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Encontrados 2480 textos. Exibindo página 197 de 248.
Os olhos da mulher amada
Como doem os olhos da mulher amada
São olhos que perfuram e torturam
Que sufocam e provocam
Que latejam e beijam
A coisa amada.
De uma troca de olhares
Surgem detalhes
Deixas
E cenas inteiras.
É como fosse criado um fluxo
Contínuo em sua mais completa descontinuidade
Uma estrada
Curvilínea, retilínea, parabólica
Com tendências para o infinito
Da saudade.
Ah! Os olhos da mulher amada
São poemas...
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Os olhos e o cristal
Silêncio
Entre os olhos e o cristal
A água,
Espelho translúcido,
Reflete o reflexo úmido.
No copo, o suor frio
Escorre transparente
Entre lábios e águas
Torrentes como correnteza
Que não se acha.
O sol
As nuvens
Os olhos
A água
E os gestos
Do silêncio submerso
Desfazem-se
Na doçura
Da boca de água
Que ficou num canto dos olhos.
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Os sonhos da mulher amada
Quebrem as muralhas
Soltem as amarras
Cortem as correntes
Que prendem
Os sonhos da mulher amada
Soltem esses sonhos soltos
E que a eles não haja lei
Tampouco regras de convivência
Ou de amabilidade
Que eles corram
E façam piruetas
Na cabeça da mulher amada
Sem qualquer censura
E que as contra-indicações
Dessa mistura de sonhos
Sejam bem-vindas
Ou melhor, que sejam vividas
A fundo....
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Ouça
Fecha os ouvidos
E ouça o que diz o poeta
O poeta
O poeta
O poeta
...
Ouça o que pede um poeta!
Ouça o que aconselha um poeta!
Ouça o que poetiza um poeta!
Ouça
E vá viver como quer o poeta
Nos braços da poesia
Entregando-se às rimas
Dialogando e se calando
Nos versos feitos pra você...
Ah!...
Ah! Sonha como sonham os poetas
Ah! Acredita como acreditam os poetas
Ah! Ama como amam os poetas...
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Outonalidade
A tarde se esparrama de forma descontínua nas águas do lago
E deixa a dúvida de não se saber, ao certo, para onde vai
Se vai para algum ambiente paradisíaco, cinematográfico
Ou se apenas fica escondida em alguma boca
Até o instante de ser cedo novamente para ser tarde
Tarde para mim, para nós, para a tarde numa tarde que arde.
A vida das outras horas parece não ser a mesma à tarde
A tarde traz consigo um sabor adstringente de saudade
É como se a vida à tarde passasse de trás para frente...
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Outono
Folhas
Esparramadas pelo chão
Feito bolhas de sabão
Folhas de caderno
Folhas do inverno
Que ainda não acabou
Folhas na lapela
Do terno
Folha na capela
Do buquê que ficou
Chão de folhas
Brancas
De batom
Folhas
Da boca
Louca
E santa
E tão pouca
Folhas morenas
Que dançam ao vento
Cantigas amenas
De um sentimento
Que pende
Que tende
Que não se vende...
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Outra vez
Conheci a derrota
Por acaso
Nada de combinações
Ou destinos
Pré-escritos.
Ela foi apresentada a mim
Pelo tempo
E o tempo anda
Como sabemos
Ao seu bel momento.
E eu e a derrota
Fomos ficando mais íntimos
Mais amantes
Que se odeiam e se desejam
Mais e mais
Dia a dia.
Se existe alegria?
Antes diria que não
Hoje, talvez.
Tombos e mais tombos
Mas sempre a vontade
De se levantar...
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Outro capítulo
Os roteiros se confundem
Os paletós se misturam
Por entre os móveis escuros
E o tapete furta-cor.
O sorriso que não se sabe
Entre quadros
Entre pilastras
Entre bandeiras
Nos ares de ninguém.
A solidão do ator
Que não é pátria
Que não é símbolo
Que não é nada
Do que se pensou.
A tinta corre a fala
E o roteiro se joga nos braços da encenação
São tantas as personagens
São tantas as expressões...
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Outrora
Morena da alma infante
Faz-me errante
Nestas vestes ingênuas
Ah! Minha morena
Lembro do teu sorriso
E guardo em silêncio rijo
Um pouco do teu olhar
Onde brilhava uma criança
Que se perdeu no tempo
Outrora passou
E o ontem não mais voltou.
Procuro você na saudade
Mas me deparo com a maldade
Que o destino me fez
Era menina para suportar meu amor
Tornou-se mulher ainda menina
No fascínio que dolente me atina...
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Outros planos
Alguém
Proteja-me
Desse desejo
Arrebatador
De mudar os planos
E partir
Rumo aos anos
Que se perderam de mim.
Alguém
Proteja-me
Desse festejo
Em teu louvor
Que me causa danos
E me faz assumir
Meus enganos
Arrependido de mim.
Alguém
Proteja-me
Desse beijo
Sem cor
Que desumano
Faz-me fugir
Ao mais suburbano
Do que há em mim.
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