Arquivo
2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008
jan | fev | mar | abr | mai | jun | jul | ago | set | out | nov | dez |
Encontrados 30 textos de novembro de 2011. Exibindo página 3 de 3.
10/11/2011 -
Reinvente-se
Pelo amor das criaturas que nos observam do alto, eleva seus pensamentos. Pensa num tempo sem sofrimento, pensa que por detrás das trevas sempre existe um alento, pensa que a esperança sempre há de ser o nosso melhor rebento. Abstraia-se de toda e qualquer fonte negativa de energia. Rompa os elos com o pessimismo e voa um vôo leve, duradouro, intenso e livre de protestantismo. Reúna seus sentimentos num sentimentalismo capaz de mudar o rumo das coisas concretas e abstratas que lhe cercam, rondam seu corpo e habitam sua alma....
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
09/11/2011 -
Perdido
Já não sei mais o que pensar, para onde ir, o que querer. Tudo se desmancha no ar. Tudo se perde pelo caminho. Já há mais espinho que flor por toda parte. E viver já deixou de ser uma arte há muitos anos. Meus planos deram errados e meu mundo parece girar fora de órbita. O que será do fim de tudo isso? Por que em tudo há uma falha? Por que atrás de uma boa intenção há sempre um boicote, uma inveja, um canalha? Por que não há anjo ou demônio que realmente nos valha?
Já não sei mais como conviver com tantas mentiras, hipocrisias, azias e más-digestões. Eu já tenho mais silêncios do que canções. Os vagões do meu trem estão cheios de angústias e aflições e respostas evasivas. Há sempre uma espera atrás de outras espera. Quem dera se minha vida não estivesse sempre nas mãos de alguém. Quem dera se eu não dependesse sempre disso e daquilo também. Quem me dera se não houvesse um porém separando o sonho da realidade....
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
08/11/2011 -
Como morremos nós...
A fumaça do café, o perfume da macadâmia e o yin e o yang de um incenso morrem como morremos nós. O broto que rasga o solo, o vermelho do sol e a canção do seresteiro morrem como morremos nós. Os casais de namorados, a maciez dos lençóis e a delicadeza das palavras morrem como morremos nós. A penumbra de um ambiente a sós, os nós de marinheiro e as linhas do destino morrem como morremos nós. O desejo mais vívido, a esperança mais inútil e o sentimento mais sórdido morrem como morremos nós.
...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
07/11/2011 -
Dormir, dormir, dormir...
Eu quero dormir não importa onde. O meu quando é agora. Quero dormir numa cratera da lua. Quero dormir como dorme um ser imaginário. Quero dormir em uma imensa cama de casal. Quero dormir numa angulação perfeita em relação à mulher amada. Quero dormir sobre plumas ou molas. Quero dormir sobre o meu carma. Quero dormir no fio da navalha. Quero dormir distante de galos e relógios. Quero dormir num caminho sem me preocupar se ele vai me deixar ou me levar para aqui ou para lá.
Quero dormir um sono ateu. Quero dormir sem a possibilidade de saber qualquer notícia. Quero dormir o mais absurdo dos sonos. Quero dormir sem limites. Quero dormir falando coisas de amor. Quero dormir numa pausa literária. Quero dormir contra o sol. Quero dormir numa boca molhada. Quero dormir no vai e vem das ondas. Quero dormir entre fragrâncias e brisas. Quero dormir sem me preocupar com a data de validade do meu sono. ...
continuar a ler
Comentários (1)
06/11/2011 -
Perdi o trem
Estou atrasado, futuro do passado. Perdi o trem das coisas tentando entender o que não tem entendimento. Coisas do amor. Andei demais. Dormi demais. Sonhei demais. Bebi versos e notas de Milton Nascimento. Deixe-me levar pelos tambores de Minas, pelas meninas dos olhos das meninas, embalei a lua como criança nina uma boneca pequenina.
Fiz questão de me desvencilhar do tempo no clube da esquina. Entre serestas e seresteiros dancei com um colombina que tinha lábios de goiabada e língua Rosa Guimarães. Entre um bocadinho de prosa e um trem de causos, puxei uma cadeira pra perto da saia de um fogão a lenha e num braseiro mulher deixei a vida passar despetalando o tempo em trens de bem e de mais bem me quer.
