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Encontrados 62 textos de outubro de 2015. Exibindo página 6 de 7.
06/10/2015 -
Dia a dia
Um dia você está aqui
Noutro já está distante
Num dia sou seu homem
Noutro seu pássaro
Um dia sonho contigo
Noutro tenho fome
Num dia você sorri
Noutro chora aço
Um dia você está aqui
Noutro já está avante
Num dia sou sua sina
Noutro sou seu abrigo
Um dia é minha bailarina
Noutro é meu desacato
Num dia sou seu de fato
Noutro sou o seu palco
Um dia você está aqui
Noutro já vai por ali...
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06/10/2015 -
O que de fato importa
Todos nós já caminhamos tanto, independentemente da nossa idade cronológica. Já perdemos algo ou alguém que ainda nos faz uma falta tamanha. Já pensamos muitas vezes em desistir. Já fraquejamos, caímos, tornamos a levantar. Já deixamos tantos sonhos para trás e arrumamos outros que ainda tentamos realizar. Já choramos e fizemos chorar. Já amamos e nos decepcionamos com o outro ou conosco. Juramos amor eterno e descobrimos que o pra sempre mais dia menos dia tem fim. Já cogitamos fugir de um lugar, de uma situação ou de nós mesmos e não tivemos coragem. Já quisemos ter asas, anjos-da-guarda e finais felizes, mas temos braços para abraços de chegadas e de partidas, um ao outro para se proteger e constantes recomeços. Como no velho e bonito ditado, erramos querendo acertar. E é errando que nos fazemos seres-humanos. E é como humanos que amamos de verdade. Não importa quantos anos, grandezas ou moedas nós acumulamos ao longo dessa estrada, mas o quanto de saudade conseguimos ser nos corações que cultivamos.
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05/10/2015 -
Rumo às estrelas
Toma-me pela mão e me mostra a direção que devo ir para encontrar o reino das estrelas. Eu quero morar nas estrelas e ninguém me tira isso da cabeça. Mãe, leva-me para as estrelas. Pai, dá-me às estrelas. Como eu faço para chegar lá? Onde embarco às constelações. Que trem me leva a Centaurusa Andromeda, a Aquarius. Converso e enamoro com as estrelas e ainda posso tê-las na minha cama numa luminosidade que inflama. Como chego ao céu, ao céu das estrelas? Alguém escuta este que ama as estrelas por entendê-las queimando no infinito do universo. São centelhas, são luzes, são geometrias divinas que ficam tão lá em cima. Quero brincar, juntar e encaixar estrelas. Quero amá-las corpo-a-corpo, terra e céu, por sabê-las. Estrelas de néon, de batom, de mel. Eu vim das estrelas e às estrelas hei de voltar. Só preciso que alguém me ensine como chegar.
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05/10/2015 -
Tempo subestimado
Não subestime o tempo
Deixando para amanhã
Sonhos e sentimentos
O tempo é o deus
Sempre presente
Em nossas vidas
O deus da chegada
É o deus da partida
Se demorar a fazer
O que deve ser feito
O tempo dá um jeito
E não adianta chorar
Ou implorar ou rezar
O tempo é irredutível
Em suas ações
Portanto, cuidado
Com suas paixões
Se deixá-las ao tempo
O tempo leva
Alimente muito bem...
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04/10/2015 -
Hoje já não se vê mais
Hoje já não se vê mais favo de mel sendo vendido no meio da rua. Hoje já não se vê mais noivas casando com buquês de flores do campo. Hoje já não se vê mais marimbondo vermelho tirando o sono das crianças. Hoje já não se vê mais fruta amadurecendo no pé. Hoje já não se vê mais movimento na banca de revista em dia de domingo. Hoje já não se vê mais sacristão tocando sino. Hoje já não se vê mais violeiro sentando na porteira. Hoje já não se vê mais dono de casa servindo café feito no fogão a lenha pra visita. Hoje já não se vê mais panela ariada. Hoje já não se vê bolo esfriando na janela. Hoje já não se vê mais a mesa cheia na hora do almoço. Hoje já não se vê mais previsão do tempo tirada na lua. Hoje já não se vê mais bola de meia. Hoje já não se vê mais flor de couve. Hoje já não se vê mais torresmo que estrala. Hoje já não se vê mais o circo chegando na cidade. Hoje já não se vê mais palhaço engraçado. Hoje já não se vê mais graça.
