Daniel Campos

Poesias

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Encontrados 2480 textos. Exibindo página 150 de 248.

Cronologicamente absurdo

Estranho é querer-te perto
E quando perto
Sentir saudade
Mais tarde daqueles olhos
Que já iam longe
Dos olhos que se vira
Segundos atrás.


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Cruzas de olhar

Cruzo
Teus olhos cruzados
E me vejo encruzilhado
E intruso

Cruzo
E abuso de seus olhares
Pode parecer confuso
Mas lhe olho aos pares

Cruzo
Teus olhar luso
Sou índio, negro
Sou cafuzo

E cruza de olhar
Pode passar
O tempo que for
É como o amor
Não cai em desuso

Cruzo
Teu olhar
Incluso e excluso
Do teu lugar

Cruzo...
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Cupido colibri

Meiga demais
Linda, olhares
Ondas, mares
Lua do cais

Voz do deserto
Estátua amante
Mundo distante
Longe, tão perto

Boneca de porcelana
Frágil, indefesa
Folha de correnteza
Uma vida, uma semana

Mulher azaléia
Miragem do oásis
Vermelha, branca
Mentira franca
Doces frases
Livro ou novela
Personagem, imagem
Paisagem, bobagem

Lábios de açúcar
Boca dos veleiros...
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Curandeirismo

Se não houver cura
Haverá chuva
A chover
E esmorecer
A febre
Ao escorrer
No guarda-chuva
Que enlaça
Uma sombrinha
Pelas ruas
De poças e pinhas,
A chuva
E os pinheiros europeus
Estrangeiros como eu.

Guarda-chuva negro
Sombrinha branca
E a febre se entregando
Se entrevando
Na enxurrada
Nos bueiros de além mar
Doente
De destino e carne.

Se não houver cura...
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Da arte

Ah! A noite já nasceu
Posso ver o teu rosto
A tua voz e a tua imagem
Presas a uma personagem
Como a fonte de um poço
Jorrando na farsa do breu.

Ah! Como é bela a atriz
Que manipula a alma
E dissimula corações
Provoca paixões
Enlouquece e acalma
Encanta e não diz.

Ah! Conheço seus passos
Abraços e beijos mais demorados
Mesmo que exilado atrás da tela
O cinema é a janela
Donde pulo de trama em trama...
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Comentários (1)

Da falta de adeus

E da falta de adeus, fez-se o silêncio
Esse ser estranho que chega de repente
Coberto por barreiras e espaços vazios
Que de tão forte, às vezes, dói
A sua boca, trancada em silêncio, dói
O seu olhar, coberto por silêncio, dói
Mais que um barco sem mar
Dói essa dor feita de silêncio
Dói essa dor feita da despedida
Que não teve adeus para não doer.

Da falta de vento
Do mensageiro dos ventos
Fez-se a falta de adeus
Uma dor gritada em silêncio.


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Dança

Dança, mas dança de repente
Dança, mas dança só e somente
A tua dança
Dança como se não tivesse fundo
O mundo...
Dança sob meteoros, cometas, estrelas e pó
Dança num balão
Tão só
Que foge sob meus olhos de ladrão...
Dança em Atenas, em Florença, no Leblon
Dança como quem ama
Dança como quem chama
Uma chama que já dormia...
Dança e peregrina pelo salão
Dança o revés de um dia
Dança e casa seus passos
Nos passos de tanta ilusão......
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De silêncio eu berro

Crava as unhas
Em minha garganta
E fica ali e me acabrunha
Com olhos de santa
Embargando-me a cada eu te amo
Desamando-me a cada eu te amo
Marcando-me a cada eu te amo
E de silêncio eu berro
Diante da sua boca que é ferro
Em brasa
De silêncio e arrependimento
Frigindo-me e me infringindo
No tormento
De um amor sem cabimento.


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Deixamos

Deixa de trair o tempo
Enquanto a saudade
Deposita a solidão
Nos seus olhos seminus.

Deixa as nuvens de chuva
Os outros que são outros
E todas as cortesias
Que ficaram atrás da porta.

Deixa seus olhos quase nus
Suspensos na varanda
Á procura de um outro sol
Que tão logo nasce nos revira.


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Deixar, verbo obrigatório

Devagar
Deixa cair os véus
Deixa cair as cores
Deixa cair o que esconde
Deixa, simplesmente, deixa.
Por um instante
A solidão invadirá o seu corpo
E quando isso acontecer
Não se afobe
Não grite
Não fuja.
E quando achar que tudo está perdido
Num gesto sem qualquer ensaio
Abrace-se com o sonho
Aquele que esconde
Que finge não existir.
Sem mais cerimônias
Estará nos emaranhados desse sonho
Este mesmo que escondia...
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