Daniel Campos

Prosas

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10/08/2014 - Durma bem

Durma, durma ao meu lado, de um jeito agarrado, sonhando com reinos longínquos. Durma abraçando meu corpo num ângulo oblíquo. Durma, durma falando comigo numa língua encantada. Durma não se fazendo de rogada. Durma com esses olhos descendo como cortinas ao final do espetáculo. Durma me envolvendo em mil tentáculos. Durma, durma como menininhazinha que pede proteção só por capricho. Durma, durma me transformando ora em príncipe ora em bicho. Durma, durma ensolarando minha noite. Durma, levando-me à boca do açoite. Durma, durma querendo-me sempre mais perto, puxando-me, agarrando-me, sufocando-me. Durma, amando-me. Durma, escolhendo de pronto o seu lado da cama, mas querendo ocupar todo e qualquer espaço. Durma, fazendo-me subir pelos seus laços. Durma, dobrando esse corpo de ginasta. Durma, no que lhe falta de pudor no que lhe sobra de casta. Durma, durma sem exigir antecipados sonhos ou nada de pesadelos. Durma exalando perfume de seus cabelos. Durma, durma sem pressa de acordar. Durma, durma, durma até o mundo que não nos é favorável se acabar.


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09/08/2014 - Esse seu lado pirata

De repente, velejava com o vento (um sopro doce da sua boca) ao meu favor. Enfrentava tempestades, conhecia paisagens paradisíacas, desbravava um mundo de mistérios com o nariz do meu barco seguindo o rastro do seu perfume. Nossos corpos molhados, ensolarados ou estrelados, mas molhados faziam das velas nossos lençóis. Não havia motivo para parar, só, e somente só, para avançar. E foi exatamente isso o que eu fiz. Joguei fora as bússolas porque eu só tinha um destino – você – e era impossível eu errar esse caminho. ...
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08/08/2014 - Mal acostumado

Você me mimou. Você me mal acostumou a querer você a toda hora e numa exclusividade tal. Você me ensinou que amar é tratar bem. Você me mostrou como é ser bem amado, bem cuidado, bem apaixonado. Você me cortejou de forma tão natural. Você me viciou num amor que está acima do bem e do mal. Você me flertou permitindo meus flertes. Você me achou para não mais perder. Você se importou com os pormenores que para nós sempre foram por demais maiores. Você me alucinou no melhor dos sentidos. Você me golpeou certeiramente no cerne do meu juízo. Você me doou seu tempo. Você me garimpou. Você me dominou sem nunca me prender. Você me sustentou para além da minha fantasia. Você me tomou como nunca ninguém dantes havia ousado. Você se alastrou em mim de um segundo pro outro. Você me calou num beijo de contos de fada ainda não escrito. Você me inspirou a viver o que há de mais bonito. Você me iluminou de um jeito que agora que tudo se apagou não sei como continuar...


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07/08/2014 - Ai...

Ai, coloca-me perdido. Ai, faça-me proibido. Ai, deixa-me desinibido. Ai, eleja-me seu bandido. Ai, dê-me como lido. Ai, toma-me caído. Ai, tenha-me decidido. Ai, sinta-me partido. Ai, arranca-me um gemido. Ai, chora-me esquecido. Ai, anota-me querido. Ai, apavora-me o sentido. Ai, beija-me ao pé do ouvido. Ai, queira-me por marido. Ai, ama-me comigo.


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06/08/2014 - Deus dará

Lá na estrada da serra tem um pé de deus dará, toda vez que passo por lá me canta um sabiá. Como um oráculo caipira ele me revela retalhos do amanhã. Sinto um outro tempo nascendo e crescendo dentro de mim a partir da aconselhação. Como ingá carregado, vergo mas não quebro e verdejo por inteiro. Tomo direcionamento e lá pras bandas do destino eu vejo a léguas de mim um sino que geme deus dará, deus dará, deus dará. Um sino tão grande como um sol, que badala pelo barradão do céu. E eu na coxia da vida ainda decoro as últimas falas do meu auto. E a mocinha cochicha no meu ouvido: a deus dará, a deus dará, a deus dará. Dará o quê? Dará a quem? Dará por quê? Só sei que assim entregue ao deus dará foi tocando a boiada do meu coração.


