Daniel Campos

Texto do dia

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Encontrados 31 textos de março de 2012. Exibindo página 1 de 4.

31/03/2012 - Amor em três rimas

O amor se perdeu, o amor trincou, o amor caiu, o amor se esqueceu, o amor dançou, o amor sumiu, o amor aconteceu, o amor chamou, o amor faliu, o amor se deu, o amor saiu, o amor falou, o amor doeu, o mor se repetiu, o amor avisou, o amor mereceu, o amor sentiu, o amor badalou, o amor enlouqueceu, o amor sorriu, o amor chorou, o amor camafeu, o amor assobio, o amor provou, o amor benzeu, o amor vazio, amor mendigou, o amor bateu, o amor pariu, o amor gozou, o amor aconteceu, o amor se despiu, o mor brilhou, o amor brilhou, o amor cresceu, o amor fingiu, o amor assou, o amor valeu, o amor ruiu, o amor calou, o amor empalideceu, o amor anil, o amor amarelou, o amor adoeceu, o amor febril, o amor se internou, o amor choveu, o amor fez frio, o amor trovejou, o amor entristeceu, o amor se despediu, o amor se guardou, o amor moveu, o amor sem brio, o amor se entregou o amor renasceu, o amor se sobressaiu, o amor se vingou.


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30/03/2012 - O dono da sexta-feira

Èpa Bàbá! Èpa Bàbá! Toda sexta-feira é de Oxalá, é de Oxalá. Hoje eu visto branco, branco leitoso, pro senhor dos panos brancos. A Ele pertencem os olhos que tudo alcançam. Ele é Jesus, Senhor do Bonfim, o fim do nosso caminho. Quando moço ele é chamado de Oxaguian. Se aparece velho na roda é Oxalufan. Símbolo da paz, Oxalá é mais a quem o traz ao lado. O branco de Oxalá representa todas as possibilidades e a base de tudo o que é criado.

Oxalá, Orixá Fun Fun, carrega consigo o saco da criação. Oxaguian, jovem guerreiro, vem com idá (espada), mão de pilão e escudo. Oxalufan não gosta de choro e guia o mundo com o seu opaxorô (cajado de metal). Juntos são Oxalá, o pai da brancura e da união entre os povos do universo. Oxalá, o rei pacificador, é o fim pacífico de todo os seres. Oxalá é o momento de partir em paz e o branco é a cor do luto dos rituais. O que Exu inicia, Oxalá termina sem ais. ...
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29/03/2012 - Sujeito a cobranças

Causa temor quando uma voz, do outro lado da linha, diz: “você está sujeito a cobranças após o sinal”? Ela vai me cobrar o quê? Mais tarifas, impostos, minutos? Vai me cobrar mais tempo de espera? Mais paciência? Vai me cobrar mais aceitação para desculpas baratas? Mais mistério e desconfiança? Vai me cobrar os olhos da cara, os dentes da boca, o sangue das veias?

O que será que aquela voz calculista e impessoal vai me cobrar? Vai me cobrar gentileza, meiguice, delicadeza? Mais benevolência? Mais misericórdia? Mais amor ao próximo? Vai me cobrar equilíbrio emocional? Vai me cobrar ingenuidade? Vai me cobrar mais tolerância? Mais silêncio? Mais fingimento? Mais resignação? Vai me cobrar perdão? Vai me cobrar respeito? ...
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28/03/2012 - 210 mortos

Ca-la-da! Morreu o funcionário público Nazareno Luís do Amor Divino. Morreu o símbalo sescual Alberto Roberto. Morreu o Bento Carneiro, vampiro brasileiro… pzztt! Não se movem! Morreu o detetive brasileiro Zé da Silva. Hehehe. O Véio entende, meu fio… Morreu o Véio Zuza. Morreu o ex-sapateiro Bexiga, Vá bene! Morreu o velhinho rabugento e delicado Popó. Morreu o baiano Zelberto Zel.

Qualé, Jacaré, morreu o Brazuca. Morreu Bruce Kane, fui claro!?? Morreu Lobato, mordomo e dublê de motorista. Nega xexelenta… Morreu Lord Black. Morreu o Coalhada, mas hein!? Morreu Divino sabe, divino diz. Morreu a senhora..., senhora não, senhorita Dona Dedé. Tatata tarariu! Morreu o Fumaça. Morreu o Gastão. Pão duro, não! Morreu Urubulino, mas pode piorar! Morreu Santelmo, aquele que não sabia mentir. Minino, mas olha minino! Morreu Setembrino Republicano....
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27/03/2012 - O amor quando acontece

Quando o amor acontece, o relojoeiro perde a noção das horas. A moça que sofre de claustrofobia fica num sobe e desce com o ascensorista do elevador. A mulher que não sabe nadar e morre de medo de água se deixa levar pelo barqueiro. O fixo cai na conversa do móvel. O torcedor fanático se rende à novela. O rock abraça o jazz e sai pelo salão em passos de valsa. A onça se entrega ao caçador.

