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Encontrados 31 textos de dezembro de 2011. Exibindo página 1 de 4.
31/12/2011 -
O fim do mundo
Se a previsão dos Maias for confirmada, esta pode ser a nossa última virada de ano. O fim do mundo está previsto para o dia 21 de dezembro de 2012, o dia do solstício. De certa forma, no plano místico, tudo está sendo encaminhado para a concretização deste enredo. Afinal, 2012 será regido por Oxalá, o orixá da renovação, e por Oxum, a senhora das novas vidas. Portanto, o próximo ano será de muitos nascimentos e renascimentos. Porém antes de nascer e renascer é preciso morrer.
Oxalá prevê a recriação do mundo, dos homens, das relações e Oxum traz à tona a gestação de um novo tempo. Oxalá, o senhor dos panos brancos, e Oxum, a rainha dourada, vão passar de mãos dadas em 2012, trazendo promessas de paz e amor. Oxalá, o guerreiro pacificador, e Oxum, a mãe da vaidade, vão nos conduzir à morte para que a partir dela encontremos um novo mundo. Oxalá é considerado o fim pacífico de todos os seres. Oxalá é quem determina o fim da estrada, o fim da vida, o momento de partir em paz. ...
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30/12/2011 -
Zerar
Zere suas dívidas, principalmente aquelas as quais você é o principal credor. Zere suas pendências, encarando tudo o que lhe levou a fugir ou esconder o ano todo. Zere seus sonhos, sonhando tudo de uma vez sem qualquer moderação. Zere sua fome, dando de comer ao seu estômago, ao seu cérebro, ao seu coração. Zere seus medos, tornando-se seu próprio herói. Zere sua realidade, a partir de uma overdose de fantasia. Zere suas lágrimas, abrindo as comportas do pranto. Zere seus tempos, de modo que os relógios percam suas funções....
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29/12/2011 -
Associações
Lua fora de controle. Pássaro em curto-circuito. Roseira de barriga. Coração sob pressão. Esperança na caçarola. Futuro fora de foco. Vagalume bêbado. Alma em pedaços. Amor em transe. Esperança em trânsito. Sonho em ziguezague. Saia de abajur. Sexo em braile. Céu remendado. Tempo partido. Desejo mordido. Réstia de sorriso. Pranto de cebola. Corpos em valsa. Instintos em jogo. Olhar de tatuagem. Sombras de nanquim. Paixão papel carbono.
Uivo de estrela. Um conto de fadas. Dois vinténs de bruxas. Chama que não vem. Pacto de lobos. Cabelo de vento. Mar de pedra. Era de primavera. Signo musical. Lembranças de parafina. Adeus no portão. Fome de prato feito. Menu de solidão. Lirismo de alfaiataria. Fantasia em pó. Batom de giz. Fotos em movimento. Mancha de ciúme. Santa vingança. Pecado anônimo. Cruz de ateus. Silhueta de fumaça. Felicidade de cortiça. Palavras à toa. ...
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28/12/2011 -
Dando-me
Eu me dou. Por inteiro e também pelas metades, pelos quartos, pelos terços, eu me dou. Eu me dou para ela, nela, dela. Eu me dou a cada vez como nunca me dei e talvez como nunca mais vou me dar. Eu me dou a qualquer hora, em todo lugar. Eu me dou ao ar, ao fogo, na água e na terra. Eu me dou à luz e à sombra da lua eu me dou em passos de bolero, na batida do samba, na corda da viola. Eu me dou entre quatro paredes e no meio da multidão. Eu me dou com todo cuidado e sem nenhum juízo. Eu me dou de papel passado e no boca-a-boca. ...
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27/12/2011 -
Pra confundir
Eu não sou daqui. Eu não vim de lá. Eu não me conheço. Eu não sou de ter endereço. Eu ainda não descobri o meu preço. Eu não sou de falar. Eu não sou de sorrir. Eu não tenho direito ou avesso. Eu não tenho nome, sobrenome, codinome. Eu não tenho sede, não tenho fome. Eu não tenho som. Eu não tenho santo. Eu não tenho dom. eu não sou de encanto. Eu não sou de telefonar. Eu não sei pedir. Eu só faço blefar. Eu não sou de fugir. Eu não sou de cair. Eu nasci para dançar.