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05/08/2014 - Quantas não serão você?

Em quantos olhos eu vou me jogar buscando os seus e me chamar de maluco? Em quantas bocas eu vou reclamar da falta do gosto da sua? Quantas cinturas eu vou abraçar sem achar o encaixe pleno? Em quantos lugares eu vou estar sozinho ou não, mas querendo você completando a paisagem e o meu corpo? Quantas mãos vão se enlaçar nas minhas sem que as linhas sigam o mesmo rumo? Quantas línguas vão me lembrar de que ninguém fala a minha língua tão bem quanto a sua? Quantos perfumes baratos ou não eu vou sentir só para ter certeza de que eu nunca me esqueci do seu? Quantos pés eu vou precisar beijar para chorar pelos caminhos que tomaram os seus? Quantas mulheres chegarão até mim com mantos e cetros e eu precisarei afirmar que só tive, tenho e terei uma princesa em meu reino? Quantos cabelos precisam tocar meu rosto para me trazer exatamente a combinação de textura, aroma e cor nunca mais vista por mim? Quantas mulheres eu ainda vou chamar pelo seu nome? Em quantas mulheres eu vou colocar mil defeitos depois de ter conhecido e vivido a sua perfeição? Quantos lábios vão gritar que não é você quem está no meu beijo?


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04/08/2014 - Caminhante do tempo só

Ando por aí sem saber aonde essa estrada vai me levar. Não sei mais o que esperar e nem sei se ainda quero esperar. Que tudo seja surpresa em meu caminho. Não quero idealizar futuro algum. Quero andar pelos meus próprios impulsos nem que seja de soluço em soluço. Quero ser levado pelas presas do destino. Quero ser amado como se fosse um menino. Quero não fazer plano algum. Quero sonhos imediatos que possam ser sonhados e realizados agora. Assim ninguém chora. Quero ter nome de árvore. Quero ter raízes nas nuvens. Quero dar sombra a quem medra. Quero dar de comer a quem ama. Quero ir além do lugar comum. Quero quebrar rotinas. Quero estar nas meninas dos olhos de quem me faz fechar os meus de desejo. E em algum lugar dessa caminhada, quero seus pés no meu colo, quero seus lábios no meu pescoço, quero seu corpo me enchendo de veneno dose a dose e que numa overdose de paixão a realidade que existe em todos nós morra de uma vez fazendo do meu ir algo mais ameno.


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03/08/2014 - Mais nada a fazer

Não há mais nada a fazer, não há mais nada a esperar, não há mais nada para lutar, não há mais nada a sofrer, não há mais nada a perder, não há mais nada a declarar, não há mais nada a assumir, não há mais nada a fugir, não há mais nada a dizer, não há mais nada a confessar, não há mais nada a morrer, não há mais nada a sucumbir, não há mais nada pra sorrir, não há mais nada a prometer, não há mais nada a ouvir, não há mais nada pra acontecer, não há mais nada pra pedir, não há mais nada pra perdoar, não há mais nada a futurar. ...
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02/08/2014 - Poeta cigano

Sou poeta do coração cigano. Tenho mil desejos, destinos e planos. Não me importa o quão difícil será, o amor me é soberano. Sou poeta, sou cigano. Sou pele envolvida em fogueira. Sou soprado, atiçado e levado pelo vento. Sou a liberdade do sentimento. Sou paixão sem censura, sem barreira, sem frescura.


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01/08/2014 - Delicie-se

Delicie-se de tudo o que o amor pode trazer aos seus pés, as suas pernas, a sua cintura, ao seu colo, aos seus pulsos, a sua boca, a sua nuca... O amor bem amado é capaz de provocar delícias que fogem ao campo do conhecimento. Para tanto, não se prenda, não se arrependa, não se coloque uma venda. Solte-se, liberte-se, encare o deliciamento propício do maior dos sentimentos. Assuma-se digna de todas essas delícias e aproveite cada uma delas sem pesar ou pudor. Ama sem culpa e sem ter que pedir perdão. Não há espaço para desculpa ou qualquer outra confissão que não seja: “eu amo demais” ao longo dessa deliciação.


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