Quando o amor acontece, o santo beija o orixá. O caipira não se cansa de i love you. Adão e Eva andam nu. O juiz se apaixona pela ré antes da sentença. A menina rica joga charme para o mendigo. A beata cai nos braços do pecador. O violeiro se apaixona pela canção do silêncio. A trabalhadora aceita sustentar o vagabundo. Os cavaleiros do apocalipse flertam com o começo do mundo.


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26/03/2012 - Entre o perfume e o açúcar

Seis anos de um perfume açucarado. Seis anos nos amando e nos lambuzando nos óleos essenciais aromáticos um do outro. Seis anos comungando de olhares refinados, cristalizados, mascavos. Seis anos de alquimia. Seis anos de fervura. Seis anos de um per fumun agradável e duradouro. Seis anos colecionando aromas e doçuras mesmo quando a realidade queria que vivêssemos o avesso disso.

Seis anos vivendo através da fumaça. Seis anos de cítricos forais, extraídos de cascas de nossas frutas prediletas. Seis anos se lambuzando de flores ofertadas por ações ou pensamentos. Seis anos reconhecendo um ao outro no escuro pelo cheiro. Seis anos amadeirados. Seis anos clássicos e sofisticados. Seis anos marcantes, misteriosos e sensuais. Seis anos de frescor e delicadeza. Seis anos aromáticos. ...
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25/03/2012 - O sorriso de Isabella

A menina e o sorriso. Na verdade, não se sabia se a menina era o sorriso ou o sorriso era a menina. O fato é que um estava intimamente associado ao outro. Sorriso doce e inocente, marcante e suave ao mesmo tempo. E o seu sorriso era mágico a ponto de fazer todos ao seu redor sorrirem também. Aliás, a menina tinha o poder de tocar a alma alheia com extrema facilidade e delicadeza. Tanto que quando o sorriso se calou o mundo inteiro chorou.

A morte de Isabella desmanchou incontáveis sorrisos. Homens e mulheres, velhos e crianças, sóis e luas, árvores e pedras, ruas e flores, deuses e humanos,..., todos perderam seus sorrisos com a perda da menina que sorria de um jeito único, num infinito particular. O sorriso de Isabella tinha tempo e espaço próprios. Se a pureza tivesse um desenho, certamente seria o contorno da boca risonha de Isabella. ...
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24/03/2012 - A força de Maria

Maria é guerreira. Maria não se rende. Maria é de luta. Maria é coragem. Maria não desiste. Maria não desanima. Maria é a fé em pessoa. Maria vence os obstáculos. Maria não se intimida. Maria tem seu exercito. Maria é destemida. Maria tem poder. Maria dobra joelhos diante de sua imagem. Maria combate. Maria enfrenta. Maria tem seu próprio código. Maria é honra. Maria é a nova ordem. Maria é fidelidade. Maria é vitoriosa. Maria é vontade.

Maria não foge. Maria não medra. Maria não nega o seu deus. Maria confronta. Maria é o apogeu. Maria segue em frente. Maria está sempre presente. Maria tem as mãos limpas. Maria não carrega armas. Maria é sina. Maria é ilimitada. Maria é intensidade. Maria é força. Maria é liberdade. Maria é revolucionária. Maria é norteadora. Maria é chama que chama. Maria é amor superior. Maria é beija-flor e condor no mesmo voo. ...
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23/03/2012 - Contas e mais contas

Corre doutor, que lá vem o cobrador. O aluguel já venceu, ai meu deus. A coisa ta preta, fecharam seu crédito na caderneta. Ai coitado, acabou o fiado. Para aumentar o furo vem à dívida do seguro. Nossa Senhora da Esperança, piedade, ele tem que dar de comer à criança. É tanta taxa que lá se foi o dinheiro do lápis e da borracha. Não tem sim nem não na hora de comprar o pão com o vale-refeição.

Chora doutor que a verba foi embora. É bom procurar um falsário capaz de triplicar o salário. Tome um chá para abaixar a pressão, pois lá vem o IPVA e a inflação. E ainda tem carregar a cruz da conta de luz. Não há amor que resista ao penhor. A madame tá aflita tendo de raspar a marmita. E o contracheque não dá nem pro pileque. E tome cuidado ainda para não ser roubado, saqueado, lesado... ...
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22/03/2012 - Paisagem pitoresca

Casinhas com quintais de terra e abacateiros ao fundo. Abacateiros verdes, grandes como não existem mais. Um romance anda por estradinhas em ziguezague. Um vira-lata latindo pra ninguém. O vento faz dançar o capim dourado ao mesmo tempo em que traz ecos da montanha de pedra. A saudade é quente e úmida. Os desejos são esticados na janela em feitio de cobertas. Um cavaleiro galopa por vielas estreitas e alongadas.

Na beira dos caminhos há flores e pedras. Dizem até mesmo que são as pedras que florescem. Histórias não faltam. Lendas então... A cana sangra cachaça. Até o vento tem sotaque. O lugarejo acolhe e embala. Tudo ali tem tempero incomum. As lembranças grudam nas paredes como lagartixas. Há um tilintar de prece pelo ar. O sol tem cor de caco de telha. Ali, a linha que separa os mundos não é imaginária. ...
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