Daniel Campos

Prosas

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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 202 de 320.

01/05/2011 - Não dá para esquecer

Não dá para esquecer seu carro lançado contra o muro feito flecha cega. Não dá para esquecer o medo. Não dá para esquecer o nome daquela curva. Não dá para esquecer o drama. Não dá para esquecer o choque. Não dá para esquecer o susto. Não dá para esquecer o sangue. Não dá para esquecer o silêncio. Não dá para esquecer seu capacete pendendo para o lado. Não dá para esquecer a brutalidade das coisas. Não dá para esquecer as marcas dos pneus. Não dá para esquecer os estilhaços. Não dá para esquecer o vazio das arquibancadas. Não dá para esquecer os buracos da narração. Não dá para esquecer o primeiro lugar. Não dá para esquecer aquela bandeira. Não dá para esquecer tantos planos. Não dá para esquecer a falta de notícias. Não dá para esquecer a quebra de expectativa. Não dá para esquecer aquele início de sétima volta. Não dá para esquecer a quebra da barra de direção. Não dá para esquecer aquele lugar da Itália. Não dá para esquecer as fotos, os textos, as falas. Não dá para esquecer os sons, as cores, os dissabores daquele dia. Não dá para esquecer....
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30/04/2011 - Verdades e mentiras

A vida é feita de verdades e mentiras. Toda história tem um pé na realidade e outro na ficção. Há sempre uma verdade por detrás de uma mentira e vice-versa. A serpente mentiu para Eva que mentiu para Adão que mentiu para Deus que nunca mentiu. Ou mentiu? Corruptos e santos se igualam na mentira. Algumas mentiras são maiores, perversas, outras são pequenas e sutis, mas todas são mentiras. A minha verdade é a sua mentira. E a sua mentira é a verdade de quem?

A verdade está no reflexo ou no fundo do espelho? Tudo é uma questão de ponto de vista, de saber enxergar, de valores. A dor e a fraqueza habitam a mentira tanto quanto a dor e a coragem forjam a verdade. A dor está sempre presente. A dor de contar ou ouvir a mentira, a dor de contar ou descobrir a verdade. Elas coexistem. Afinal, para que haja verdade é preciso que haja mentira. Quem nasceu primeiro: o ovo da verdade ou a galinha da mentira? ...
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29/04/2011 - As filhas dos pais

Numa mesma quinta feira perdida no final de abril morreram as filhas dos pais. Podiam ser chamadas assim essas mulheres nascidas de uma poesia de Vinícius de Moraes, de um discurso de Leonel Brizola. Independentemente das tentativas, nenhuma das duas conseguiu superar a fama de seus criadores. No fim das contas, só aumentaram a lista dos casos em que o sobrenome fala mais forte que o nome.

A filha do político, Neusinha, enveredou pela carreira artística e teve uma série de desentendimentos públicos com o pai por causa das drogas e um ensaio de nudez para uma revista famosa. Chegou a ser presa. Morreu no hospital por complicações pulmonares assim como o pai. Os pulmões da cantora silenciaram. Uma morte simples para uma mulher que, entre outras extravagâncias, já encheu uma banheira com champanhe para tomar banho. ...
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28/04/2011 - Brilhar, brilhar, brilhar

Mande notícias, mande postais, mande sinais... Quero notícias do brilho dos seus olhos que não brilham mais. Será que suas estrelas caíram ou submergiram na névoa espessa que cobre seus olhares. Quero informações do ocorrido, todos os detalhes do que tem vivido e sofrido. Mande notícias de dentro de você, das mais banais às mais complexas. Fale dos caminhos que tem percorrido, dos vinhos que tem bebido, dos carinhos que não tem recebido. Fale das suas frustrações de mocinha, dos seus sonhos de vilã. ...
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27/04/2011 - Ajude-se

Quando tudo der errado, vire pro outro lado e comece de novo. A voz do povo nem sempre é a voz do coração. Troque a direção pra que tudo ganhe sentido. Ao contrário de encarar o tempo como perdido, veja-o como um achado. Mude o rumo pra ajeitar o prumo. Se sua hora não for boa, vá embora e volte depois. Se sozinho não dá, tente a dois. Se as coisas não saírem conforme a encomenda, ofereça assim mesmo o melhor de si aos céus como uma perfeita oferenda. Quando o sentimento é bom ele nasce até mesmo na fenda de uma pedra e suporta a maior das quedas. ...
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26/04/2011 - Amar é...

