Daniel Campos

Prosas

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12/05/2010 - Por amor eu...

Por amor eu lhe peço amor. Por amor, por favor, mais e mais amor ao insaciável coração. Por amor, chame a flor e as flores para uma nova primavera. Por amor, seja razoável nesta era de amor. Por amor, infrinja os limites e não ouça palpites alheios. Por amor, eu lhe espero no último dos campos de centeio. Por amor, deixa-me escrever a rima que nos une em seus seios. Por amor, diga a que veio. Por amor, vamos levar esse amor para lá do meio. Por amor, a lua cheia, o sol cheio.

Por amor eu lhe quero amor. Por amor, por favor, mexa-me meu amor. Por amor e pelo amor de Deus. Por amor, finja que esqueceu. Por amor, somos agora você e eu. Por amor, sem mais porquês. Por amor, sou sua vela, sua cama, seu buquê. Por amor, pela de medo de me perder como me pelo. Por amor, vamos fazer um tempo belo por entre teus pelos e meus apelos. Por amor, sem atropelos, por gentileza. Por amor, doe-me ao menos alguns minutos de convivência ao lado de sua beleza. ...
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11/05/2010 - Capítulo 19

Gastón saiu, mas suas palavras não deixam a cabeça de Sebastian. Horas e horas se passaram e aquela conversa ainda repica em seu íntimo, como sinos que não cessam. Agindo pelas próprias mãos e sem dizer nada a ninguém, ele pega o carro e vai até a casa de seus pais.

Respira fundo antes de encontrar Jorgeliana, sua mãe, que o recebe perguntando por que ele está com aquele cheiro ruim e com aquela aparência horrível. Pergunta se não estão lavando ou passando suas roupas. Se não estão fazendo comida para ele. Se os filhos de Malena estão dando muita dor de cabeça para ele. Se ela já o havia traído e ele veio buscar abrigo. ...
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11/05/2010 - Tempos assim

O céu voltou a escurecer para deleite dos meus olhos chuvosos. Se dependesse de mim, choveria aquele friozinho diariamente. O horizonte carregado e o vento alardeando pelos campos: vai chover, vai chover, vai chover. Nessas horas tenho curiosidade para saber o que faz o sol. Será que se esconde debaixo das cobertas? Só sei que essa é a vontade de boa parte da população. Quantos não pensam em cabular aulas, em enforcar o dia de trabalho, em inventar uma desculpa daquelas dignas de confessionário para não sair da cama. ...
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10/05/2010 - Sugestões urbanísticas

Se ao menos os engarrafamentos fossem engarrafados em uísque o trânsito e as esperas fluiriam com mais graça. São Pedro poderia colaborar e fazer chover algumas pedras de gelo. Para quem prefere a bebida estilo caubói bastaria procurar regiões mais ensolaradas, como o velho oeste ou o sertão nordestino. Quem prefere misturar a bebida para deixá-la um pouco mais fraca ou doce teria a opção de mergulhar em rios de refrigerante, de energético e, até mesmo, de água de coco. Afinal, tudo é possível num mundo transgênico. ...
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09/05/2010 - Dia de Gaia

Hoje, Dia das Mães, convido você a presentear nossa mãe em comum. Gaia, como era chamada na antiguidade, é quem nos ensina a andar em suas estradas, pelos mais diversos relevos; é quem nos dá de comer; é quem volteia em torno do sol e de si mesma dando-nos a noite para dormir e o sol para aquecer as esperanças. É a Terra, esse planeta azulado, quem nos dá água e brisas. Água para beber e velejar. Brisas para aliviar o cansaço da caminhada. Como poderíamos descansar em uma rede se a Terra não nos desse as árvores?...
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08/05/2010 - Tempo bandido

Ai, meu amor, vamos embora, vamos, deixa para trás toda essa coisa que chora. Vamos, vamos meu amor, sair da cidade, ganhar estrada, inventar uma nova velha inédita realidade para nossas vidas. Vamos, não perca tempo com despedidas. Afinal, cada dia é uma eterna despedida de nós mesmos e de tudo o que nos cerca. Tudo que nasceu um dia agora está morrendo. Por isso, vamos, vamos, meu amor, temos pressa. Não meça as conseqüências, vamos além da inocência. Para cada rosa morta nasce um espinho no caule da flor. Cada uva caída ao chão alimenta uma nova taça de vinho. Marcas e sabores que não se esquecem facilmente. ...
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07/05/2010 - Ode ao torresmo

Os que estão de dieta que me perdoem, mas o torresmo aparece em minha vida como inspiração poética. Ou seria tentação? Aquele torresmo pequeno, crocante, que estala na boca deveria ter um item específico na lista dos pecados capitais. Afinal, vai da gula à vaidade e da luxúria à avareza em poucos segundos diante de uma travessa. Quem diria que da barriga do porco surgiria algo tão atrativo aos sentidos humanos. Difícil resistir. Não é à toa que, em matéria de torresmo, assumo-me pecador.
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06/05/2010 - Abotoa-me enquanto lhe desabotôo

Ela chegou com um sorriso embotado nos lábios e um colar de botões abotoando seu colo. Aqueles botões de vários tamanhos tingidos de cores barrocas mexiam com meus botões. Uma coleção de botões delicados e rústicos, cantantes e tristes, fechados e abertos, presa a um fio de linha quase transparente aos meus olhos nus. Nus como a mulher desabotoada de botões.

Se eu fosse menino, jogaria futebol de botão pelo campo dos seios daquela mulher. Se eu fosse dançarino de tango, pegaria aquela mulher nos dentes como se pegasse um único botão, botão de rosa. Se eu fosse costureira, faria uma boneca, a imagem e semelhança dela, com olhos de botão. Se eu fosse deus, saberia quais botões mexer para acender, escurecer, ligar essa criatura? ...
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06/05/2010 - Capítulo 18

Dona Valentina se depara com um Sebastian abatido e atordoado, que entra em casa de braço dado com Malena, louco por banho, café e descanso. Ela está no sofá conversando com alguns amigos. São duas voluntárias que ajudam no trabalho social do centro espírita e o médium Gastón, que a auxilia nas atividades espirituais.

Ao abraçar o genro, diz à meia voz que precisam conversar. Ele pede alguns minutos para se recompor. Ela diz entender sua situação, mas que já perderam tempo demais com essa prisão. Dona Valentina disfarça, ficando na sala com as amigas e a filha, para tratar de um almoço beneficente, enquanto Sebastian vai até o escritório com o médium. Segundo ela, Gastón precisa de uma orientação jurídica. ...
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05/05/2010 - Cachorrada da hora

Socorro. O mundo foi globalizado em todas as instâncias e não me avisaram de nada. Ao abrir o portão de casa, deparei com um cachorro vira-lata comendo cup noodles, aquele macarrão instantâneo que vem em um copo. Feliz da vida, nem se importou com a minha presença. Continuou com o focinho enfiado dentro do copo plástico como se tudo estivesse normal. Eu assustei, mas, segundo a moçada, não há motivo para espanto. Ao contrário de ossos, os cãezinhos de hoje comem o que há de mais badalado em matéria de fast food. Chega de ração balanceada, de biscoitos caninos. Vou fazer um convênio com o Mcdonalds para agradar a cachorrada lá de casa. ...
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