05/07/2015 - Entre tempos
Preocupa a minha falta de tempo. É como se houvesse um grande nó me atando entre o que sou e o que quero ser. Segundos, minutos, horas vão passando e eu vou ficando. Minha cabeça não para, mas meu corpo e minhas ações não têm o ritmo dos meus pensamentos. E eu vou ficando ao tempo. Rezo por bons ventos. Ventos que me empurrem. Ventos que me impulsem. Ventos que me levem ao que me falta. E se o vento não vier, que venha a maré alta, a quinta fase da lua, os cavaleiros do apocalipse. Que o mundo chacoalhe, que norte e sul se embaralhem e a previsão mais certeira falhe por inteira. E que assim, entre tempos, eu seja não o que eu quero ser, mas o que eu nem esperava viver.
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