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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 76 de 320.
19/03/2008 -
Confissões
Confesso que devia me confessar mais. Confesso que não gosto muito de confissões ou declarações orais. Prefiro as que coloco no papel. Por isso os meus poemas e a minha escrita, intensa e extensa. Minhas confissões são como estrelas, luz e escuridão. Prontas para serem apontadas e paqueradas. Confesso que sem papel, perco boa parte do meu poder (se é que o tenho) e fico sem chão. Confesso que tenho medo de caminhar sem palavras escritas. Porém, confesso que ganho asas e sete céus se escuto certas confissões da boca da minha mulher-anjo. A ela, confesso-me amor....
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06/09/2014 -
Confunda-se
O que eu não sou eu não fui e nem serei. O que eu trago comigo é exatamente o que eu sigo. O que me vem me vai me tem me sai. O que me visita me palpita e me incita e me excita e não se imita. O que bate cá dentro de mim bate e rebate num sentimento sem fim. O que me margeia não me clareia assim como o que me serpenteia não me boleia. O que eu quero eu espero e me espero e me desespero e me bolero num tempo não quero.
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02/11/2015 -
Confusão
Era eu, era tu, era nós. Era todos debaixo dos mesmos lençóis. Era beijo, desejo e queijo com geleia. Era rei, era princesa, era plebeia. Era aplauso sem plateia. Eram nós, ilhós, dós. Eram tantas abelhas se dando na mesma colmeia. Era Shakespeare? Era Nelson Rodrigues? Era Dante Alighieri? Era teatro, era real, era fato, era carnal, era retrato três por quatro, era zodiacal. Era eu, era tu, era todo mundo nu. Era azul, era blue. Era blues. Era Buda, era Afrodite, era Jesus. Era religião. Era canção. Era paixão. Era impressionismo, realismo, romantismo. Era cós. Era vós. Era a voz de dentro. Era sentimento. Era necessidade, saudade, vontade. Era a anti-realidade. Era Saturno de coturno em Plutão chamando por Netuno. Era a berra da Terra. Era parte de Marte. Era arte da guerra. Era o amor que erra a mira e atira a deus dará. Era eu, era tu, era nós num pé de araçá.
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06/09/2012 -
Congestionado
O velocímetro se assemelha a um coração se esvaindo: 110km/h, 80km/h, 50km/h, 20km/h, 0km/h. Impossível calcular o número exato de sensações desagradáveis ao ver uma fila de carros parada. É para acabar com o dia do mais otimista. O que pode haver de bom em um engarrafamento? Nem Chico Buarque no rádio consegue suavizar o cenário. Fumaça de escapamento, buzina, falta de educação, sirene, variações absurdas de desrespeito.
Não há ambiente para se escrever um poema, para se imaginar em outro lugar, para conversar sobre assuntos amenos, para ler um livro. A raiva anula toda e qualquer germinação de bem-estar. Tudo parado, menos o relógio. Ah! Os ponteiros do tempo aceleram como bólidos de corrida. E isso causa ainda mais angústia, tensão, nervosismo, apreensão, ansiedade. Sem falar de azia, torcicolo, inchaço, câimbra, enxaqueca......
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05/12/2011 -
Conquistado mais
Eu devia ter conquistado mais. Mais espaço. Mais micros e macros espaços. E também mais tempo. Mais tempo psicológico, sobretudo, pois o tempo físico é limitador por natureza. Eu devia ter conquistado mais lembranças, posto que são as lembranças que movem o homem. Ah! Conquistado mais sorrisos e prantos alheios. Um castelo se faz com fiadas alternadas de alegrias e tristezas. Se eu tivesse conquistado mais perdões não estaria mendigando clemência.
Mais e mais de tudo um pouco é o que eu devia ter conquistado ao longo desses anos de guerra. Mais e mais canções. Mais e mais lirismo. Mais e mais sementes. Mais e mais partos. Mais e mais paisagens. Mais e mais comida. Mais e mais prazer. Mais e mais ânimo. Mais e mais paredes. Mais e mais olhares. Mais e mais passos. Mais e mais bocas. Mais e mais luas. Mais e mais encantarias. Mais e mais detalhes. Mais e mais vidas e sobrevidas. ...
