Daniel Campos

Texto do dia

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Encontrados 31 textos de dezembro de 2012. Exibindo página 3 de 4.

11/12/2012 - Contagem regressiva para o apocalipse

Dez, nove, oito... Está aberta oficialmente a contagem regressiva para o apocalipse. Os homens criados a partir da farinha de milho pelos deuses maias vão ser varridos do planeta. Os mortos vão o mundo subterrâneo, mais especificamente em Xibalba, o “local do medo”. Embora exista um ou outro paraíso em Xibalba, o mais comum por lá são criaturas demoníacas e boas doses de sofrimento. Embora os mortos não sejam julgados, passam por provações como rios de sangue, fogo, feras.

Sete, seis, cinco... Quando chegar ao submundo, torça para não encontrar Kinich-Ahau, um deus que durante a noite, em Xibalba, assume a forma de um temido jaguar. E o que dizer de Vucub Caquix, um pássaro monstruoso e um dos deuses-demônio do “local do medo”? E não adianta correr, pois se Itzamna, o deus que inventou o calendário não estiver errado, o mundo acaba daqui a dez dias. E como já estamos na véspera do apocalipse, o deus da morte Ah Puch deve estar rondando nossas casas para capturar nossas almas. ...
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10/12/2012 - Adoçando a vida

Por mais especial que ela seja, a vida tem momentos que amargam da boca à alma. Para se livrar desse amargor nada melhor do que buscar um pouco de doçura nos prazeres que o mundo nos oferece. Quem não quer provar de uma existência mais doce a cada dia? E não se culpe por interferir no sabor do destino. Afinal, somos amantes, por natureza, de vários tipos de açúcar e de adoçantes.

Abuse de saches de sonhos açucarados. Desejos que tragam impacto de doçura. Pitadas de esperança refinada. Expectativas que retardem a percepção da acidez. Beijos de notas quentes. Pensamentos de sacarose. Uma colherada de promessas em cristal, que demoram a dissolver, é ideal para intensificar aquele quê de docinho. Não se deixe enganar pela felicidade de aspartame, que vem e vai de repente. ...
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09/12/2012 - O canto de Ellen Oléria

O canto de Ellen Oléria tem a cor do meu país. Uma cor feita de swing. Uma voz que dobra o aço do silêncio. Ellen, o samba de braço dado com o afoxé. Ellen, ativista de emoções. Ellen, malabarista das cordas do violão. Ellen, uma mulher, uma multidão. Oléria, um grito contra a miséria. Canta sem medo de represálias. Canta quebrando correntes. Canta chamando por liberdade. Ellen é a contracultura, a ruptura da rotina, o sentimento puro, extravasado, cantado, ofertado ao povo que pede bis. Ellen Oléria, embaixatriz do que nos faz feliz. ...
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08/12/2012 - Vivo Oxóssi

Eu sigo os passos de Oxóssi pelas matas. Eu vivo o verde. Eu me dou, eu sou, eu tenho sedo do verde, do verde de Oxóssi. Vou pelas suas flechas que são como fragatas riscando o horizonte. Salve Oxóssi e suas princesas das cascatas. Salve seus caboclos que pintam de verde a lua de prata. Salve Oxóssi dos pretos velhos dos sorrisos brancos como nata. Salve o senhor das mesas fartas. Salve o senhor das minhas cartas. Salve Oxóssi, o senhor das minhas marcas.

Eu sigo os passos de Oxóssi pelas capoeiras. Eu sigo cavaleiros da lança verde. Eu sigo os guias verdes das cachoeiras. Eu sou das fileiras de Oxóssi, com muito gosto e axé. Sou a flecha e o arco na mesma madeira, sou Oxóssi de quinta a quinta feira. Sou do reino verde, do reino das aves, das naves, dos rios, dos pios, dos cantos, dos encantos, dos frutos, dos muitos, das chuvas, das curvas, dos fortes, de Oxóssi......
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07/12/2012 - Culto à mulher amada

A mulher amada não nasce de ordens. Tem um começo espontâneo e não tem fim, muito menos um objetivo concreto em sua missão. Também não há regra alguma relacionada ao local de seu nascimento, pode ser num quarto, numa festa, numa lua, numa solidão, num coquetel, num tabuleiro, num bar... Deu para entender? Não se preocupe, pois a mulher amada está acima de qualquer entendimento. A existência dessa mulher é um jogo, onde ela ganha e você perde. Perde noites de sono, perde apetite, perde rumos, perde prumos, perde pudores... Isso sem contar que existem infinitas variações de mulher amada em uma mesma mulher amada. Porém, tudo com total propriedade, pois cada mulher amada tem uma fórmula tão própria quão secreta. ...
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06/12/2012 - Iansã me chamou, eu vou...

