Daniel Campos

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30/08/2010 - Amor lilás

No topo da montanha que se ergue acima das ondas de um mar lilás, quero lhe contar o que habita neste meu coração de rapaz. Como é bom mergulhar na simplicidade dos seus olhos que são como janelas que se abrem para a luz enquanto a saudade fugaz se afoga no oceano lilás. Nada como ficar nesse ambiente costeiro, fazendo do seu corpo o meu veleiro de ilusões carnais, espirituais, transcendentais... Vamos correr para o cais. Vamos percorrer os arrozais.

E como o romance não pode parar, vamos pegar a primeira asa delta e sobrevoar uma ilha subtropical, a cidade literal e a linha que divide o bem e o mal. Vamos nos amar entre campos verdejantes, pavões e pinturas num crepúsculo lilás. Vamos ouvir atenciosamente as canções que o vento traz aos nossos ouvidos embebidos do som do mar. Já mandei encher a banheira no terraço com água lilás só pra gente ver a mudança do ciclo lunar.

Amor déco chique, amor lounge, amor bossa nova. É isso que eu quero para nós. Conversas na penumbra, palavras sensuais e uma visão panorâmica de todo e qualquer sentimento lilás. Quero fisgar seus pensamentos mais remotos, capturar cada uma de suas almas na película das fotos. E esses seus lábios em estilo vitoriano em rosa e magenta, levando e tragando minha boca numa tempestade violenta. Entre um beijo e outro a gente vai se entalhando um no outro. E as minhas palavras vão ganhando o lilás do seu veludo, seda, couro, cashmere...

Amor é estar adiante. Que tal embarcar no sonho de uma criança: um passeio num balão de gás por um horizonte lilás. Amor é movimento. Ora estou no seu retiro romântico ora num cenário selvagem entre seus dentes, suas garras. Amor é apetite. Depois da nossa antropofagia particular, vamos atracar num bistro francês. E antes das seis, vamos ser reis e rainhas de um reino lilás, de um tempo atrás. Amor é arte. Deite-se em uma tela, cubra-se com óleos e jure nos meus olhos pelo amor, pelo amor do deus de Alcatraz, o amor, o amor lilás.


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