Ou exibir apenas títulos iniciados por:
A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  K  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V  W  X  Y  Z  todosOrdernar por: mais novos
Encontrados 3193 textos. Exibindo página 28 de 320.
16/08/2010 -
Amor em compota
O meu amor cabe num vidro de compota. Exótico como uma compota de cambuci, butiá e uvaia. Romântico como uma compota de abóbora. Amor em creme, geléia, gelatina e calda. Combina doce e azedinho, texturas distintas, distribuído em uma taça e oferecido à criatura amada, coroando o sabor que há em nossos beijos. E quem tem amor de compota não precisa de petit gãteau nem de tarte tatin. Compota de sabores e aromas da mata.
Frutas, cravo e canela. Açúcar cristal. Fervuras e banhos-marias. Mexe para lá, mexe para cá e todo o resultado dessa mexida é guardado em vidros. E nosso amor se conserva por muito tempo quando o acondicionamos da forma correta. Amor em pedaços de figos, laranjas, mamão verde, pêssegos, cerejas, peras, goiaba... Tudo bem feitinho num amor caudaloso, doce e encorpado do jeito que o coração gosta. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
26/03/2008 -
Amor em festa
Amor mais bonito e infinito não há a perdurar do que este ardor mais-que-perfeito que pulsa calor dentro em meu peito enquanto soluça da dor da saudade que existe e se faz triste porque insiste em te querer mais perto do que já te aperto em meus braços e em meus abraços e em meus laços ao longo dos meus passos esquadrinhados nas voltas e reviravoltas dos compassos dos teus traços mais amados para valer.
A cada amanhecer ao teu lado eu sou mais namorado e mais súdito incondicionado deste amor imenso e farto que está propenso a nos matar de infarto ou nos internar num quarto minguante ou crescente num tempo amante e de nós somente e eis que de repente eu parto para o parto de uma fantasia retumbante e estonteante de uma alegria conjugal de uma poesia matrimonial de uma apologia nupcial do mais alto grau de radioatividade ou seria de cumplicidade. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
31/03/2012 -
Amor em três rimas
O amor se perdeu, o amor trincou, o amor caiu, o amor se esqueceu, o amor dançou, o amor sumiu, o amor aconteceu, o amor chamou, o amor faliu, o amor se deu, o amor saiu, o amor falou, o amor doeu, o mor se repetiu, o amor avisou, o amor mereceu, o amor sentiu, o amor badalou, o amor enlouqueceu, o amor sorriu, o amor chorou, o amor camafeu, o amor assobio, o amor provou, o amor benzeu, o amor vazio, amor mendigou, o amor bateu, o amor pariu, o amor gozou, o amor aconteceu, o amor se despiu, o mor brilhou, o amor brilhou, o amor cresceu, o amor fingiu, o amor assou, o amor valeu, o amor ruiu, o amor calou, o amor empalideceu, o amor anil, o amor amarelou, o amor adoeceu, o amor febril, o amor se internou, o amor choveu, o amor fez frio, o amor trovejou, o amor entristeceu, o amor se despediu, o amor se guardou, o amor moveu, o amor sem brio, o amor se entregou o amor renasceu, o amor se sobressaiu, o amor se vingou.
Seja o primeiro a comentar
07/04/2008 -
Amor engarrafado
Antes de qualquer naufrágio ou sufrágio, ela amanheceu tão límpida. Dava pra ver, no seu olhar, as conchas de um mar azul que já não há pras bandas do sul. Quanta luz naqueles dois portais dispostos em cruz, que me levam como um veleiro pro lado de lá de um tempo que eu sabiá não sabia e, como uma vela ao vento, em sentimento ia.
Eram corais vermelhos de pudor e eram cardumes de desejos e galeões afundados em segredos. Ah! Tudo era cor, tudo era paz, tudo era flor a flor da pele. Sua boca se quebrava nas ondas da minha boca de areia e tudo era sol, tudo era sal, tudo era sereia em mi-bemol. E nós dois entregues às correntes marítimas, torrentes de vontades íntimas....
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
26/09/2008 -
Amor esotérico
Eu vejo você no fundo da bola de cristal. Eu leio seu corpo na borra do café. Eu aposto nesse amor nas cartas de tarô. Eu me interno nas fendas dos seus búzios. Eu me desenho na conjunção de seus astros. Eu me banho em suas ervas. Eu me exorcizo em seus cristais. Eu sigo seu perfume, incenso solto pelo ar. Eu danço em passos indígenas, tupi, pataxó, karajá, em busca da sua chuva. Eu chego a alfa, beta, ômega em seus braços. Aos seus ouvidos, repito o mantra: te amo, te amo, te amo...
