Daniel Campos

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10/05/2010 - Sugestões urbanísticas

Se ao menos os engarrafamentos fossem engarrafados em uísque o trânsito e as esperas fluiriam com mais graça. São Pedro poderia colaborar e fazer chover algumas pedras de gelo. Para quem prefere a bebida estilo caubói bastaria procurar regiões mais ensolaradas, como o velho oeste ou o sertão nordestino. Quem prefere misturar a bebida para deixá-la um pouco mais fraca ou doce teria a opção de mergulhar em rios de refrigerante, de energético e, até mesmo, de água de coco. Afinal, tudo é possível num mundo transgênico.

Outro problema da cidade grande é o lixo. Quem é que se sente estimulado a reciclar sabendo que uma garrafa pet vai virar outra garrafa pet, que papel vai virar papel, que material orgânico vai virar adubo? É preciso inventar uma máquina que transforme pneu em petróleo, papel em árvore, metal em jazidas e assim por diante. Do jeito que está tudo fica muito sem graça. Onde estão os inventores, os cientistas, os professores pardais? O lixo precisa ser reinventando se quiser deixar de ser lixo.

Não podemos nos esquecer da questão da segurança. Para acabar com a violência basta acabar com o dinheiro. Como se pode dar tanto valor a um pedaço de papel sujo? A riqueza humana deveria ser negociada em sentimento. Isso! Os ricos e os pobres de amor, a classe média do coração, os trabalhadores da bondade. No máximo, os ladrões de plantão conseguiriam roubar alguns beijos da criatura amada. Sem dúvida alguma o mundo seria bem mais poético e habitável.


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