Iansã me chamou, e quando Iansã me chama eu vou. Eu vou, eu vou, com Iansã por todos os caminhos eu vou. Eu vou pelo vermelho de Iansã. Eu vou entre o balanço de Iansã. Eu vou numa batida de Iansã, batendo cabeça pra orixá que me traz o fogo do sol toda manhã. Espera que eu vou, espera que vou, eu vou com Iansã eu vou. Eu vou rodando na saia rodada de Iansã. Eu vou numa batucada de Iansã. Eu vou, com unhas e dentes, defendendo o amor de Iansã. Eu vou marcando ponto pra Iansã, eu vou, eu vou, pelo encanto de Iansã eu vou. ...
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05/12/2012 - Tempo ateu

Quem falou que o amor não pode ser para sempre jamais amou alguém como eu lhe amo. O amor não tem duração, não tem extensão, não tem dimensão definida. Amor é para fugir do alcance, para se perder da vista, para romper fronteiras físicas ou mentais. Amor é para desafiar a eternidade, para fugir do óbvio que há na relação do princípio ao fim, para contrariar os relógios. Amor é para ir mais longe sempre, mesmo quando isso é impossível. Amor é o que há depois do verossímil. Amor é quando a realidade dobra os joelhos diante da ficção sem fazer cara feia. Amor sem amarras, sem algemas, sem nós. Amor é quando o tempo deixa de existir sob os lençóis....
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04/12/2012 - Quem é a sereia?

Quem é a sereia que se perfuma no mar? É Odoyá Iemanjá! Quem é a sereia que não cansa de se olhar no espelho? É Odoyá Iemanjá! Quem é a sereia que traz sorte para quem pula sete ondas? É Odoyá Iemanjá! Quem é a sereia que se cobre de pérola? É Odoyá Iemanjá! Quem é a seria que se veste de branco e azul? É Odoyá Iemanjá! Quem é a seria do cabelo de ondas? É Odoyá Iemanjá! Quem é a sereia que leva pras águas profundas todos os nossos problemas? É Odoyá Iemanjá! Quem é a sereia de traços delicados e seios fartos? É Odoyá Iemanjá!...
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03/12/2012 - Pássaros do axé

Amor, acordar amor, pelo furo da persiana olha o periquito no muro. Amor, vem ver amor, vem ver o azul petróleo do tiziu no meio fio. Amor, o agapornes subiu na gaiola e está lhe dando bola. Amor, tem jandaia na beira da sua saia. Amor, veja como é precoce a cacatua que se insinua pra Oxossi. Amor, espia a arara azul no telhado, ela e seu namorado. Amor, já é de manhã, vem saudar Nanã na cor do pintaroxo. Amor, a casa está mesmo que ver um viveiro. Amor, o pintassilgo subiu no coqueiro. Amor, a pombinha de nossa senhora não vai mais embora. Amor, pula miudinho acompanhando o pardal. Amor, a tesourinha pousou na janela. Amor, minha bela, me diga se o amarelo do tucano é de Oxum. Amor, o joão de barro está construindo no quintal. Amor, quem diria que era só no pantanal que tem tuiuiú? Amor, já reparou que o beija-flor brilha em feitio de carnaval. Amor, ai tem dó, vem aplaudir o curió. Amor, chegou, chegou o pichochó. Amor, acorda mulher, o garnisé já está cansado de tanto cocorocó. ...
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02/12/2012 - A chuva de Zeus

Por Zeus, pai dos deuses e dos mortais, que a chuva venha na medida certa das nossas necessidades. Zeus, ceifeiro das nuvens. Soberano dos céus. Senhor que lança os pingos d’água com sua mão direita sobre nós. O mesmo Zeus que alivia as noites quentes com uma fina garoa comanda tempestades. Manipula raios e trovões de acordo com o merecimento dos homens. O governante supremo, que zela pela harmonia entre todas as coisas, manda a chuva que madura o fruto e aquela que tomba a árvore. A chuva tem a alma de Zeus. É como ele chega até nós. ...
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