Outra vez
Conheci a derrota
Por acaso
Nada de combinações
Ou destinos
Pré-escritos.
Ela foi apresentada a mim
Pelo tempo
E o tempo anda
Como sabemos
Ao seu bel momento.
E eu e a derrota
Fomos ficando mais íntimos
Mais amantes
Que se odeiam e se desejam
Mais e mais
Dia a dia.
Se existe alegria?
Antes diria que não
Hoje, talvez.
Tombos e mais tombos
Mas sempre a vontade
De se levantar
De tentar outra vez...
A cada desilusão
O gosto inexplicável da derrota
Calando a voz
Se abrigando na boca
E logo no corpo todo
No desânimo afinco
No desejo de se deitar ao chão
E permanecer ali
Sentindo o vazio do nada
Conversando com o espelho
Em frases vagas
Nos aplausos da derrota.
Mas alguma coisa dentro de você
(Pode confiar)
Reage
Abre-lhe os olhos
À vida que ainda existe lá fora
Ensina-lhe a se reerguer
E começar novamente
De outro modo
Porém, recomeçando.
O gosto da derrota
Ainda presente
A angústia
O resto do choro
Tudo continua comigo...
Nunca desisti de conhecer
O sabor da vitória
Talvez já o conheça
Só que passou desapercebido
Nos dissabores da derrota.
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