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04/10/2015 -
Por trás
Pela luz do abajur
Eu espio seu rosto
Nu
À mercê dos anjos
Da noite
Que lhe acarinham
E lhe beijam a face
Anjos que vivem
Em seus sonhos
Em seu sono
E se acham
Seus donos
E eu espiando
Olhando
As sombras
E as luzes
Compondo
Seu rosto
Nu
Pelo abajur
Não imagino
O que há
Para além
Da sua face
Angelical
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03/10/2015 -
Visões
Quando você vê uma teia de aranha, arranca-a ou fica admirando a arquitetura das fiadas certeiras? Logo após um susto, toca em frente ou para agradecer aos céus pelo prolongamento da sua vida? Diante do por do sol, você percebe os anjos misturando as cores ou só vê mais um dia se acabando? Se estiver caminhando e for surpreendido pela chuva, corre reclamando da água ou abre os braços e encara aquilo como uma benção? Ao folhear um álbum de fotografias antigas se prende às mudanças da aparência ou às lembranças boas? Diante de uma encruzilhada, pega o caminho mais bonito, mais fácil, mais conhecido ou aquele que seu coração indica? Tem buscado mais os ponteiros do relógio ou os pássaros que seguem outro tipo de horário? Ao olhar a sua volta consegue ver tudo ou pouco tem percebido da vida que o rodeia? Se a mata incendeia você fecha as janelas para não entrar fuligem ou sofre com as árvores e animais queimados? Encara tudo como um acaso ou fruto de um propósito maior? Convive com os outros como se fossem apenas ilhas ou partes do seu continente? Tem sido mais razão ou emoção? Tem sido mais diferente ou indiferente? Tem sido mais o que você quis ser ou o que já foi um dia? Quando entra num mar, num rio, numa mata pede licença ou acha que tudo aquilo lhe pertence? Há mais saudade ou vontade dentro de você?
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03/10/2015 -
Rodeia
Roda, rodeia bailarina
Com sua saia de roda
Sob a luz da lamparina
Que é quase lua cheia
Roda e borda no chão
Sua cadência inteira
Rodando e perfumando
Qual flor de laranjeira
Roda, rodeia bailarina
Com sua ponta branca
Alumeia, roda, serpenteia
Pelo chão de poeira
Endiabrada e santa
Fazendo ventania
Acendendo fogueira
Olhos de brasa e poesia
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02/10/2015 -
Viola cabocla
Viola quando canta enche o peito do galo da campina
As dez cordas se encontram e desencontram entre tons
E saudades do que se teve e do que nunca se viveu
Fios de destino que vão balançando igual sai de menina
Caipira que passa urucum na boca achando que é batom
E feliz sai dançando pela inocência que nunca perdeu
Viola tem alma de grilo, de sabiá, de vento no jequitibá
Viola é corrente igual água de mina e tem a sina
De ser do mato, das águas, dos causos do matuto...
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02/10/2015 -
Vamos coqueirar
Se eu sou coqueiro, coqueiro é, estica uma rede entre nós pra dona saudade deitar. Embala a saudade, embala pra lá e pra cá. Deixa o vento dobrar suas folhas, perfuma o ar. Deixa o alento revirar suas folhas, colore o mar. O sol já saiu e a noite fugiu. Sombreia na areia que dona lua já dormiu. O pescador saiu pra jogar sua rede. Dona moça ficou olhando a maré verde esperando seu bem voltar. E como o mar não tem parede, estica a rede no coqueiro pro barco descansar. Vamos coqueirar, coqueiro é santo quebra corrente e dá encanto de se enamorar. Se eu sou coqueiro, o que é que há, coqueiro é, coqueiro beira de mar, quem disse que as árvores não podem se apaixonar? Requebra coqueiro veleiro das matas, cascata que não quebra. Se eu sou coqueiro, dona brisa, coqueiro é.
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