Daniel Campos

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Encontrados 254 textos. Exibindo página 14 de 26.

21/03/2014 - Pés bem-amados

Seus pés são tão delicados quão infinitos, pequenos seres que lhe trazem a mim, que lhe levam de mim. Ah! O amor que tenho pelos seus pés, desde que só os conhecia por fotografias, faz com que eu pulse neles. Seus pés princesianos merecem olhares, afagos, beijos... É impressionante como meus lábios se rendem ao primeiro toque em seus pés. Pés perfumados. Pés acalorados. Pés sagrados. Eu os reverencio, reconhecendo a nobreza desses pés de unhas impecáveis, de desenhos adoráveis, de perspectivas inalcançáveis. Seus pés me contam sobre seus caminhos, passados e futuros, com direito a histórias da infância e sonhos em gestação. Falam-me sobre as direções que você pretende tomar e me deixam escapar segredos do destino. Sim, os anjos tatuaram seu destino em seus pés. Se seus pés fossem de comer, comê-los-ia com gosto, pois me dão água na boca. Se seus pés fossem um lugar, faria pouso neles por tempo indeterminado, fazendo deles meu chão alado. Se seus pés fossem um signo, seria do signo do fogo, pois ardem de vontade de caminhar, de se aventurar, de trilhar por caminhos que lhe atraem. Seus pés andam pela imaginação com a mesma firmeza com que pisam a realidade. Vontade de deitar a cabeça em seus pés e cochilar tendo a certeza de que eles não a levarão embora. Seus pés são como as minhas esferográficas, seguem os sentimentos. Seus pés estão sempre alinhados com as estrelas cadentes, por isso sempre que os vejo faço pedidos de foro íntimo. Seus pés anunciam a vinda e a chegada da mulher amada. Seus pés tem uma fragrância que deixa rastro. Mesmo sem deixar pegadas, sou capaz de seguir seus passos pelo aroma deixado por seus pés. Seus pés mesmo que de carne parecem ser de plumas. Seus pés tem um canto inaudível a qualquer mortal, mas são de um canto em movimento. Seus pés são como um jovem pássaro, com certo receio e intensa sede de se jogar ao desconhecido. São pés que merecem ser regados com vinhos e sucos de flores. São pés de menina. E minhas mãos em seus pés são como sapatos de cristal nos pés da Cinderela. Seus pés são de uma contemporaneidade abstrata e de um romantismo à luz de velas, preservando o mistério entre véus e penumbras. Seus pés desafiam os logradouros mais complexos e distantes. Eles fazem inveja às bailarinas, que davam os olhos para dançar com os seus pés. Seus pés provam não só o que passa de sentimento em você, como a mulher sem mácula que é. Nada detém os seus pés, eles avançam mesmo em rodopios. Seus pés se abrem como pétalas. Ah! Quanta beleza há no desnudar de seus pés. Seus pés enxugam o que chorei quando eles a levavam para outras estradas. Seus pés são conhecedores da liberdade, desbravadores de horizontes. Seus pés são de um romance nascituro, que cresce e se fortalece no tempo certo. Seus pés vêm como o tempo, sabendo de tudo, sempre presente, dobrando o mundo... Seus pés trazem mansidão e alvoroço ao mesmo instante. São pés de provações e provocações. São pés que sabem se entregar ao grande amor. São pés que não têm vergonha de ir atrás do que querem. Seus pés passam pela minha história querendo ficar e, suplicante, quero que fiquem. Quero seus pés como âncoras do seu corpo em meu corpo. Seus pés são de renda, de mousse, de couché. Eles vão dando sentido ao que pisam. Dão viço a tudo o que tem contato com eles, inclusive a mim. Tímidos e risonhos, assim são seus pés, pés que pisam fundo em minha alma deixando marcas como corpos nos lençóis. Seus pés são as raízes da mulher que me dá folhas e mais folhas de poesia, frutos suculentos e sementes de sinceridade. Sagro-me cavalheiro aos seus pés, a sua luta e em sua defesa. Seus pés são como as conchas, só que ao contrário do mar, ao colocá-los perto dos ouvidos, escuta-se o som das ondas de um coração apaixonado elevado ao infinito.


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29/07/2013 - Pescador

Pescador, cadê seu peixe? O mar carregou. Pescador, cadê sua mulher? O nevoeiro encobriu. Pescador, cadê seu barco? A correnteza arrastou. Pescador, cadê seu amor? A maré engoliu. Pescador, cadê sua rede? A pedra rasgou. Pescador, cadê sua bebida? A gaivota descobriu. Pescador, cadê sua esperança? O vento salgou. Pescador, cadê sua âncora? Uma sereia roubou. Pescador, cadê seu destino? Uma fúria afundou. Pescador, cadê sua estrela guia? Uma concha comeu. Pescador, cadê a luz do seu farol? Sumiu. Pescador, cadê sua alma de navegador? Onda daqui, onda dali, se perdeu. ...
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06/09/2010 - Pescar como pesca o pescador

Ah! Se eu tivesse a coragem do pescador que pega seu barco e se deixa engolir pelo mar. Tempo bom, tempo ruim, o pescador rema, rema, rema remador, espia o peixe, puxa corda, sacode a rede. Não tem medo de o barco virar, de não voltar, de deixar alguém a lhe esperar para sempre na areia da praia. O pescador não leva bagagem, sai vestido apenas com o couro do corpo e as traias da pesca. É ele e o barco, é ele e o mar, é ele e o mundo das águas e dos ventos.

