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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 39 de 320.
28/10/2015 -
Sete em um
Eu tenho sete vidas, mas um só espírito. Eu tenho sete chegadas, mas uma só partida. Eu tenho sete linhas, mas uma só verdade. Eu tenho sete céus, mas uma só lua. Eu tenho sete ondas, mas um só mar. Eu tenho sete quedas, mas um só chão. Eu tenho sete pecados capitais, mas um só perdão interior. Eu tenho sete virtudes divinas, mas uma só humanidade. Eu tenho sete notas, mas uma só melodia. Eu tenho sete cores, mas um só arco-íris. Eu tenho sete chackras, mas um só corpo. Eu tenho sete dias, mas uma só semana. Eu tenho sete anões, mas uma só branca de neve. Eu tenho sete possibilidades, mas só uma escolha. Eu tenho sete raios, mas só uma tempestade. Eu tenho sete paixões, mas só um amor. Eu tenho sete casas, mas só uma morada. Eu tenho sete reinos, mas um só povo. Eu tenho sete curvas, mas só uma estrada. Eu tenho sete flechas, mas só um arco.
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27/10/2015 -
Tateando-me
Tateia meus músculos. Tonteia em meus soluços. Tropeça em minhas linhas. Toma as minhas vinhas. Caia no meu colo. Que tenha intenção, enfim, que tenha dolo. Zanza em meus labirintos. Tateia minha alma e eu lhe sinto. Incendia minha calma. Decola de asa delta das minhas costas. Sirva o meu coração em postas. Apedreje. Troveje. Enseje um pouco mais do mais que eu sou, do mais que eu dou. Escolha se ficou ou se vou. Abra as minhas cortinas. Clareje as minhas retinas. Leia os meus sinais. Cheia seja a minha lua lilás. Durma em minhas retrancas. E que as peças do nosso quebra-cabeça sejam tantas. Que haja conversa entre nossos átomos de Marte e de Vênus. Que haja arte no nosso encontro e que o nosso reencontro nunca seja de menos. Apedreje os meus medos. Verdeje os meus arvoredos. Peleje com meus segredos. Pesque minhas intenções. Que tenha dolo. Que tenha colo. Que tenha sim sem senões. Que tudo clareie. Que tudo incendeie. Que tudo volteie. Que tudo tateie em seus pulsos. Que tudo tonteie aos seus impulsos.
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26/10/2015 -
Banhação
Banho de chuva. Banho de manjericão. Banho de luz. Banho de sal grosso. Banho de poeira. Banho de perfume. Banho de ilusão. Banho de confete. Banho de ouro. Banho de mel. Banho de lavanda. Banho de sabonete. Banho de lama. Banho de açúcar. Banho de fogo. Banho de tinta. Banho de areia. Banho de folha. Banho de flor. Banho de semente. Banho de raiz. Banho de verde. Banho de música. Banho de loja. Banho de prazer. Banho de espuma. Banho de bruma. Banho de mar. Banho de rio. Banho de cachoeira. Banho de ar. Banho de chocolate. Banho de língua. Banho de fé. Banho de energia. Banho de todo dia. Banho de lua. Banho de prata. Banho de choro. Banho de sol. Banho de verniz. Banho de anis. Banho de brilho. Banho de balde. Banho de caneca. Banho de chuveiro. Banho de banheira. Banho de orvalho. Banho de gato. Banho de chuva.
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25/10/2015 -
Ela caminha
Ela caminha como se não tocasse o chão. Ela me vinha como se não viesse mais não. Ela tem figuras geométricas espalhadas pelo corpo num desenho louco num sopro de deus. Ela caminha como se nada dela fosse mais meu. Ela balança a silhueta e me vira a ampulheta. Ela apaga os rastros antes de marcar o solo. Ela passa e eu imploro por braços, pernas, colo, abraços, enfim, por fazer parte daquela arquitetura. Ela passa e ateia em mim o fogo de uma doce loucura. Ela vem com jardins suspensos. Ela vem com um corpo denso que mesmo assim se esvai pelo ar. Ela surge e ruge e canta e decanta e mia e se esguia pelas trilhas. Ela passa como ilha flutuante, cantante, alucinante pelo meu oceano. Ela com seus tantos planos e eu com meus enganos. Ela passa e o mundo treme, geme, fica sem leme. Ela esvoaçante, dançante, delirante. Ela caminha como quem alinha saturno, marte e plutão num só olhar. Ela trilha fazendo picada no meu coração e eu, capitão-do-mato, perco-me em mim mesmo. Ela caminha e a realidade segue a esmo num completo desacato. Ela caminha como que dando linha ao meu maranhão.
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24/10/2015 -
Vira a página
Vira o disco, muda a música, troca de olhar, do jeito de olhar. Saia da mesmice, deixa de crendice, troca de fetiche... Pra que tanta tolice? Vá para outra página, viva outra história, invente outro final... Nem tudo é bem nem tudo é mal. Permita-se o novo. Peça outro prato, visite outro canal, estabeleça novos contatos de primeiro, segundo, terceiro grau. Repagine-se por dentro e por fora. Manda o habitual embora. Se ri, chora. Se chora, ri. Vá pra lá se está aqui. Vem pra cá se está ali. Deixa de medo do desconhecido, do diferente, do tempo ainda não nascido. Jogue-se à mudança. Cultive a esperança. Alcança o que está para além do seu teto e do seu fundo. Rompa a casca. O que é seu ninguém tasca. Vá ao profundo do seu ser para se encontrar e para se esquecer. Para nascer é preciso morrer. ...
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23/10/2015 -
Chuva milagreira
Casais agarradinhos sob os guarda-chuvas vão passando de mansinho. O cheiro de café tomar o ar e se mistura aos pingos de chuva. A viúva olha para o céu e sente o seu bem tão mais perto. O deserto acabou e as flores estão brotando pelo quintal. O Natal chegou mais cedo para o arvoredo que ganhou o verde de volta. Um perfume que vem e não solta e traz ciúme aos dias ensolarados. Nublado. Carregado. Molhado. O dia amanheceu encharcado. O mundo invernou. A alma frutificou. E a inspiração proliferou. E quem nem mais sentimento tinha, amou.
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22/10/2015 -
Vamos à praia
Vamos ver o sol nascer molhado. Vamos ter no mar nossos corpos lado a lado. Vamos pular sete milhões de ondas. Vamos catar conchas no raiar do dia. Vamos nos despir de tudo o que já não vale à pena. Vamos nos oferecer à rainha do mar. Vamos ver o mar azul ficar esverdeado. Vamos bailar nas dunas. Vamos trocar beijos à luz da lua e das lunas. Vamos ter um faroleiro só pra nós. Vamos jogar búzios e runas. Vamos descarregar o que não dá mais pra levar. Vamos salgar nossos corações. Vamos reabastecer nossas lágrimas, renovar nosso sal interior. Vamos selar nossos tecidos contra mau-olhado, inveja, olho-gordo e todo engodo. Vamos nos enroscar nos corais. Vamos nos casar e casar os casais. Vamos nos deixar à maré. Vamos mais uma vez ser homem e mulher. Vamos ter asas de espumas. Vamos nos perder nas brumas. Vamos morar num castelo de areia. Vamos ter com a sereia. Vamos ser, sobretudo e para tudo, o momento. Vamos nos atirar ao vento e ouvir o que netuno quer nos dizer.
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21/10/2015 -
Das penas às asas
Faça da pena que tem de si mesmo um par de asas e voe para longe dessa realidade. Não há idade para aprender que voar é melhor do que se esconder e só vai sofrer pra sempre quem assim escolher. Se as tempestades passam por que é que você vai ficar? Todos nós podemos e devemos mudar para continuar vivos e ativos no propósito maior de amar. E para amar o outro comece a se amar de verdade. Um amor que vai além da vaidade e não vive de saudade. Um amor construtor que se lança ao mar ora como pescador ora como mergulhador. Desata o nó que lhe prende à autopiedade. Para que ficar só com dó se também tem ré, lá, si, fá, mi, sol... No lugar de cantilenas, entoe poemas. A dor está aí, mas será que é só isso que você tem a descobrir em você? Por que não troca a conformidade pela vontade de viver? Como pode ter certeza de que não há mais nada de melhor a acontecer debaixo de toda essa tristeza? Troque o peso pela leveza e se deixe levitar, boiar no céu, voar ao léu. Aproveita a oportunidade de ser um lutador da vida e coloca o amor à frente que ele cicatriza toda e qualquer ferida e nos dá a dimensão de sermos pra sempre. E pena não dá semente, mas se transformar essas penas em asas poderá espalhar o presente que é a sua existência. Recobre a consciência e viva a voar, a semear, a gestar um mundo novo de novo, de novo e de novo... ...
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20/10/2015 -
Feita de escolhas
Mais do que coragem para seguir viagem é preciso saber para que rumo seguir. Estamos arriscados a ficar dando volta em torno de nós mesmos e não sairmos do lugar. As indecisões não só atrasam nossa caminhada, como inviabilizam muitos caminhos que passam a deixar de existir ou perder o significado. É praxe dizer que a vida é feita de escolhas, mas o importante é saber que não existe escolha certa ou errada, pois todas acarretarão alegrias e tristezas, perdas e ganhos, afinal, a vida é tudo isso. Tem que ter choro, sorriso, suor para encontrar graça nisso tudo. O importante ao escolher é saber não o que vai ganhar, mas o que vai perder em deixar de ir por outros caminhos, pois as perdas falam mais alto que os ganhos. Por isso, pense, repense, torne a pensar, mas não vá se sabotar, pois não escolher também é uma escolha e as perdas são de todos os caminhos não percorridos.
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19/10/2015 -
Inferno pra baixo?
Se o inferno fica pra baixo por que enterramos nossos mortos? Por que cavamos para encontrar batatas, mandiocas e gengibres? Se é tão ruim lá embaixo por que as raízes das árvores vão a fundo? Por que abrimos buraco para buscar água? Se o inferno é no profundo do mundo o demônio não deve dormir com o barulho do metrô e ter sua casa destruída com escavações à procura de água, petróleo, ouro? Os piratas não tinham medo do fogo do inferno ao enterrarem seus tesouros? Se o inferno fica pra baixo por que as minhocas e tatus não ficam cozidos? Se o inferno fica pra baixo por que a terra é boa pra plantio? Se o inferno fica pra baixo por que ainda não nos acabamos num imenso vulcão? ...
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