Daniel Campos

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09/08/2014 - Esse seu lado pirata

De repente, velejava com o vento (um sopro doce da sua boca) ao meu favor. Enfrentava tempestades, conhecia paisagens paradisíacas, desbravava um mundo de mistérios com o nariz do meu barco seguindo o rastro do seu perfume. Nossos corpos molhados, ensolarados ou estrelados, mas molhados faziam das velas nossos lençóis. Não havia motivo para parar, só, e somente só, para avançar. E foi exatamente isso o que eu fiz. Joguei fora as bússolas porque eu só tinha um destino – você – e era impossível eu errar esse caminho.

De repente, vi-me naufrago num mar de planos frustrados, de sonhos saqueados, de esperanças à deriva. E pior, sem saber o que de fato aconteceu. Não sabia nem se aquele mar era natural ou artificial, advindo dos meus olhos. Num cenário psicodélico vi lobos do mar me atacando, uivando a solidão às minhas entranhas. Não conhecia esse seu lado pirata. Sinto falta das nossas ondas de sentimento. Sinto falta dos nós de marinheiro que prendiam os nossos corações. Sinto falta do rum dos seus olhos.

De repente, não conhecia esse seu lado pirata.


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