Seu Tupinambá se expande por todo templo. Seu Tupinambá é a voz da razão do além-tempo. Seu Tupinambá é atroador. Seu Tupinambá chega de uma vez e não fica de ronda. Seu Tupinambá estronda. Seu Tupinambá é explosão. Seu Tupinambá é trovão. Seu Tupinambá não é de um povo silencioso. Seu Tupinambá é estrepitoso. Seu Tupinambá é troante. Seu Tupinambá é de uma voz destoante. Seu Tupinambá é retumbante. Seu Tupinambá é o grito da mata. Seu Tupinambá é som que não se mata. Seu Tupinambá é o canto fragoroso. Seu Tupinambá é estrondoso. ...
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17/11/2014 -
Corro em elipse
Todos os caminhos me levam ao eclipse
Do que eu sonhei para mim agora
E do que, de fato, sou
Caminhos que me obrigam a ir embora
Mesmo quando quero ficar
E então ando, caminho, corro em elipse
Indo para frente e para trás
Ao mesmo instante
Avante no tempo atroz
Rumo ao que há de passado em nós
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16/11/2014 -
Amor ao lado
Eu preciso de um amor seguro
De um amor que traga paz
Aos mais desarvorados momentos
Eu preciso de um amor futuro
Nascido no passado
Eu preciso de um amor
Que não siga na frente e ou atrás
Mas ao meu lado
Eu preciso de um amor
De sentimento
Entre o juízo e a falta de juízo
Tão preciso
Quão um por do sol lilás
Por detrás
Das cortinas do tempo
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16/11/2014 -
Coração para quarar
Tem dia que é imprescindível colocar o coração para quarar. Deixá-lo por horas no sol regando com químicos para que até as marcas mais profundas desapareçam. Limpar o coração é questão de sobrevivência. Pesado, o coração deixa de bombear os sentimentos com a força necessária para que cheguem ao destino. Com nódoas das lágrimas, o coração pulsa num compasso machucado. A sujeira acumulada impede que as flechas cupidinianas atravessem esse músculo mágico. Dessa forma, nada melhor para tocar a vida do que um coração quarado. ...
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