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Encontrados 31 textos de dezembro de 2012. Exibindo página 2 de 4.
21/12/2012 -
Posologia
Uma garrafa de Black Label para curar as inflamações da alma. Horas e horas de Tom Jobim para se libertar de todos os males. Colheradas de romantismo. Chuva mansa para fechar a tarde. Pílulas de quero mais. Doses extras daquela paixão que arde em feitio de pimenta. Uma pitada de ineditismo em tudo o que se dispor a fazer. Um frasco de sublimação. Um punhado bem generoso de lembranças de que a vida valeu à pena até então. Um bocadinho de saudade e quilos de esperança. Gotas de ilusão e dois compridos de fantasia são fundamentais. ...
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20/12/2012 -
Divania e Sofia
Com o mesmo nome das princesas de Walt Disney e da Grécia, da capital da Bulgária e de uma região de Madagascar, a pequena Sofia reina nos braços de Divania. Sofia espreguiça, estica, encolhe, esgarça, revira seu corpo pequenino com toda graça no colo da mãe. Recém-nascida, recém-sonhada, recém-descoberta, porém despertadora de um amor milenar. Sofia dos olhos azulados que tentam vencer a claridade de um céu não menos azul. Sofia, miniatura da branca de neve, tão clara, tão doce, tão mágica, tão feliz para sempre como nos finais dos contos de fada. ...
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19/12/2012 -
Roda vida roda
O destino é escrito em círculo. A vida roda, roda, roda e fica sempre no mesmo lugar. O que há no futuro? Passado! Nem sempre ao seguir em frente se segue adiante. Nascemos para ser peão, para girar, girar, girar e cair sempre no mesmo ponto. O mundo é uma roda gigante, ora embaixo ora em cima, mas sempre em torno do mesmo eixo. Até no globo da morte, os motoqueiros arriscam suas vidas dando voltas e mais voltas sem chegar a lugar algum.
É preciso romper com essa roda-viva. É preciso acabar de uma vez todas com esse falso movimento. É preciso descobrir um meio de a mudança ser pra valer. O campeão das corridas automobilísticas é aquele que chega em primeiro no mesmo lugar depois de voltas e voltas. Não dá mais para cair na ilusão de que basta caminhar para tudo acontecer. Chega de alimentar mentiras. Somos hamsters rodando em engenhocas dentro de uma gaiola. Há alguém nos observando e rindo de tudo isso. ...
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Comentários (1)
18/12/2012 -
Cadê Nanã?
Cadê Nanã? Cadê Nanã e toda a riqueza que ela proporciona? Cadê Nanã, já passou dia e noite, já é de manhã e Nanã não deu o ar de sua graça? Cadê Nanã, dona da criação? Cadê Nanã, cujo barro deu origem à civilização? Cadê Nanã? Já fui à lagoa da garça e à ponta do mar, já pisei a lama da estrada, subi a ladeira da praça, bebi da água parada e rodei na saia engomada e nada de Nanã encontrar. Nanã, cadê Nanã? Onde será que Nanã foi parar? Já procurei em tudo que é baobá? Cadê Nanã, a senhora dos ibás? ...
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17/12/2012 -
Maria Penélope Charmosa Cecília
Eu não a vi nascer, mas é como se tivesse visto, pois nos meus sonhos, desde criança, sempre fui pai de uma menina vinda de um reino encantado. Eu não a carreguei no colo, nem embalei seu sono, mas é como se eu tivesse a levado comigo por esse tempo todo, contando histórias de ninar, cantando cantigas de roda. Eu não escolhi seu nome, mas é como se ele fizesse parte da minha memória auditiva.
Eu não testemunhei momentos que marcaram o início da sua vida, como as primeiras palavras, a boneca preferida, o som de sua gargalhada quando bebê; também não a vi arrastar pelo chão, não engatinhei com ela, não a ajudei a andar de bicicleta, porém, de um modo ou de outro, eu tenho essas imagens todos imersas no meu inconsciente. De alguma forma ainda não explicável, participei desses e de outros instantes......
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16/12/2012 -
Até o fim do mundo
Quantos beijos até o fim do mundo? Quantos pecados novos ou redimidos até o fim do mundo? Quantas promessas pagas até o fim do mundo? Quantas garrafas de vinho até o fim do mundo? Quantos pais-nossos até o fim do mundo? Quantas horas de sono até o fim do mundo? Quantos pedidos de desculpa até o fim do mundo? Quantas loucuras até o fim do mundo? Quantos calotes até o fim do mundo? Quantas viagens impossíveis até o fim do mundo?
