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Encontrados 2480 textos. Exibindo página 162 de 248.
Fado
Entre a doidice
E a tolice
Eu hei de viver-te
A cada dia
Em um futuro
Que chora
Dia após dia
Feito fado
Por estar
Sempre
E para sempre
Fadado
Ao passado.
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Falas
A mulher amada fala
Hebreu, Aramaico e Grego
Em seus ouvidos
Diz filosofias de amor
E comentários apocalípticos
Fala a linguagem dos pergaminhos
Fala e abre e fecha caminhos.
Em sua língua
Os 22 livros bíblicos
E os Apócrifos
Isto mesmo,
Em sua fala
Os evangelhos renegados
E até mesmo a bíblia do diabo
Além dos dialetos
De inúmeras seitas
Secretas ou não.
A mulher amada fala...
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Falsas juras
Sorrir... é pedir para não chorar
Vendo a beleza mais bela
Sem que você a possa amar.
Surge... no veludo de uma rosa
Na varanda de tantos sonhos
Que não podem se acabar.
Talvez... seja a inspiração
E enfim se a flor a for
Anseio ser um poema sem fim...
Sorrir... eu quero sim
Mesmo com pena de mim
Sorrir... fingindo ser triste
Dando alpiste à ilusão que insiste
E pousa na plantação coração.
Eu juro que não a beijei...
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Fanfarra
Eu não pertenço a lugar algum
Estou entre um mundo antigo
Passado
Quase sem sentido
Com tantas marcas ainda abertas
E um mundo novo
Desconhecido
Que eu não sei
Se as portas ainda estão fechadas.
Eu não pertenço a lugar algum
Não tenho espaço
Não me acho
E me acabo em mim.
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Fantasia
Nas mãos da mulher amada
A fantasia
É uma arte
Que nos coloca entre a magia
E o sobrenatural,
Dois mundos
Que dão seus movimentos
De rotação e translação
Em torno da órbita do umbigo
Da mulher amada.
Mitos e lendas
Vertem
E se subvertem
Ao longo do fantástico
Que delineia a mulher amada.
E vou muito além
Das ficções científica e erótica,
Falo de um território
Humano e divino...
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Fantasmas
Corro entre capins
Caio em buracos
Atravesso arames farpados
Grito para ninguém
Piso em pedras
Trilhos desertos
Pontilhões em ruínas
E por mais distante
Do sol anterior
Ainda sinto a sua presença
Um suor
Uma tremedeira
Uma angústia
Não durmo
Não paro
Fujo
Guiado sem mãos
Pareço andar em círculos
Que trazem o ontem
A minha frente
E deixam o amanhã
Nas minhas costas
Espinhos...
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Fatidicamente perfeita
A mulher amada urge como a cólera
Surge como quem acontece do nada
E logo se espalha por todo o ser amante
E faz dele seu cárcere de sentimentos.
Ela é a insônia que finge que é sonho
Ela é a falta de apetite que não se sente
Ela é a decadência que vem sem ruínas.
A mulher amada o faz esquecer de si
E lhe dá colheradas de sofrimento
Ela o pega pela mão e o rege a seu rumo
As escritas, os cantos, as andanças
Desfazem-se nas fases da mulher amada. ...
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Faz de conta
Faz de conta
Que o filme não acabou
Que tudo não passou
De felicidade
Faz de conta
Que a saudade
Ainda não nasceu
E que a realidade
Não vai além
De você e eu.
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Faz-se noite
Às vezes, a vida se mostra perto e vazia
E em todas as outras vezes
Faz-se tanta e impossível...
E não são olhos sem rumo
E não são copos vazios
E não são bocas confundidas
E não são procuras, tonturas
Ou qualquer outra loucura
A responsável pela confusão
Entre ponteiros e suspiros.
Simplesmente
Nesses momentos
Faz-se noite.
Independente se arde o sol
Faz-se noite.
Rente ou longe do cheiro das serestas...
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Fé
Orei
Enchi os ouvidos dos santos
Rasguei os joelhos no chão
Quase me preguei na cruz
Vesti uma burca e sufoquei meus dramas
Pisei em praças sagradas
Bebi de águas e vinhos
Me exorcizei
Me curvei três vezes ao sol
Me enchi de silêncio
Dancei nos terreiros
Me dependurei nos sinos da catedral
Fiz o caminho dos cristais
Me enchi de versículos
Imitei profetas
Comunguei tantas vezes
Fiz sexo com os anjos...
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