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Encontrados 261 textos. Exibindo página 16 de 27.
24/01/2012 -
Senhorah
Quando tudo estiver perdido, senhorah. Quando o medo falar mais alto, senhorah. Quando o pessimismo tomar de conta, senhorah. Quando os caminhos se fecharem, senhorah. Quando a dor se agigantar, senhorah. Quando a primavera se for, senhorah. Quando tudo der em desânimo, senhorah. Quando os braços não alcançarem o céu, senhorah. Quando a luz se for, senhorah. Quando as palavras estiverem por um fio, senhorah. Quando a esperança cair, senhorah.
Quando o mal rondar, senhorah. Quando os terços se quebrarem, senhorah. Quando os pensamentos anuviarem, senhorah. Quando os inimigos se multiplicarem, senhorah. Quando o amanhã turvar, senhorah. Quando a morte vingar, senhorah. Quando os milagres sucumbirem, senhorah. Quando a felicidade for censurada, senhorah. Quando a fé for desacreditada, senhorah. Quando as coroas estiverem ao chão, senhorah. Quando o choro reinar, senhorah.
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04/12/2011 -
Saudade infinda
Ah! Que falta me faz sua presença física, seu Líbio. Desde sua morte, ò meu avô, estou sem rumo certo, sem chão firme, sem sentido algum. É como se meu mundo, feito um castelo de cartas, viesse ao chão numa ventania. Devo confessar que até hoje eu não consegui juntar as cartas. Sem sombra de dúvida, o meu reino por um abraço seu. Um abraço de carne e osso. Meu deus, como é difícil tocar a boiada da vida sem tê-lo ao meu lado. Muitas porteiras se fecharam para mim depois da sua partida. E a saudade machuca mais do que arame farpado. Mesmo depois de tantos meses ainda consigo sentir seu perfume, escutar sua voz, adivinhar seus pensamentos. ...
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12/11/2011 -
Sereia
Deixa-me provar sua carne e descobrir enfim o mistério desse sabor que dá água na boca alheia. Quem sabe eu possa sentir o aquecimento do sangue ao percorrer suas entranhas e estimular a energia acumulada em suas lacunas. Quero me lançar ao seu mar como um barco sem âncora em busca de seus tesouros e de seus piratas. Quem sabe eu consiga encontrar sua cidade perdida, sua esperança de felicidade mais apetitosa esquecida entre corais. Quantas saudades pontilhadas em seu horizonte fugaz. Só me perdoe se o seu calor soprando a bombordo aumentar o meu apetite por navegar e mergulhar em seu mar inteiro. ...
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03/11/2011 -
Só mais um dia...
Só mais um dia depois de outro dia. Só mais um dia. Nada mais. Nada menos. A mesma dose diária de poesia. A mesma contagem do tempo. A mesma maneira de amanhecer, de adormecer. A mesma divisão entre realidade e fantasia. Hoje é a continuação da continuidade de um dia contínuo. Hoje não é o começo ou o fim, apenas o meio de uma história que tem neste dia apenas mais um capítulo, mais uma página, mais uma linha ou um verso.
Hoje é só mais uma luta, mais uma oportunidade, mais uma jogada. Um passo adiante outro passo, uma sílaba atrás de outra sílaba, um pulso ao lado de outro pulso, num imenso comboio de pensamentos, atitudes e sentimentos que segue em círculo, circulando pelo circuladô. Só mais um dia dividido entre o oficial e o clandestino, entre a quebra de expectativa e o destino, entre o sal e o doce de um tempo sitiado entre o duradouro e o repentino. Só mais um dia depois de outro dia. ...
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01/11/2011 -
Saravá a todos os santos
Hoje é dia de todos os santos. Hoje é dia de Santa Bárbara e de Iansã. Salve a senhora dos raios! Hoje é dia de Nossa Senhora da Conceição e de Iemanjá. Salve a senhora do mar! Hoje é dia São Jerônimo, de São João e de Xangô! Salve o senhor da justiça. Hoje é dia São Jorge e de Ogum. Salve o senhor da guerra! Hoje é dia de Santa Ana e de Nanã. Salve a senhora da morte! Hoje é dia de São Sebastião e de Oxóssi. Salve o senhor das florestas! Hoje é dia de Jesus e de Oxalá. Salve o senhor da terra e dos céus! Hoje é dia de São Lazaro e Obaluaiê. Salve o senhor da cura! Hoje é diade Nossa Senhora das Candeias e de Oxum. Salve a senhora da beleza! Hoje é dia de São José e de Ossaim. Salve o senhor das ervas. Hoje é dia de Santo Expedito e de Logun Edé. Salve o senhor da pureza. Hoje é dia de Santo Antônio e de Exu. Salve o senhor dos caminhos! ...