Queria saber pescar sonhos como pesca o pescador, que enfrenta a dor, a solidão e o desconhecido sem gritos. É o homem que deixa a terra, que tira o chão de seus pés e desafia os limites da fé. É homem duro, castigado e imolado a cada amanhecer, mas com o coração tão puro quanto à vida virgem do alto mar. Ele sabe que pode ser tragado e ceifado a qualquer momento por aqueles deuses que habitam o fundo do mar. Por isso, tenta ser o mais leve possível de modo que flutue entre o espelho d’água e o peito do céu.


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24/04/2011 - Pessach

Nossa Senhora Auxiliadora, passa por nós. Passa por nossos caminhos, por nossas vidas, por nossos destinos. Passa em nossos corações, em nossos pensamentos, em nossas feridas. Passa nos trazendo transformações e boas-novas. Passa, mãe do divino auxílio, curando, amando e perdoando os filhos teus. Passa com toda pureza que há. Passa operando milagres. Passa e areja o ambiente. Passsa cheirando à flor e cheia de luz.

Nossa Senhora Auxiliadora, passa por nós. Passa por nossos mundos coletivos e particulares. Passa pelo nosso íntimo. Passa semeando afeto. Passa nos fazendo passar pelas pedras, pelos espinhos, pela falta de chão. Passa, rainha do divino auxílio, deixando dores corporais e atemporais para trás. Passa e abre uma nova estrada. Passa germinando um novo tempo. Passa e renova todo e qualquer sentimento que valha à pena. ...
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17/01/2011 - Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo...

Só a força do choro é tão forte quanto a força da chuva. As lágrimas rolam o rosto como as águas rolam os morros. A dor avança como avalanche, arrancando tudo, tomando tudo, arrastando tudo, devastando o mundo que há, ou melhor, que houve. Os deuses ganham os refletores. É a força dos deuses que são chamados, benditos e amaldiçoados. Há os que se conformam a partir dos deuses e os que se revoltam com os seres supremos. Ao longo desse cenário há quem busque estar ainda mais próximo ou ainda mais distante deles. ...
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20/10/2010 - Picadinho

Depois do nosso show, do nosso filme, do nosso teatro, mulher, que tal um picadinho pro jantar? Pedacinhos de carne cortados na ponta da faca e dourados no óleo acompanhado de arroz, ovo poché, couve, farofa e banana à milanesa. Não importa se comida de pobre ou de rico, só sei que só o seu picadinho para alimentar a minha boêmia, substanciando corpo e espírito no que diz respeito às paixões de meia-noite. O picadinho pode e deve ser servido à luz de velas, afinal seu encanto morre ao raiar do dia. ...
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28/07/2015 - Picardia

Um dia eu podia ser mais do que queria ao menos uma vez. Um dia eu queria fazer mais do que você podia e não fez. Um dia eu ia ao que merecia, noutro aquém da minha galhardia. Um dia eu valia a minha fantasia, noutro a minha covardia. Um dia eu me via alegria, noutro o que me judia. Um dia eu me lia em outro dia, noutro eu caia na monotonia. Um dia eu me sabia, noutro eu não sabia nem o rumo da minha moradia. Um dia eu engolia o mundo, noutro a minha ousadia. Num dia eu doía de sangria, noutro de taquicardia. Eis a minha picardia ou o meu eu poesia.


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23/05/2012 - Piegas

Eu me jogo aos seus pés. Eu rasgo o meu peito. Eu pulo da ponte. Eu levo flores. Eu roubo a lua. Eu beijo seu chão. Eu escrevo quilômetros de carta. Eu exibo meu coração flechado por cupidos. Eu me faço pecado para ser seu penitente. Eu caio doente de amor. Eu nego a minha vida pela sua. Eu em você sou onipresente. Eu lhe entrego meus sonhos para serem seus. Eu acendo velas. Eu lhe digo coisas belas. Eu lhe encho de beijinhos e outros carinhos. Eu escrevo seu nome pelos muros da cidade. Eu choro de saudade a poucos metros do seu corpo. Eu me procuro no espelho e só vejo você. Eu sou pouso, a sua condição, o seu porquê. Eu sou o seu duble. ...
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06/08/2011 - Pintada de sol

Há anos seu corpo não vê tinta. Não me falo das tinturas de cabelo ou dos esmaltes das unhas. Também não me refiro aos batons cor de carne, tampouco aos pós e lápis que usa no rosto. Falo unicamente do sol. Há quanto tempo seu corpo não toma um banho de tinta solar? Está tão mais próxima da lua do que do astro rei nos últimos anos. Sua pele anda pálida, fria, sombria. Não que eu não admire os mistérios lunares e os corpos lunáticos, mas fico preocupado com essa sua falta de cor, com essa sua tendência ao transparente, ao nude, ao oculto, ao invisível......
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23/10/2010 - Pinte um sorriso

Pinte um sorriso neste rosto dês-sorriso. De preferência, num tom quente e num estilo renascentista, daquele capaz de renascer das cinzas. Pinte um sorriso delicado, mas capaz de crescer vertiginosamente a ponto de chamar atenção de um beijo. De um beijo perdido e desesperado ou guardado e esquecido. Pinte um sorriso neste rosto tirando qualquer traço de tristeza no ar. Pinte um sorriso simples, destes que sorriem simplesmente porque gostam de sorrir.

Pinte um sorriso leve, límpido e duradouro. Pinte um sorriso diferente. Pinte um sorriso jardineiro, erguido de pétala em pétala. Pinte um sorriso arquitetônico, engenhoso, artístico. Pinte um sorriso em perspectiva. Perspectiva de encontro. Pinte um sorriso dobrado, molhado, nascido para sorrir. Pinte um sorriso silencioso daqueles que cantam somente ao pé do ouvido. Pinte um sorriso ao ritmo do vento. ...
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