Daniel Campos

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Curandeirismo

Se não houver cura
Haverá chuva
A chover
E esmorecer
A febre
Ao escorrer
No guarda-chuva
Que enlaça
Uma sombrinha
Pelas ruas
De poças e pinhas,
A chuva
E os pinheiros europeus
Estrangeiros como eu.

Guarda-chuva negro
Sombrinha branca
E a febre se entregando
Se entrevando
Na enxurrada
Nos bueiros de além mar
Doente
De destino e carne.

Se não houver cura
Haverá chuva
A cair
A tingir
A sorrir.


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