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Encontrados 30 textos de abril de 2012. Exibindo página 1 de 3.
30/04/2012 -
Abrace as cotas
Cotas são legítimas. Cotas buscam igualdade. Cotas são o respeito à pluralidade. Cotas temporárias. Cotas são uma fase. Cotas são necessárias. Cotas para o bem de todos. Cotas contra o preconceito. Cotas contra a discriminação. Cotas para uma sociedade livre. Cotas para a cidadania. Cotas pra fazer justiça social. Cotas de superação. Cotas de inclusão. Cotas agregam valores. Cotas são mãos de solidariedade. Cotas reconhecem o racismo. Cotas são positivas. Cotas são afirmativas. Cotas contra a hierarquização. Contas seguem na contramão da perpetuação das distorções. Cotas pela isonomia. Cotas por uma só raça, a raça humana. ...
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29/04/2012 -
Minha mulher é de Nanã
Sou casado com a filha de uma rainha africana. Sou casado com a filha da Senhora de Dassa Zumê. Sou casado com a filha daquela que morou em um palácio em Daomé, hoje conhecido como República de Benin. Sou casado com a filha da senhora dos pântanos, da lama e da chuva. Sou casado com a filha de uma grande justiceira, que castiga homens e perdoa as mulheres. Sou casado com a filha daquela que tem poder sobre os mortos. Sou casado com a filha da mais respeitada. Sou casado com a filha da mais temida. ...
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28/04/2012 -
Prece a Vinicius de Moraes
Vinícius de Moraes, patrono daqueles que amam demais, tomai de conta do mundo dos sentimentos porque tudo que é de amor e de paixão lhe pertence. Senhor dos versos líricos e dos tempos oníricos, velai pelos que sonham acordados passando de braços dados com a criatura amada. Poeta das almas enluaradas, das cartas apaixonadas, das estradas alongadas, abençoa os que se entregam ao coração alheio sem quaisquer medos ou contraindicação.
Poetinha dos amores impossíveis e possíveis, das rimas e das prosas, das rosas de carne e das trovas improváveis, interceda junto aqueles que vivem em estado de licença poética em razão de um romance. Embaixador dos que criaram asas e voaram alto fazendo das nuvens suas casas. Vinicius de Moraes dos sonetos, dos amores-perfeitos e também dos imperfeitos, unge-nos com a sua boemia abrindo os nossos caminhos à fantasia....
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27/04/2012 -
A moça que perdeu as asas
Os olhos da moça se aninharam em pranto. O dia sequer havia amanhecido quando o espanto calou qualquer esboço de canto. Gaiolas, alpiste, poleiros e penas coloridas espalhadas pelo chão. Aquelas criaturas pequenas em tamanho e gigantes na magia que enchiam aquela moça de sonhos e desejos alados acabaram nas garras de um desses gatos da noite que não tem nome completo ou endereço fixo.
Não eram pássaros quaisquer. Tratava-se de um casal de agapornis, as aves do amor. Pássaros fiéis, amantes leais, que viviam eternamente apaixonados na fantasia do dia a dia. A moça que se imaginava com asas ficou sem céu. A moça que tinha a cabeça nas nuvens despencou de um arranha-céu. A moça que gostava de brincar de equilibrista, girava sem sair do lugar feito carrossel. ...
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26/04/2012 -
Boiadeiro 7 Porteiras
Auê-uê-uê-ê boi! Xetruá Boiadeiro! Está ouvindo esse mugido cortando o sertão? Está ouvindo o trotar do cavalo rompendo o estradão? É sinal da chegada dos boiadeiros, caboclos de couro, Xetrô marrum bá xetrô! Quem foi que abriu as porteiras? Foi o chefe da comitiva, Boiadeiro 7 Porteiras, caboclo bom de laço, berrante e viola. Ele vem em de chapéu de abas largas, bota e calça arregaçada. Vem tocando sua boiada, abrindo e fechando porteiras ao longo da estrada.
Boiadeiro bom de papo, que se alegra fumando palheiro e bebendo cachaça. Sabe dançar tanto no chão do terreiro quanto em cima do cavalo. Vem aboiando e balanço os braços. Auê-uê-uê-ê boi! Xetruá Boiadeiro! Sob a luz de Iansã, senhora dos eguns, Boiadeiro 7 Porteiras conduz os espíritos dos mortos com a mesma destreza que toca seu gado. Leva cada espírito para seu destino, abrindo as sete porteiras do além para quem ele acha que convém. ...