Eu não sou deste mundo. Eu não vim desta vida. Eu não começo sem terminar. Eu não apareço no espelho. Eu não sou de chuva. Eu não nasci para viúva. Eu não sou da lida. Eu não sou raso, não sou profundo. Eu não sou de dobrar o joelho. Eu sou o livro que não li. Eu ainda não me descobri. Eu não sou de não me apaixonar. Eu não fotografo bem. Eu não sou de ficar refém. Eu não sou da luz. Eu não morri numa cruz. Eu não sei esquecer. Eu não sou e desdizer. Eu não vivo para me entender. ...
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26/12/2011 -
Nem tudo nem todos
Nem todo latido que há será capaz de me amedrontar. Nem todo amor desta vida será capaz de me convencer. Nem todo trovão que houver será capaz de chover. Nem todo mar do mundo tem sereia. Nem todo sino que existe ira se dobrar pensando em alguém. Nem todo tempo que há vai me vencer. Nem todo mal-estar da cidade vai me desanimar. Nem todo vento que soprar vai me alcançar. Nem todo lodo é vazio de flor.
Nem todo pó já foi alguém um dia. Nem todo romance foi feito para durar séculos sem fim. Nem toda fé é direcionada a algum deus. Nem toda guerra tem dois lados. Nem todas as palavras podem ser ditas sem prévia censura. Nem toda encenação é mentirosa. Nem todo choro escorre dos olhos. Nem todo rio corre para o sul. Nem todo abraço é visível. Nem todo pensamento é pensado. Nem toda lua é de comer. ...
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25/12/2011 -
Natal a toda hora, em qualquer lugar
Era uma vez uma menina que tinha um cachorro chamado Natal. Era gordo e barbudo com o papai-noel. Isso sem falar que tinha umas mechas brancas ao longo da pelagem. Embora fosse representante de uma raça importada de nome bastante esquisito, lembrava muito um vira-lata. Apareceu em sua casa entre as caixas de presente no dia 25 de dezembro. Batizá-lo assim foi inevitável. Chegou num momento difícil, em que a pequenina estava com uma dessas doenças capazes de levá-la embora. Foi paixão à primeira vista, ou melhor, ao primeiro latido. ...
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24/12/2011 -
Obrigado senhora nossa
Obrigado pela maternidade contínua. Pelo colo em todas as horas. Por guiar cada passo meu, acalentar toda e qualquer aflição, cuidar dos meus sonhos. Obrigado por me deixar entrar em sua casa. Pelas broncas, pelos conselhos, pelos cuidados comigo. Obrigado por tudo o que me oferece - pelo o que eu sei e pelo o que ainda não sei compreender.
Obrigado pelos encontros diários, por ouvir os meus chamados, por nunca ter me dado as costas. Pelas estrelas que iluminam minhas noites mais escuras, pelas pétalas que faz nascer ao meio das minhas ervas dadinhas, pelas suas canções que não me deixam sozinho. Obrigado pelo novo e também pelo antigo que me possibilita viver....
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23/12/2011 -
Eu e eu mesmo
Eu cantei passarinho. Eu li um romance. Eu vivi um livro. Eu fiz oferenda ao meu orixá. Eu chorei no cinema. Eu entreguei tudo ao tempo. Eu comi em francês. Eu chamei um uísque. Eu peguei uma história. Eu derrubei um medo. Eu plantei um poema. Eu revelei um segredo. Eu quebrei um espelho. Eu escondi um disco. Eu vi o trem. Eu me embriaguei de saudade. Eu corri de mim. Eu corri pra você.
Eu passei ao lado. Eu descuidei do fogo. Eu escrevi na parede. Eu encontrei um destino. Eu enterrei dois sonhos. Eu confessei três pecados. Eu mordi uma maçã. Eu me envolvi com uma previsão. Eu solucei a ausência. Eu engoli as letras. Eu despistei o juízo. Eu estourei um champanhe. Eu perdi o avião. Eu fiquei nu no terraço. Eu dormi em número par. Eu rasguei um contrato. Eu menti para mim. Eu me mudei para você. ...
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22/12/2011 -
Espíritos natalinos
Que o espírito natalino não seja apenas um. Que seja dezenas, milhares, milhões de espíritos trabalhando para transformar a vida de quem caminha sobre a Terra. Que os espíritos natalinos não tenham somente olhos azuis e cabelos claros como o Jesus Cristo criado pelos europeus. Que os espíritos natalinos sejam de todas as cores. Que sejam espíritos de caboclos, de ciganos, de boiadeiros, de preto-velhos, de índios, de marinheiros, de príncipes do oriente. Que os espíritos natalinos falem a nossa língua e compreendam o que trazemos conosco. ...
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