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26/08/2011 -
Consagro a ti
Consagro a ti meus sonhos mais distantes e meus pesadelos mais próximos. Consagro a ti a flor das minhas revelações. Consagro a ti o elo perdido, ou proibido, que liga o corpo ao espírito de quem ama. Consagro a ti o pecado e o santo que há em mim. Consagro a ti meus telefonemas, meus dilemas, meus poemas. Consagro a ti minha esperança e minha espera. Consagro a ti minhas retas, minhas curvas, minhas esferas. Consagro a ti meu sertão e meus oceanos. Consagro a ti meu 367º dia, minha quinta fase da lua, meu décimo terceiro apóstolo. ...
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20/11/2009 -
Consciência Negra
Joaquim Nabuco mandou avisar que a obra da escravidão será destruída. No aviso não tinha data nem hora, mas se Joaquim Nabuco disse vamos comemorar desde agora. Chega de preconceito. Chega de discriminação. Se o território brasileiro completa o africano no mundo de Gaia por que separar? Somos todos filhos do mesmo barro e do mesmo sopro, somos uma só raça... Por que fracionar se podemos somar, juntar, rimar nossos corpos multicoloridos numa mesma poesia humana.
Martin Luther King sonhou, mas foi Joaquim Nabuco quem mandou avisar que os chicotes no lombo dos negros não vão mais estalar. Eu quero cantar uma democracia racial pra valer. Chega de racismo velado. Chega de deixar o negro de lado. Vamos misturar samba e fado nesse enredo tropical. E quando os vestígios da escravidão forem superados poderemos nos organizar enquanto nação. Até então seremos apenas, como escreveu o poeta baiano, um nome sem país. ...
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28/12/2010 -
Conselhos de fim de ano
Quando o ano que termina é algo para ser esquecido, riscado da biografia, banido da memória o melhor é não remoê-lo nos tradicionais balanços de final de ano. Por maior a tentação, o ideal é fechar os olhos a tudo o que passou e abrir os braços para os novos ventos que já começam a soprar. Nada, a não ser que aconteça um milagre, poderá mudar o desempenho de um ano malsucedido nos negócios, na família, no amor ou em todos os campos juntos. A chegada do Papai Noel ou os fogos do réveillon, por si só, não têm força para mudar nada. Absolutamente nada na forma como se deu o seu ano e como irá começar o seu próximo. ...
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Conselhos de um boêmio
Não me lembro a data, só sei que era noite. Embriagava-me com uma garrafa de água mineral na mesa de um botequim. Foi então que entrou um sujeito meio fora de época, da época que o mundo nos impõe. Um homem dos anos vinte, magro, de paletó claro e de chapéu de pano. Caminhava e levava consigo olhares indiscretos.
Sem mais cumprimentos senta-se ao meu lado, repousa o chapéu sobre a mesa, acende um cigarro e enquanto espalha a fumaça pelo ar... - "Sei o que lhe acontece, o que tenta entender, o que lhe tira o sono e lhe traz o drama, sei às mulheres impossíveis". O homem tinha algo de sábio, de feiticeiro, de profeta, de sei lá o que. Voltando-se para o copo vazio, - "Sou apenas um boêmio que já viveu o bastante para entender essas criaturas que se confundem com o amor, posso lhe afirmar que entender a vida é mais fácil do que compreendê-las". ...
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11/07/2014 -
Conselhos sobre as dores do amor
Perdoe-me por não poder aquietar o que não lhe permite ter uma noite de sono sem interrupções por parte de pesadelos da infantilidade ou de atropelos da realidade. Trocando em miúdos, não sei como viver um amor sem sofrer. E, não me queira mal, mas ainda bem que não sei, pois o amor indolor, se existisse, não teria a menor graça. O amor precisa doer para ser bonito, para se grande, para ser inesquecível. Todo parto, dói. Toda metamorfose, dói. Toda ruptura, dói. Toda sangria, dói. E isso tudo é o amor. Portanto, não tenha medo de passar pelas dores do amor. Agradeça cada uma delas porque indicam a dinâmica do sentimento que lhe toma sem pedir por favor, com licença, por gentileza. O amor é o encontro dos interesses do corpo e da alma, e tais choques são dolorosos. O amor é sobreposição de vontades, e o empilhamento de paixões, à procura do encaixe perfeito, dói. O amor é a impotência diante do que pensa, sente e quer a criatura amada e isso causa dor. Salve as dores do amor. Salve os apaixonados doídos e condoídos. Salve os que amam transformando essas dores em motivos para viver de forma mais profunda o amor que nos inunda sem dó, fazendo dos ais suspiros e gemidos de morfina ou endorfina aos casais.
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