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25/04/2012 -
Fome de sonhar
Independentemente se é dia ou noite lá fora, se meus olhos seguem fechados ou abertos, hoje eu quero ter sonhos fritos e fofos. Sonhos fartos. Sonhos de farinha de trigo, ovos e água. Sonhos recheados de lirismo e aventura. Sonhos que dispensam até mesmo fermento para crescer. Sonhos de bem querer. Sonhos ocos e leves capazes de voar alto nos céus do desejo e da imaginação. Sonhos que se lambuzam na frigideira. Sonhos disputados por homens, cachorros e moscas. Sonhos devorados sem culpa. Sonhos polvilhados com açúcar e canela. Sonhos de fazer gritar e suspirar. Sonhos nus. Sonhos de chocolate, de goiabada, de creme de baunilha, de doce de leite. Sonhos mordidos. Sonhos apalpados e engolidos....
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24/04/2012 -
Senhora, auxiliai...
Senhora de tudo o que pulsa, auxiliai. Senhora das fragrâncias florais, auxiliai. Senhora das tardes adocicadas, auxiliai. Senhora sem mancha, auxiliai. Senhora da maternidade absoluta, auxiliai. Senhora do amor incondicional, auxiliai. Senhora que faz sinos badalarem e joelhos se dobrarem, auxiliai. Senhora que vive às voltas com criaturas angelicais, auxiliai. Senhora de toda vida, auxiliai. Senhora do querer bem, auxiliai. Senhora dos mantos sagrados. Senhora que leva o filho sempre em seu colo. Senhora dos ventos azulados. ...
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23/04/2012 -
Salve Jorge, Ogunhê Ogum
Hoje é dia do santo guerreiro, do orixá da guerra. Salve o lendário cavaleiro que derrotou o dragão. Salve o ferreiro que funde as nossas vitórias a ferro e fogo. Salve Jorge, Ogunhê Ogum. Salve aquele que compra a causa dos indefesos. Salve aquele que não entra numa peleja para perder. Salve aquele que é tão temido quão amado. Salve aquele que traz na espada tudo o que busca. Salve aquele que se veste de azul escuro. Salve um dos primeiros orixás a vir para a Terra, filho mais velho de Odudua, o fundador de Ifé. Salve o filho de Yembo, primeiro caminho de Iemanjá, irmão de Oxossi e Exu. Salve o santo militar. Salve o santo que salvou a princesa. Salve o santo da lua. Salve o santo da bravura. Salve o orixá das vias de fato. Salve Jorge, Ogunhê Ogum....
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22/04/2012 -
Sabor perdido
Com a partida de meu avô, vários gostos e sabores também partiram de mim e da minha vida. Alguns, por tempo indeterminado. Outros, para sempre. Quando me tiraram seu Líbio, tiraram-me arrobas e alqueires de sabor. Tiraram-me também o leite ordenhado direto dos ubres das vacas para os meus copos. Tiraram-me também o estalar dos torresmos. Tiraram-me também o sabor inconfundível de um causo. Tiraram-me o paladar da inspiração às voltas com a comida. Tiraram-me a doce negritude de uma jabuticabeira. Tiraram-me também um punhado de ingredientes da receita do destino. Tiraram-me o gosto inconfundível da terra vermelha e orvalhada. Tiraram-me também o melaço da felicidade....
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21/04/2012 -
Cinquenta e duas Brasílias
Já são cinquenta e duas Brasílias circulando pelo planalto central do país. Cinquenta e duas mulheres tão distintas quão complementares.
A Brasília musa de poetas e aventureiros como Juscelino Kubitschek. A Brasília que seduz almas políticas com todo seu sex appeal. A Brasília metrópole com tantos problemas e conflitos internos. A Brasília desenvolvimentista, ora saidinha ora tímida. A Brasília que se veste de estrelas. A Brasília que adora uma conversa de barzinho.
A Brasília que abusa das curvas perfeitas. A Brasília queimada de sol que adora um banho de chuva. A Brasília escandalosa sempre se alimentando de fofocas e denúncias. A Brasília perfumada pelas cores dos ipês. A Brasília que faz piquenique no parque. A Brasília que namora às margens do lago Paranoá. A Brasília revolucionária em estética e conteúdo. ...
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