Eu me atiro às linhas da sua mão. Eu tento ser o seu anjo da guarda. Eu me insiro em seus sonhos. Eu apelo às simpatias para lhe ter perto e mais perto e mais perto. Eu queimo em vela para arder ao seu lado. Eu pergunto para o espelho mágico sobre seu paradeiro. Eu coloco a nossa sorte dentro de um biscoito chinês. Eu amo seu paraíso, seu purgatório e até seu inferno astral. Eu amarro você num trabalho sem volta. Eu consulto o oráculo e sigo seus passos. A cada noite, eu giro no ciclo da lua e desvendo-lhe bela e nua. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
25/08/2013 -
Amor etc amor
O amor cresce de surra em surra como pão sovado. O amor gira como cata-vento. O amor aparece e some como truque de mágico. O amor é como uma roleta russa, com segredos e mistérios sobre morte e vida. O amor cai e levanta e volta a cair e a se levantar e gatinha e rasteja como criança aprendendo a andar. O amor luta como qualquer ser vivo para sobreviver, utilizando de instintos, crenças e trapaças. O amor é a carta que a cartomante esconde na manga por conveniência ou medo.
O amor é uma música sempre inédita, por mais cantada que seja. O amor é a fera que grita e a brisa que excita em sopros de criação, de ilusão, de uma falsa e bem-vinda mansidão. O amor é o ato impensado de construir o que está destruído e vice-versa. O amor é o nós que não desata e o pó que não solta e o curió que dança. O amor é sempre o que ainda não foi dito e, o que está para ser dito e o que precisa ser dito. O amor é o duelo sem vencedor e perdedor entre o bendito e o maldito que palpita em nós.
Seja o primeiro a comentar
11/05/2016 -
Amor garimpeiro
Posso ter dúvidas de muitas coisas a respeito de minha vida menos do amor que sinto. Amar não é coisa de momento ou um capricho meu. É mais, maior, melhor. É um ato que traz um valor agregado que nem consigo dimensionar. É forte. É mágico. É bom, ótimo, maravilhoso... Amar é doação voluntária, consciente e verdadeira. Sou o que sinto. E sinto agora, o mesmo que senti ontem, ou há um mês ou em qualquer tempo – sinto amor, um amor diferente de tudo o que já senti em matéria de amor. Um amor que não pede nada, mas agradece por tudo. Amor que arranca toda e qualquer dor. Amor de coração escancarado. Amo de olhos vendados ou não. Amo tateando pela saudade do que foi, é e será. Amo sem pensar duas vezes. Amo como nunca pensei amar. Amo crescendo, rompendo, redimensionado o que sou. Amo elevado ao cubo. Amo como um garimpeiro que desce às profundezas para encontrar as estrelas. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
23/05/2013 -
Amor gripou
Amor tá dodói. Amor não dorme. Amor não fica em pé. Amor tosse. Amor espirra. Amor está com febre. Amor está manhosa. Amor quer colo. Amor quer comida na boca. Amor faz careta. Amor quer remédio. Amor reclama. Amor não canta. Amor não dança. Amor faz drama. Amor deseja carinho. Amor não sai. Amor só quer deitar. Amor pede cuidado.
Amor fica sem paciência. Amor fica com corpo mole. Amor não brinca. Amor se cobre. Amor quase não fala. Amor não sente gosto. Amor não sente cheiro. Amor não quer passear. Amor não quer ir ao médico. Amor é teimosa. Amor se sente pior. Amor perdeu o ânimo. Amor se zanga. Amor suspira. Amor abusa. Amor faz beicinho. Amor faz charme.
Comentários (1)
17/06/2010 -
Amor junino
Amor junino que se preze pula fogueira, ferve como quentão e estoura dentro da gente feito pipoca. Tem um toque caipira de inocência. No amor junino a quadrilha é de dançarinos; o casamento, de mentira e o pé de moleque, de amendoim. Sob os olhos e bênçãos de Santo Antônio, o coração é aberto com muito jeito à moda de pinhão. No amor junino, o milho assado ganha bastante manteiga e o vinho, açúcar e quentura. A mulher tem olhos de balões coloridos, tranças de Rapunzel sertaneja e sonhos de arraial. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
30/08/2010 -
Amor lilás
No topo da montanha que se ergue acima das ondas de um mar lilás, quero lhe contar o que habita neste meu coração de rapaz. Como é bom mergulhar na simplicidade dos seus olhos que são como janelas que se abrem para a luz enquanto a saudade fugaz se afoga no oceano lilás. Nada como ficar nesse ambiente costeiro, fazendo do seu corpo o meu veleiro de ilusões carnais, espirituais, transcendentais... Vamos correr para o cais. Vamos percorrer os arrozais.
E como o romance não pode parar, vamos pegar a primeira asa delta e sobrevoar uma ilha subtropical, a cidade literal e a linha que divide o bem e o mal. Vamos nos amar entre campos verdejantes, pavões e pinturas num crepúsculo lilás. Vamos ouvir atenciosamente as canções que o vento traz aos nossos ouvidos embebidos do som do mar. Já mandei encher a banheira no terraço com água lilás só pra gente ver a mudança do ciclo lunar. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar