Daniel Campos

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27/10/2015 - Tateando-me

Tateia meus músculos. Tonteia em meus soluços. Tropeça em minhas linhas. Toma as minhas vinhas. Caia no meu colo. Que tenha intenção, enfim, que tenha dolo. Zanza em meus labirintos. Tateia minha alma e eu lhe sinto. Incendia minha calma. Decola de asa delta das minhas costas. Sirva o meu coração em postas. Apedreje. Troveje. Enseje um pouco mais do mais que eu sou, do mais que eu dou. Escolha se ficou ou se vou. Abra as minhas cortinas. Clareje as minhas retinas. Leia os meus sinais. Cheia seja a minha lua lilás. Durma em minhas retrancas. E que as peças do nosso quebra-cabeça sejam tantas. Que haja conversa entre nossos átomos de Marte e de Vênus. Que haja arte no nosso encontro e que o nosso reencontro nunca seja de menos. Apedreje os meus medos. Verdeje os meus arvoredos. Peleje com meus segredos. Pesque minhas intenções. Que tenha dolo. Que tenha colo. Que tenha sim sem senões. Que tudo clareie. Que tudo incendeie. Que tudo volteie. Que tudo tateie em seus pulsos. Que tudo tonteie aos seus impulsos.


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