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21/10/2011 -
Símbolos
Eu acredito que o infinito é mais do que um oito deitado, que o coração vai além do desenho de duas mãos unidas, que a fé é maior do que uma cruz. Multiplicação para mim é amor e não um x, assim como o meu para sempre tem mais do que três pontinhos. A paz não pode ser apenas um pombo branco. Onde começa e onde termina o movimento de um círculo? Nem toda seta é capaz de indicar uma direção. A natureza é muito mais complexa do que um pentagrama. Será que o tão temido olho de lúcifer cabe no topo de uma pirâmide? Será que tudo o que queremos dizer consegue ser dito combinando vinte e poucas letras?...
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16/10/2011 -
Sons da noite
Quando a noite cai, sussurros e urros chegam cegos aos nossos ouvidos. Mensagens urgentes trançam pernas no escuro, tropeçam em declarações antigas. Tudo se mistura, tudo se confunde e se funde na noite escura. São tantos sons se procriando na noite. São gemidos abraçados, versos alados, refrões casados, vozes do presente, do futuro e do passado no mesmo espaço. Sons cardíacos, viscerais, animais. Sons que atravessam paredes, corpos, dimensões.
Quando tudo se aquieta, a noite cai em sinfonia. O que a noite toca, vira música. As rezadeiras cochicham orações. Até mesmo a lua chega a cantar em vibrações que só alcançam os mais apaixonados ouvidos. São grilos, besouros, corujas, pirilampos, ratos e outras criaturas se expressando verbalmente, cada qual a sua maneira. Isso sem falar das almas penadas que ao contrário de arrastar correntes, colocam a conversa em dia. Durante a noite, as línguas se amam sonoramente. ...
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14/10/2011 -
Sopro de mulher
A mulher amada é como o vento que sopra sobre a cidade. Ora acalanta ora destrói o mundo alheio, quando não até o próprio. É um vento carregado de anteontem querendo, a todo custo, alcançar o futuro nem que para isso precise passar por nós ou nos levar com ela, em seus redemoinhos. Ora traz chuva ora alimenta o fogo ora seca o orvalho. Ninguém sabe que hora vai chegar ou que hora vai partir. Ora é uma rajada fria ora um alimento quente.
A única certeza é de que ninguém a prende entre os dedos ou num quarto escuro. Ela sempre parte à solta. Cavalga por nuvens ou pelo éter do infinito. É contínua. Quando quer traz ciscos aos olhos ou os enxuga de qualquer lágrima. Carrega luas, balões, polens e poeiras em seus braços. Passa entre espinhos sem se machucar. Entra em todos os ambientes, espalha todos os segredos, semeia os mais variados perfumes e uma leva de desastres. ...
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08/10/2011 -
Steve Eva Jobs
Steve Joobs, como uma espécie de nova Eva, ao morder uma maçã gerou uma nova civilização. E se essas máquinas têm o seu DNA correndo em suas correntes elétricas o homem que morreu é o mesmo homem que viveu e viverá a cada download, a cada email, a cada clique do mouse. Steve Joobs enganou a serpente da morte ao entregar sua sorte em nossas mãos, ao levar seus sonhos para dentro da nossa casa, ao tomar de conta de nossos olhos e ouvidos e sentidos.
O homem que reinventou o nosso modo de escrever, de viajar, de corresponder, de saber, de navegar, de ouvir, de cantar, de aprender, de ensinar, de se divertir e de amar a máquina não pode simplesmente morrer. A morte, neste caso, é menor do que sua obra, do que sua revolução, do que sua linguagem. Seus filhos computadores e i-pads se misturaram aos homens causando prazer e dependência como uma nova Eva. Uma Eva tão inteligente quão sedutora. ...
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24/09/2011 -
Sobre a saudade
Há momentos na vida em que todo mundo precisa de uma saudade. Não qualquer saudade. Uma saudade boa, capaz de dar textura ou engrossar o tempo presente. Porque muitas vezes o presente não dá ponto de jeito algum. Uma saudade que não interfira no paladar essencial e atual da vida, mas que realce o sabor vivido. Até um tempo atrás, a saudade era sinônimo de sofrimento, de tristeza, de insegurança. Agora, a saudade é como aquele toque do chef. Chega para acrescentar positivamente falando, para tornar mágico o prato do cotidiano. ...
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