Amar é nascer outra vez a cada ato de amor. É ressuscitar sentimentos mortos. É alçar vôos improváveis. É remediar o que não tem remédio. É se entregar ao desconhecido de livre e espontânea vontade. É ser maior que o próprio medo. É mudar de nome, de sobrenome, de história. É amanhecer cantando e anoitecer chorando de saudade de alguém. É ter uma série de motivos para se motivar. É inventar estradas e reinventar caminhos. É parir, escrever e plantar...

Amar é conversar com deus ou com deusas. É enciumar da lua só porque ela não apareceu inteira pra você. É dividir suas coisas, suas falas, seus lábios com outro alguém. É se perder nas nuvens. É se esquecer do óbvio. É escutar repetidas vezes a mesma música. É fazer comidinhas e outras carícias numa plena e pública demonstração de afeto. É desejar bons sonhos e torcer para estar neles. É pedir mais por alguém do que por você. É sorrir, sofrer e dançar......
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25/04/2011 - Abril, maio, junho...

Abril se prepara para sua despedida. Vive os seus últimos instantes antes de voltar à fila. Sim! Os meses do ano, assim como os signos, ficam em fila indiana se preparando para reinar por trinta ou trinta e um dias. Exceto fevereiro, que por algum castigo, reina um ou dois dias a menos. Nessa fila, os meses conversam sobre seus feitos, disputam holofotes e discursam sobre acontecimentos. Quem nasceu, quem morreu, quem ganhou, quem perdeu, quem se apaixonou e quem se separou durante seus dias.
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25/04/2011 - Capítulo 66

A editora propôs um centro cultural, como o Recoleta ou o Ricardo Rojas, da Universidade de Buenos Aires, e até mesmo uma daquelas salas de teatro que movimentam a Avenida Corrientes. Shoppings, livrarias, restaurantes e outros centros espíritas ofereceram suas instalações para sediar o lançamento do livro mais esperado dos últimos tempos, mas o autor estava irredutível. Para ele, o evento não podia acontecer em outro lugar senão no centro espírita Sementes de Luz.

Não quis apresentações musicais ou refinados coquetéis. Artistas e empresários queriam a todo custo colaborar com o lançamento, mas Sebastian optou por uma cerimônia simples. O evento aconteceria no salão do centro, logo após a sessão espírita de uma quinta feira. Depois da palestra e dos passes, o livro seria lançado. A intenção era não espetacularizar esse momento e adaptá-lo à doutrina espírita. Mas estava difícil. ...
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24/04/2011 - Pessach

Nossa Senhora Auxiliadora, passa por nós. Passa por nossos caminhos, por nossas vidas, por nossos destinos. Passa em nossos corações, em nossos pensamentos, em nossas feridas. Passa nos trazendo transformações e boas-novas. Passa, mãe do divino auxílio, curando, amando e perdoando os filhos teus. Passa com toda pureza que há. Passa operando milagres. Passa e areja o ambiente. Passsa cheirando à flor e cheia de luz.

Nossa Senhora Auxiliadora, passa por nós. Passa por nossos mundos coletivos e particulares. Passa pelo nosso íntimo. Passa semeando afeto. Passa nos fazendo passar pelas pedras, pelos espinhos, pela falta de chão. Passa, rainha do divino auxílio, deixando dores corporais e atemporais para trás. Passa e abre uma nova estrada. Passa germinando um novo tempo. Passa e renova todo e qualquer sentimento que valha à pena. ...
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23/04/2011 - Retratos de Minas, de A a Z

Alda e Zélia, pão e vinho, luz e caminho, celebração e comunhão. Senhoras de uma prosa à mineira que nos leva a embarcar num daqueles trens sem fim, repletos de vagões pintados de carmim e recheados de histórias e tradições. Senhoras de glórias e brasões, damas remanescentes da fina flor da sociedade de Minas Gerais. Sem mais perceber, os olhos de Alda falam tanto quanto a boca de Zélia. Do amanhecer ao anoitecer, a brancura dos cabelos de Alda e a vermelhidão dos de Zélia lado a lado como lua e sol, canto e rouxinol. ...
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