Daniel Campos

Texto do dia

Se você gosta de textos inéditos, veio ao lugar certo.

Arquivo

2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Encontrados 60 textos de setembro de 2014. Exibindo página 2 de 6.

25/09/2014 - Cair da tarde

Ruiva
A tarde cai
Pelos flancos do dia
E a mulher
Feita de fogo e lua
Principia
Entre o que se dá
E o que se quer
Da fantasia
De nós dois
Sem antes
Nem depois


Comentários (1)

25/09/2014 - Vem fazendo festa

Cochila em mim de um jeito inesperado. Fala do seu maior amor roubado. Conta do que é capaz e de até onde jaz seu medo. Inspira canções até o sol mais cedo. Toma de conta de todas as criações. Corrompe os canhões. Sonha nos meus sonhos sem mais ponteios. Pega atalho nos meus devaneios. Vá até o fundo do meu eu. Encontra o que se perdeu. Limpa as nuvens dos olhares. Estampa seu nome em todos os lugares. Suba e desça por mim sem cerimônia. Limpa tudo de malefício que há em mim com esses seus olhos de amônia. Queima do meu ontem tudo o que não presta. Dá vida e mais vida a essa boca que me molesta. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

24/09/2014 - Pássaro voou

Depois de tantas investidas, de tantas partidas, de tantas doídas... O pássaro nasceu e voou para bem longe e se fartou de tempo. Pássaro esticou asas e foi dar no horizonte de lá de trás dos montes leve como nuvem e forte como couro de rinoceronte, tanto que venceu os trovões e os rincões do medo. Pássaro fez ninho de meia-estação e picou um novo verão, de ares incríveis e lugares aprazíveis. Pássaro seguiu trilhos, estribilhos, filhos de uma geração que seguia o sol. Depois de tantos problemas, de tantos dilemas, de tantos poemas... O pássaro nasceu e voou para bem distante de tudo o que ficou. Pássaro abandonou o que lhe abandonara. Pássaro cantou contra o silêncio que lhe tomara. Pássaro se libertou das gaiolas da ilusão que lhe fazia fraco, tolo e solidão. Pássaro encheu os pulmões de verdade e saiu ainda meio zonzo, mas disposto a mudar sua realidade. Pássaro abortou um amor que só lhe fazia pesado, que só lhe tirava o céu, que só lhe afastava da lua. Pássaro enjoou de cantar para quem não escuta e foi morrer longe dos olhos sem amor...


Comentar Seja o primeiro a comentar

24/09/2014 - Pé de arrepio

Choveu
Na beira do rio
Apareceu
Boto, sereia, navio
Nasceu
No leito direito
Um pé de arrepio
Que dobra
Com o vento
Lá pras bandas
Do firmamento
No infinito vazio.


Comentar Seja o primeiro a comentar

23/09/2014 - Uma espera, uma janela

Já chega a reclamar de dor nas costas de ficar arqueada na janela esperando por seu amor. Até cochila sem a menor porção de medo de cair do segundo andar e quebrar os ossos que já estão em processo de esfarelamento. Embora conheça seu cheiro, seu andar, sua silhueta e até sua sombra, ela dá-se ao prazer de se confundir com todos os que surgem nas pontas da rua só para alimentar uma esperança despropositada em torno da chegada de seu bem. No fundo, sabe que ele não vai aparecer, tampouco passar sob sua janela e admirar o tempo em sua face. Ainda podia sacar uma flauta e tocar aquela canção cuja agulha da vitrola já riscou o vinil. Podia ainda esticar o braço pelas grades enferrujadas pela chuva e pela urina dos vira-latas e apanhar uma rosa, de um jardim farto, e atirar aquela mistura de pétalas, cores e perfumes em sua direção. Podia tanta coisa, mas não pode nada além dos devaneios daquela senhora que jamais deixou de ser mulher. As pernas podiam estar um pouco enferrujadas, mas os sonhos estavam tinindo de inteiros. Ela até deixava a comida queimar no fogo porque não podia deixar de espiar a janela. Tomando banho, fechava os olhos e imaginava a rua. E só ia para cama exausta de sono, vencida pelo cansaço, com a certeza de que se ele surgisse por aquelas alamedas ela seria desperta por algum anjo ou pernilongo apaixonado. Os bordados e alinhavos eram feitos na janela. Não gostava de novela, filme, programa de auditório, mas da programação da sua janela. Aquela televisão viva de mais de cem polegadas lhe trazia a razão de sua vida numa espera permanente pela próxima cena. E como tudo o que vinha de uma televisão, ela sabia que sua janela lhe trazia doses de ilusão, fantasia e imaginação. Mantinha-se fiel aquele quadro mesmo sabendo que seu bem amado jamais apareceria por ali; Não porque ele tivesse morrido, mas talvez porque ele nunca tivesse existido para além daquela janela.


Comentar Seja o primeiro a comentar

23/09/2014 - Bolero de primavera

Pega meu corpo
Num bolero
Agreste
Dizendo “te quero”
Pelos altiplanos
Do velho oeste
Grudando os seus
Enganos nos meus
Feito cipreste

Bolera
Minhas quimeras
Como pássaro
Formado
Em plena primavera
Entre o pólen
E o nome da flor
Que dá e some
No jardim do sonhador


Comentar Seja o primeiro a comentar

22/09/2014 - Verdade ou mentira?

Happiness isn`t about getting what you want all the time, it`s about loving what you have and you have all my love.

Só posso te pedir uma coisa
Por favor, não saia da minha vida!
Por favor, não me abandone!
Nunca te pedi nada,
Mas desta vez sou obrigada a pedir...
Você nunca fez e nunca me fará mal
Fará sim, aliás, se me abandonar
Você é o homem da minha vida!

Eu tenho várias definições de amor
E no verdadeiro não há espaço para desistência...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

22/09/2014 - Incoerência

Eu não posso me aproximar de você, mas meus anéis podem seguir em seus dedos. Eu não posso mais conversar com você, mas minhas joias podem continuar grudadas em seu corpo. Eu não posso ter qualquer contato com você, que pode se dar ao desfrute com meus solitários. Acabaram-se os presentes, acabaram-se os encontros. Interesses conflitantes. Mimos para mim, objetos de interesse para você. Enquanto eu amava, você aproveitava...


Comentar Seja o primeiro a comentar

21/09/2014 - Alívio

É grande o alívio por não ter mais que carregar esperança alguma comigo. Sou um homem devastado, porém muito mais leve. Tenho um oco em mim que dá até eco. Porém, seu nome não é mais bem-vindo nem mesmo para ressoar. Você ateou fogo na floresta de sonhos que eu tinha. E se a esperança é verde, estou cinza. Pura fuligem. Ainda ardo com todo mal que me fez. Porém, sem esperança, a dor é menor. E se lhe serve de consolo, agradeço por ter acabado comigo, pois sem sonhos e esperança sou capaz de tudo, já que não tenho mais nada a perder.


Comentar Seja o primeiro a comentar

21/09/2014 - Sétimo dia

Eu não a vi
Em fileira alguma de bancos
Na nossa missa de sétimo dia
Pudera
Eu morri pra você
Você morreu pra mim
Ninguém mais se vê
Ou se encontra
Tudo é adeus


Comentar Seja o primeiro a comentar

Primeira   Anterior   1  2  3  4  5   Seguinte   Ultima