Daniel Campos

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16/08/2010 - Amor em compota

O meu amor cabe num vidro de compota. Exótico como uma compota de cambuci, butiá e uvaia. Romântico como uma compota de abóbora. Amor em creme, geléia, gelatina e calda. Combina doce e azedinho, texturas distintas, distribuído em uma taça e oferecido à criatura amada, coroando o sabor que há em nossos beijos. E quem tem amor de compota não precisa de petit gãteau nem de tarte tatin. Compota de sabores e aromas da mata.

Frutas, cravo e canela. Açúcar cristal. Fervuras e banhos-marias. Mexe para lá, mexe para cá e todo o resultado dessa mexida é guardado em vidros. E nosso amor se conserva por muito tempo quando o acondicionamos da forma correta. Amor em pedaços de figos, laranjas, mamão verde, pêssegos, cerejas, peras, goiaba... Tudo bem feitinho num amor caudaloso, doce e encorpado do jeito que o coração gosta.

Amor em pedaços, amor em compota.


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