Quantas noites de pôquer até o fim do mundo? Quantas compras até o fim do mundo? Quantas mortes antecipadas até o fim do mundo? Quantas velas acesas até o fim do mundo? Quanto choro derramado até o fim do mundo? Quantos nós desfeitos até o fim do mundo? Quantos pedidos de casamento e de separação até o fim do mundo? Quantos absurdos até o fim do mundo? Quanta saudade do futuro até o fim do mundo? Quantos sonhos reais até o fim do mundo? ...
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15/12/2012 -
A descoberta do pepsamar
Em um mundo vitimado por tantas extravagâncias relacionadas aos comes e bebes um comprimidinho mastigável chamado pepsamar ganha contornos de tábua de salvação. Pode ser comprado com a mesma facilidade de um sanduíche, de um milkshake, de um chocolate. Além de barato, figura nas prateleiras de qualquer farmácia, sendo adquirido sem receita médica. Eficaz e de fácil acesso, uma combinação perfeita para ser utilizada como uma arma secreta.
A sensação do hidróxido de alumínio, o princípio ativo do pepsamar, agindo em nosso estômago no combate a acidez é a mesma da brisa soprando uma vela pelo mar afora em dia de sol azul. Sua ingestão traz momentos de paz e suavidade em um local marcado pelos horrores da azia, da gastrite, das úlceras. É tanta pressa para viver os efeitos do pepsamar que é difícil conseguir que ele dissolva inteiramente na boca antes de cair na tentação de mastigá-lo. ...
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14/12/2012 -
O canto de Liah
Liah, pássaro de asas invisíveis a olho nu. Liah, a mesma voz de ninar escancara todas as portas de casa. Liah, mulher borboleta, metamorfose musical, nascimentos e renascimentos num mesmo palco. Liah, harmonia que flui como barco na correnteza. Liah, mistério e beleza num mesmo arranjo visceral. Liah, variações inusitadas e bem-vindas de luz e som. Liah, palavras cantadas marcadas de batom ao vento. Liah, tom sobre tom, sentimento ascendente, estrela rompendo os céus do inconsciente. Liah, sangue indígena, magia natural, voz sem igual. Liah, mensageira da fantasia, lua do dia, pétala e semente bailando pelo ar. Liah, solidão poente. Liah, fibra, bilha, vibra, trilha zodiacal. ...
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13/12/2012 -
Hino ao desespero
O que eu faço? Para onde eu vou? Só há esculacho por toda parte? Basta de guerra eu quero arte. Basta de terra eu quero marte. Chega de tanta selvageria, competição, hipocrisia... Não sou feito de aço nem de concreto, sou poesia. E como todo poema eu machuco. Por que o mundo está tão maluco? Cadê a fantasia no dia a dia? Se você chama truco eu grito seis. Sou freguês de um faz de conta que já não existe. Por que tudo tem que ser sempre e para sempre tão triste?
Estou perdido. Estou acuado. Estou vencido. Estou jurado. Estou foragido. Estou enfadado. Estou aborrecido. Estou entalado. Por que as ilusões não vingam? Por que os corações empedram? Por que as canções se calam? Por que as estações não mudam? Por que as assombrações imperam? Será que a gente merece terminar sem começar? Será que quem faz o mal se dá bem? Será que deus está de desdém? Será que tudo tem que agourar, tem que falhar, tem que tombar?...
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12/12/2012 -
No que transformaram a Justiça...
O que aconteceu com a Justiça? A deusa que atende pelo nome de Thêmis na Grécia e pelo nome de Justitia em Roma vem sendo descaracterizada em sua natureza, perdendo suas feições, suas virtudes, suas atitudes, sua história, sua alma. Thêmis, a filha de Gaia e Urano, segunda mulher de Zeus, está em perigo. Na mitologia grega a Justiça e a Ética são inseparáveis, já na mitologia brasileira...
Até o século retrasado a Justiça era representada como uma mulher em pé, de espada em riste, de olhos abertos e com uma balança nas mãos. Em frente ao palácio do Supremo Tribunal Federal, a Justiça está sentada em um trono, de olhos vendados e com a espada pousada em seu colo. Sentada por descaso ou por cansaço? Por quem a Justiça levanta? Por quanto a Justiça levanta? ...
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