Seja o primeiro a comentar
05/11/2011 -
Quantas horas o tempo esconde?
Quantas horas o relógio esconde? Quanto tempo ele nos subtrai por detrás de seus ponteiros ou de seus dígitos? O tempo cronológico, com suas 24 horas oficiais, é muto pouo para abrigar o tempo psicológico, o tempo sentimental, o tempo astral.
Quantas horas o relógio esconde? Um beijo de segundos é muito mais intenso do que 72 horas de solidão. O gosto de uma fruta madura dura uma vida inteira na boca que a tem um única vez. O tempo é coletivo, mas repleto de individualidades.
...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
04/11/2011 -
E se não fosse você
E se não fosse você, qual seria o porquê dessa caminhada por abismos e desertos, pisando em pedras, espinhos e desafetos? E se não fosse você, qual seria o meu teto, o meu trajeto, o meu traje de passeio completo? E se não fosse você, onde estaria o exagero e o discreto? E se não fosse você que nome balbuciaria em meu dialeto? E se não fosse você quem eu desejaria perto?
E se não fosse você, onde eu colocaria todas as razões, motivações e pretextos para subir, cair e seguir em frente. E se não fosse você, onde se encaixaria e, se enlaçaria e se abraçaria o elo da minha corrente? E se não fosse você o que seria do meu “eu” mais carente? E se não fosse você teria de me transformar num outro tipo de tempo, nem consciente nem onipresente, um tempo simplesmente ausente. ...
continuar a ler
Comentários (1)
03/11/2011 -
Só mais um dia...
Só mais um dia depois de outro dia. Só mais um dia. Nada mais. Nada menos. A mesma dose diária de poesia. A mesma contagem do tempo. A mesma maneira de amanhecer, de adormecer. A mesma divisão entre realidade e fantasia. Hoje é a continuação da continuidade de um dia contínuo. Hoje não é o começo ou o fim, apenas o meio de uma história que tem neste dia apenas mais um capítulo, mais uma página, mais uma linha ou um verso.
Hoje é só mais uma luta, mais uma oportunidade, mais uma jogada. Um passo adiante outro passo, uma sílaba atrás de outra sílaba, um pulso ao lado de outro pulso, num imenso comboio de pensamentos, atitudes e sentimentos que segue em círculo, circulando pelo circuladô. Só mais um dia dividido entre o oficial e o clandestino, entre a quebra de expectativa e o destino, entre o sal e o doce de um tempo sitiado entre o duradouro e o repentino. Só mais um dia depois de outro dia. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
02/11/2011 -
Dia de Finados
Faça uma lista dos seus mortos para chorar hoje. Uma lista dos familiares que conheceu e dos que não conheceu. Uma lista dos amigos e dos inimigos. Uma lista dos heróis e dos mitos. Uma lista daqueles que não encontra mais. Uma lista dos vizinhos e dos que moravam distantes. Uma lista das pessoas que você amou. Faça uma lista dos sonhos que teve que enterrar, das esperanças perdidas, dos desejos abortados. Uma lista dos “eus” que morreram em você. Faça uma lista completa de seus mortos para chorar no dia de hoje. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
01/11/2011 -
Saravá a todos os santos
Hoje é dia de todos os santos. Hoje é dia de Santa Bárbara e de Iansã. Salve a senhora dos raios! Hoje é dia de Nossa Senhora da Conceição e de Iemanjá. Salve a senhora do mar! Hoje é dia São Jerônimo, de São João e de Xangô! Salve o senhor da justiça. Hoje é dia São Jorge e de Ogum. Salve o senhor da guerra! Hoje é dia de Santa Ana e de Nanã. Salve a senhora da morte! Hoje é dia de São Sebastião e de Oxóssi. Salve o senhor das florestas! Hoje é dia de Jesus e de Oxalá. Salve o senhor da terra e dos céus! Hoje é dia de São Lazaro e Obaluaiê. Salve o senhor da cura! Hoje é diade Nossa Senhora das Candeias e de Oxum. Salve a senhora da beleza! Hoje é dia de São José e de Ossaim. Salve o senhor das ervas. Hoje é dia de Santo Expedito e de Logun Edé. Salve o senhor da pureza. Hoje é dia de Santo Antônio e de Exu. Salve o senhor dos caminhos! ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar