Daniel Campos

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Fatidicamente perfeita

A mulher amada urge como a cólera
Surge como quem acontece do nada
E logo se espalha por todo o ser amante
E faz dele seu cárcere de sentimentos.
Ela é a insônia que finge que é sonho
Ela é a falta de apetite que não se sente
Ela é a decadência que vem sem ruínas.

A mulher amada o faz esquecer de si
E lhe dá colheradas de sofrimento
Ela o pega pela mão e o rege a seu rumo
As escritas, os cantos, as andanças
Desfazem-se nas fases da mulher amada.

No decorrer do script da mulher amada
Acima de tudo, interpretará o nada
Não saberá quem é
Irá se perder nos confins dela
Porque ela o faz ausente de si
Ela o cria para amá-la
Pelo estranho prazer de não o amar.


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