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Encontrados 62 textos de outubro de 2015. Exibindo página 2 de 7.
26/10/2015 -
Banhação
Banho de chuva. Banho de manjericão. Banho de luz. Banho de sal grosso. Banho de poeira. Banho de perfume. Banho de ilusão. Banho de confete. Banho de ouro. Banho de mel. Banho de lavanda. Banho de sabonete. Banho de lama. Banho de açúcar. Banho de fogo. Banho de tinta. Banho de areia. Banho de folha. Banho de flor. Banho de semente. Banho de raiz. Banho de verde. Banho de música. Banho de loja. Banho de prazer. Banho de espuma. Banho de bruma. Banho de mar. Banho de rio. Banho de cachoeira. Banho de ar. Banho de chocolate. Banho de língua. Banho de fé. Banho de energia. Banho de todo dia. Banho de lua. Banho de prata. Banho de choro. Banho de sol. Banho de verniz. Banho de anis. Banho de brilho. Banho de balde. Banho de caneca. Banho de chuveiro. Banho de banheira. Banho de orvalho. Banho de gato. Banho de chuva.
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26/10/2015 -
Bordejos
Bocejos
Clarejos
Cacarejos
Ensejos
De sol
Desejos
Molejos
Mil queijos
Mil beijos
Ao sol
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25/10/2015 -
Ela caminha
Ela caminha como se não tocasse o chão. Ela me vinha como se não viesse mais não. Ela tem figuras geométricas espalhadas pelo corpo num desenho louco num sopro de deus. Ela caminha como se nada dela fosse mais meu. Ela balança a silhueta e me vira a ampulheta. Ela apaga os rastros antes de marcar o solo. Ela passa e eu imploro por braços, pernas, colo, abraços, enfim, por fazer parte daquela arquitetura. Ela passa e ateia em mim o fogo de uma doce loucura. Ela vem com jardins suspensos. Ela vem com um corpo denso que mesmo assim se esvai pelo ar. Ela surge e ruge e canta e decanta e mia e se esguia pelas trilhas. Ela passa como ilha flutuante, cantante, alucinante pelo meu oceano. Ela com seus tantos planos e eu com meus enganos. Ela passa e o mundo treme, geme, fica sem leme. Ela esvoaçante, dançante, delirante. Ela caminha como quem alinha saturno, marte e plutão num só olhar. Ela trilha fazendo picada no meu coração e eu, capitão-do-mato, perco-me em mim mesmo. Ela caminha e a realidade segue a esmo num completo desacato. Ela caminha como que dando linha ao meu maranhão.
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25/10/2015 -
Fim da picada
Eu não sei quem sou
De onde vim
Se me achei ou perdi
Vou pro fim?
Pro começo?
Pro nada?
Eu ainda não sorri
Eu ainda não chorei
Ainda não aconteci
Eu não sei quem sou
Se o que escrevo, leio
Se o que já não veio
Ou o que já acabou
O meu endereço
É quando
O meu tempo
É o que não esqueço
Sou do bando
Do sentimento
E se me pego
Triste ou me alegro
É porque mereço ...
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24/10/2015 -
Vira a página
Vira o disco, muda a música, troca de olhar, do jeito de olhar. Saia da mesmice, deixa de crendice, troca de fetiche... Pra que tanta tolice? Vá para outra página, viva outra história, invente outro final... Nem tudo é bem nem tudo é mal. Permita-se o novo. Peça outro prato, visite outro canal, estabeleça novos contatos de primeiro, segundo, terceiro grau. Repagine-se por dentro e por fora. Manda o habitual embora. Se ri, chora. Se chora, ri. Vá pra lá se está aqui. Vem pra cá se está ali. Deixa de medo do desconhecido, do diferente, do tempo ainda não nascido. Jogue-se à mudança. Cultive a esperança. Alcança o que está para além do seu teto e do seu fundo. Rompa a casca. O que é seu ninguém tasca. Vá ao profundo do seu ser para se encontrar e para se esquecer. Para nascer é preciso morrer. ...
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24/10/2015 -
A vida não pára
Um índio me contou
Que novo dia já raiou
Na mata das araras
E que a vida feito rio
Chega e vai a fio
É... a vida não pára
Tudo vai morrendo
Tudo vai nascendo
Tudo vai trocando
De pele, folha e lugar
Nascemos e vivemos
Pra doer, crescer, amar
Deixa de olhar pra trás
Pra frente que se segue
Nada de chorar demais
O que se quer se ergue
Nada é em vão, desperdício
Toda lição tem seu benefício ...
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23/10/2015 -
Rosto do presente
Café bem quente
Chá de erva-doce
Um quê ausente
Que nos trouxe
O vento leste
O frio chegou
O mestre falou
Dona saudade
É conosco
E a realidade
Só um rosto
Do presente
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23/10/2015 -
Chuva milagreira
Casais agarradinhos sob os guarda-chuvas vão passando de mansinho. O cheiro de café tomar o ar e se mistura aos pingos de chuva. A viúva olha para o céu e sente o seu bem tão mais perto. O deserto acabou e as flores estão brotando pelo quintal. O Natal chegou mais cedo para o arvoredo que ganhou o verde de volta. Um perfume que vem e não solta e traz ciúme aos dias ensolarados. Nublado. Carregado. Molhado. O dia amanheceu encharcado. O mundo invernou. A alma frutificou. E a inspiração proliferou. E quem nem mais sentimento tinha, amou.
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22/10/2015 -
Vamos à praia
Vamos ver o sol nascer molhado. Vamos ter no mar nossos corpos lado a lado. Vamos pular sete milhões de ondas. Vamos catar conchas no raiar do dia. Vamos nos despir de tudo o que já não vale à pena. Vamos nos oferecer à rainha do mar. Vamos ver o mar azul ficar esverdeado. Vamos bailar nas dunas. Vamos trocar beijos à luz da lua e das lunas. Vamos ter um faroleiro só pra nós. Vamos jogar búzios e runas. Vamos descarregar o que não dá mais pra levar. Vamos salgar nossos corações. Vamos reabastecer nossas lágrimas, renovar nosso sal interior. Vamos selar nossos tecidos contra mau-olhado, inveja, olho-gordo e todo engodo. Vamos nos enroscar nos corais. Vamos nos casar e casar os casais. Vamos nos deixar à maré. Vamos mais uma vez ser homem e mulher. Vamos ter asas de espumas. Vamos nos perder nas brumas. Vamos morar num castelo de areia. Vamos ter com a sereia. Vamos ser, sobretudo e para tudo, o momento. Vamos nos atirar ao vento e ouvir o que netuno quer nos dizer.
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22/10/2015 -
Carteado
Eu não sei mais de mim
Já não me governo
Deixei meu terno de reis
E eis-me aqui sem fim
Sem começo nem meio
O apocalipse não veio
E eu fiquei sem jogo
Sem cartas e apostas
Será que gosta?
Logro por sorte
Mas toda glória
Tem morte
Toda vitória
Tem perdas
As suas mãos
De seda
Minhas mãos
De truco
Mundo maluco
Cassino coração
Amores na roleta
Paixões pretas...
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